Capítulo 8

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Os lábios estavam prestes a se tocar, o momento suspenso no ar quando, de repente, o som estridente do celular de Zuki quebrou o clima. Ela quase saltou para pegá-lo, a adrenalina correndo em seu corpo.

— Alô, mãe! — disse ela, com um tom nitidamente envergonhado. O rosto ainda quente pelo que quase aconteceu. Ela virou-se de costas para John, tentando se recompor enquanto ouvia a voz da mãe do outro lado da linha.

John, por sua vez, pulou para o outro lado do sofá, como se o toque do celular tivesse sido um choque elétrico. Ele passou a mão pelos cabelos, tentando esconder o nervosismo e a respiração ainda um pouco acelerada. A situação tinha ficado completamente desconfortável em questão de segundos.

— Tá, tá, eu tô indo pra casa daqui a pouco — Zuki respondeu, tentando soar natural, mas a voz levemente trêmula traía o constrangimento que ela sentia. Ela desligou o celular e ficou em silêncio por um momento.

John, ainda sem saber o que dizer, olhou para ela de relance, ambos sem coragem de encarar o outro diretamente.

— Sua mãe? — ele perguntou, tentando aliviar a tensão com um tom casual.

— É... — Zuki riu nervosamente. — Disse que tá na hora de eu ir pra casa.

O silêncio desconfortável voltou a se instalar, e nenhum dos dois sabia muito bem como lidar com o que quase tinha acontecido.

— Ah, bom... — John coçou a nuca, ainda sem saber como agir. — Quer que eu te leve em casa?

Zuki apenas assentiu, ainda sentindo o coração bater mais forte do que deveria.

John levantou-se rapidamente, claramente nervoso e ansioso, enquanto as palavras "eu quase beijei a Zuki" martelavam em sua mente. Ele evitava olhar diretamente para Zuki, passando a mão pelos cabelos numa tentativa de aliviar a tensão que parecia se espalhar pelo ar.

— Eu... acho que vou pegar um casaco — ele disse de maneira quase automática, caminhando em direção à entrada da casa, sua mente ainda a mil.

Zuki, por sua vez, sentia o rosto quente e o coração acelerado. A lembrança do momento que quase aconteceu ainda estava muito presente, e ela não sabia como reagir.

— John... — ela começou a falar, tentando quebrar o silêncio constrangedor. Mas as palavras não saíam com facilidade. Ela suspirou, apenas observando ele ir em direção a escada.

John parou por um segundo na porta, sem virar para encará-la.

— A gente... quase se beijou, né? — ele disse, sem pensar muito, sua voz soando nervosa e um pouco hesitante.

Zuki virou a cabeça para o lado, claramente muito envergonhada com a pergunta, e respondeu:

— Uhum — ela olhou para frente de novo, onde via John caminhando em sua direção, com um olhar cheio de desejo, a encarando de cima a baixo.

Ele a puxou para perto, e, com um tom rouco, sussurrou:

— Posso? — enquanto passava a ponta do polegar pelos lábios de Zuki.

Zuki sentiu o toque suave nos lábios, seu coração batendo cada vez mais rápido. As palavras pareciam presas na garganta, mas ela assentiu levemente, incapaz de disfarçar o nervosismo e a expectativa.

John, agora mais próximo, diminuiu a distância entre eles, seus olhos fixos nos dela. O mundo ao redor parecia ter desaparecido, restando apenas aquele momento. Ele se inclinou, seus lábios roçando de leve os dela, testando a resposta.

Zuki fechou os olhos novamente, dessa vez se entregando ao momento. Os lábios de John encontraram os dela, em um beijo inicialmente suave, mas que logo se tornou mais intenso. Era como se ambos estivessem esperando por aquilo há muito tempo.

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