EPISÓDIO 17

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Ainda naquele dia...

Sunoo estava inquieto enquanto esperava o café ser servido. Ele e Heeseung estavam sentados em uma mesa no canto da cafeteria, o lugar silencioso, exceto pelo som das máquinas preparando as comidas e bebidas. Heeseung finalmente quebrou o silêncio, se inclinando para frente, com as mãos sobre a mesa.

— Sunoo... o que você acha que aconteceu com o Kaiza? — Ele perguntou, a voz baixa, como se estivesse bem interessado na resposta.

Sunoo congelou por um instante, mas rapidamente fez uma expressão de confusão. Ele já sabia o que estava incomodando Kaiza, mas não poderia admitir isso agora. A situação entre os três estava ficando delicada, e Sunoo não tinha certeza de como resolver tudo.

— Eu não faço ideia — respondeu ele, suavemente, embora por dentro estivesse tudo, menos calmo. — Ele parecia... estranho, mas eu também não entendo por que ele reagiu daquele jeito. -

Heeseung suspirou, claramente desconfiado, mas não pressionou mais. Ele tomou um gole de seu café e desviou o olhar para fora da janela, estava pensativo. As horas se passaram rapidamente, com os dois discutindo assuntos banais. No entanto, a cabeça de Sunoo estava a mil. Ele não conseguia parar de pensar em Kaiza e na expressão de raiva que o amigo demonstrou mais cedo. Ele sabia que precisava confrontá-lo, e hoje seria o dia.

Quando o sol começou a se pôr, Heeseung se levantou, se preparando para voltar ao apartamento.

— Bom, acho que vou subir. Quer uma carona de volta? — Heeseung ofereceu, sem notar a tensão que dominava Sunoo.

Sunoo balançou a cabeça rapidamente.

— Não precisa. Eu tenho algumas coisas para resolver, mas vou logo atrás de você. — Ele sorriu, tentando disfarçar suas verdadeiras intenções.

Heeseung concordou e se despediu, caminhando na frente enquanto Sunoo observava de longe. Assim que Heeseung entrou em seu apartamento, Sunoo suspirou aliviado. Ele esperou alguns minutos, apenas o suficiente para garantir que Heeseung não perceberia sua ausência, e então saiu discretamente.

O coração de Sunoo estava acelerado enquanto ele caminhava até o apartamento de Kaiza.  Mas ele sabia que precisava de uma explicação. Finalmente, ele parou diante da porta e pensou por alguns segundos antes de bater. A porta se abriu de repente, como se Kaiza já estivesse esperando. Seus olhos mostravam raiva contida, mas Sunoo percebeu que o olhar não era tão intenso quanto quando ele confrontou Heeseung. Ainda assim, havia algo sombrio nos olhos de Kaiza que fez o estômago de Sunoo revirar.

— O que você quer, Sunoo? — Kaiza perguntou, sua voz firme, sem nenhum traço de interesse em conversar.

Sunoo respirou fundo, tentando manter a calma.

— Eu preciso conversar com você. Podemos entrar? — Ele perguntou, esperando que Kaiza não fechasse a porta na sua cara.

Kaiza hesitou por um momento, mas acabou dando um passo para o lado, permitindo que Sunoo entrasse. O apartamento de Kaiza era simples, mas aconchegante. A luz estava baixa, e quanto o clima entre os dois estava tenso. Sunoo ficou de pé no meio da sala, confuso sobre como começar, enquanto Kaiza o encarava em silêncio.

— O que está acontecendo com você, Kaiza? — Sunoo finalmente perguntou, sua voz suave, mas firme. — Por que você está agindo assim?

Kaiza cruzou os braços, o olhar bravo.

— Você sabe exatamente o que está acontecendo — Kaiza respondeu, o tom acusatório. — Ou está fingindo que não sabe, como fez com Heeseung? Porque você parece saber muito mais do que está deixando transparecer. -

Sunoo ficou em silêncio por um momento, digerindo as palavras de Kaiza. Ele não podia continuar mentindo pra ele, mas também não queria piorar a situação. O silêncio se estendeu entre eles, até que Sunoo finalmente fala...

— Eu... Eu sei que você está com ciúmes — admitiu, os olhos fixos no chão. — Mas eu não sei por quê. Kaiza, eu e Heeseung não temos... não somos... — Sunoo tentou encontrar as palavras, mas se perdeu no meio do caminho.

Kaiza soltou uma risada curta, quase amargurada.

— Você realmente acha que é só isso? Que é só ciúmes? — Ele balançou a cabeça, frustrado. — Eu não estou irritado apenas porque vocês dois estão próximos. Estou irritado porque você não enxerga o que está acontecendo ao seu redor. Heeseung está brincando com todos nós, Sunoo. Ele não está comprometido nem com o time, nem com você. Ele só faz o que quer, sem se importar com ninguém. -

Sunoo ficou em silêncio, absorvendo as palavras de Kaiza. Ele sabia que Heeseung estava passando por um momento complicado, mas Kaiza parecia acreditar que havia algo mais profundo. A intensidade da raiva de Kaiza pegou Sunoo de surpresa.

— Eu não sei o que você quer que eu faça — disse Sunoo, sentindo-se um pouco perdido. — Eu não estou tentando escolher lados ou causar problemas. Eu só... eu não estou aqui para me comprometer com você ou Heeseung...  -

— Você precisa parar de agir como se tudo fosse simples, porque não é — Kaiza interrompeu, sua voz puta. — Nada disso é simples, Sunoo. E você precisa acordar antes que as coisas fiquem piores. Heeseung não quer você. -

O silêncio voltou a tomar conta da sala, e Sunoo sentiu o peso das palavras de Kaiza se instalarem em seu peito. Ele não sabia como responder, e por mais que tentasse entender, parecia que quanto mais tentava se aproximar da "verdade", mais confuso ficava.

Kaiza suspirou e passou a mão pelos cabelos, claramente exausto pela situação.

— Vai embora, Sunoo. Eu preciso de um tempo para pensar — disse ele, virando-se de costas, encerrando a conversa abruptamente. - Sai da minha casa. -

Sunoo permaneceu parado por um momento, mas não havia mais o que dizer. Ele se virou lentamente e saiu do apartamento de Kaiza, o peso da conversa ainda pairando sobre ele. Ao fechar a porta atrás de si, ele se sentiu mais perdido do que nunca.


Sunoo suspirou e seguiu em frente, indo em direção a sua casa. Mas se sentiu estranha, como se estivesse sendo observado ou perseguido. Sunoo começou a ficar mais tenso, foi em direção contrária de sua casa, indo até um mercado próximo para se sentir mais seguro. Ele entrou no mercado e finalmente virou para trás, mas não tinha ninguém. "Eu só posso estar... Maluco!", Sunoo disse. "Não tem ninguém atrás de mim, é só coisa da minha cabeça", Sunoo saiu do mercado e continuou andando em direção a sua casa, sentindo-se ainda perseguido e observado, mas imaginando que aquilo fosse apenas coisa da sua cabeça.

Ele chegou a sua casa e estava em frente a sua porta, no corredor do prédio ainda, estava tentando achar a chave perdida na sua bolsa, então ouviu passos vindo por trás e ficou mais tenso ainda. Mas felizmente, ele achou a chave do apartamento e entrou, fechando a porta atrás dele e trancando.

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 #HeeSun • "Basketball Boy"  Onde histórias criam vida. Descubra agora