Eu. Você. Namoro

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Você não vai me pedir em namoro?

Hinata está encaixado no seu peito e perfeitamente aninhado em um abraço. O lençol está distribuído aleatoriamente sobre eles como uma solução nada razoável para esconder a nudez.

— Hum? — murmura com lentidão, a cabeça dentro dos cachos dele.

Hinata se aconchega ainda mais.

— Eu. Você. Namoro. — Alcançou o bíceps de Tobio, acariciando-o em movimentos doces e circulares. — O que você acha?

Um sorriso leve sublinha o rosto de Kageyama, que o abraça mais forte.

— Acho bom.

— Ótimo — Hinata esfrega o nariz no pescoço roxo dele. — Então estamos namorando.


[...]


Todo mundo já sabia, foi o que Nishinoya disse antes de ser repreendido por Sugawara porque, segundo ele, além de intrometido, é falta de tato com as outras pessoas. Naturalmente, Nishinoya bate punhos com a aliança prateada de Hinata como se nada tivesse acontecido.

— Tobio que comprou — diz ao enrolá-la cuidadosamente em um pano e guardá-la dentro da mochila no vestiário, antes do treino. — Acredita que ele arrumou um bico na mercearia do Ukai? Sim! Tipo, ele trabalhou desde maio pra conseguir isso!

Hinata fala com olhos tão brilhantes que é impossível não sorrir junto. Tanaka pula com ele, arrastando-o para o set de três contra três. No entanto, a única coisa que Hinata realmente quer é acabar logo com aquilo para pegar a aliança.

Não que ele se importe em qual dedo a pôr, nada disso. Hinata sempre a muda de lugar de acordo com a posição de Kageyama. Se Tobio caminha pela direita, então a aliança dele também fica na mão direita. Quando eles saem do treino, Hinata a puxa e coloca nos dedos como uma bússola para Kageyama Tobio.

Ele gosta disso. Até porque, de mãos dadas, as duas alianças batem perfeitamente uma na outra.


[...]


— Acho que eles me odeiam.

— Não te odeiam, não.

É natural ter Shouyou entre os braços. Kageyama, na cama, o tem. Ele faz carinho em suas costas, cafuné no cabelo e beija cada parte de seu rosto que demonstre qualquer sinal de tristeza.

— É claro que odeiam! — Hinata grita abafado no peito de Kageyama, dando pequenos soquinhos no seu braço. — Viu o jeito que ela me olhou?

— Ela nunca olha feliz pra ninguém.

— E o seu pai?! — Hinata levanta o queixo para olhá-lo exasperado. — Ele tossia toda vez que eu falava!

— Ele tem problemas na garganta há anos.

— Eu deveria ter trazido pastilhas? Ah! Foi isso, né? Eu não trouxe nenhum presente! Que tipo de genro eu sou? — Volta a jogar o rosto no peito dele, gemendo frustrado. — Eles vão te pôr numa torre pra que a gente nunca mais se veja de novo.

— Shouyou, nem eu nem você sabíamos que eles estariam aqui. Tipo, eles tavam na Europa por meses e ainda tiveram a cara de pau de chegar sem avisar. — Kageyama revira os olhos. — Se foi de surpresa, ninguém tem culpa. E não é como se eu devesse satisfações pra eles.

— Você devia ouvir eles. São seus pais.

— Me emancipei pra não ouvir.

Hinata ri triste.

Borboletas Sempre Voltam (KageHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora