Maeve Pembroke
Acordei ouvindo vozes, meus olhos demoraram a se acostumar com a claridade emanando entre as cortinas da janela. Minha cabeça latejava e meus olhos ardiam, precisava de aspirina e café. Tateei a mesinha de cabeceira para tentar pegar meu celular, quando não encontrei nada levantei mais os olhos para observar acima do móvel. Dei um pulo da cama.
Merda. Os pôsteres da Marvel, as paredes verdes, a cômoda branca em frente a cama, nada disso fazia parte da minha mobília.
Levantei as cobertas de estrelas cadentes para ver minhas roupas, ainda usava minha calça jeans e minha camiseta branca, as mesmas de ontem. Quer dizer que não voltei para casa.
Tentei repassar meus passos, foram duas garrafas de vinho e muita conversa fiada entre eu e Greyson. E cada vez que ele falava meu nome o vinho ameaçava voltar por minha garganta. Lucy Anderson, não era necessariamente uma mentira, mas ainda assim não era a verdade. Ontem ele me perguntou no que eu trabalhava, naquele momento eu já estava anestesiada pela bebida e tudo que consegui dizer foi: "Assis...tente", é, nem bêbada eu saia do personagem. Será que Kate ficaria orgulhosa da funcionária mentirosa dela?
Depois disso, tudo é um borrão, não sabia como havia parado na cama ou que horas paramos de beber. Foi muito inconsequente da minha parte, nunca fiquei tão bêbada a ponto de esquecer das coisas. Marcado na lista de coisas que nunca mais faria.
Precisava sair daqui, não encontrei meus tênis. Então, desci da cama de meias, andando devagar até a porta. Haviam vozes ecoando pelo corredor.
— Ela é nossa vizinha — identifiquei ser Greyson falando.
— Minha vizinha, no caso. — uma voz feminina retrucou.
— Ela estava triste, foi só vinho e ela acabou dormindo no sofá, e como você disse que não voltaria pra casa a coloquei no seu quarto.
Ele me levou para o quarto? Grey Ashton me carregou nos braços e me levou para a cama? Caramba, isso estava tomando uma proporção que não estava nos meus planos.
— Você adora salvar donzelas em perigo não é, Grey? — a mulher tinha uma tonalidade jovial.
Abri um pouco mais a porta do quarto para espiar pela fresta, não havia ninguém no corredor, a conversa estava vindo de outro cômodo.
— Ela precisava de alguém para desabafar, só isso. — respondeu Grey com um suspiro ao fim da frase.
Pelo jeito não era a curiosidade que direcionou seus atos ao conversar comigo na noite passada, o modo como se expressou indicava pena, por um segundo me senti patética, despertei o sentimento de pena em um astro do pop.
Não deu tempo de ficar auto depreciando a minha patética história, pois vi a sombra de alguém pela brecha na qual estava espiando o corredor. Quase cai no chão ao voltar correndo para cama e fingir que ainda dormia, não, pensei melhor, ficaria sentada na ponta do colchão, pronta para sair correndo de vergonha, mudei de posição rapidamente.
A porta se abriu e meu coração batia acelerado como um carro em alta velocidade. Grey surgiu, com uma bandeja de madeira em mãos, ele parecia ter pulado de um catálogo de uma revista.
— Bom dia! — disse ele com um sorriso fraco.
— Bom dia! — minha voz saiu rouca como se viesse do fundo da garganta ainda um pouco perdida.
Ele largou a bandeja ao meu lado na cama.
— Pensei que ainda estaria dormindo, por isso não bati. — se explicou. A casa era dele, não sei porque estava se explicando, ele poderia entrar em qualquer cômodo e não precisava bater na porta.
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O Caos do Amor
RomanceNinguém poderia culpar Maeve por ainda ser apaixonada por Jake Eastwood, ele foi chefe dela por um ano e meio, e graças ao seu tempo como garçonete no bar dele, ela conseguiu juntar algumas economias. Mesmo depois dela beijá-lo e ele preferir ser ap...