Janta lá em casa hoje? Sabe, pra comemorar

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Eles ganharam do Aoba Johsai.

O Karasuno em êxtase, melados de lágrimas e com as gargantas ardidas de tanto gritar. Não foi a final de um nacional, eles sabem, mas ainda é incrível porque, porra, além de reverter a derrota do intercolegial, eles estão na final do torneio e a um pé do nacional. O time precisa comemorar de alguma forma, claro, mas a mãe de Hinata é bem clara quando convida apenas Kageyama Tobio para jantar.

— Me passa o tsukemono? — Natsu estica o braço gordinho. Kageyama toma todo cuidado do mundo para que a travessa chegue às suas mãos pequenas com segurança. — Obrigada, Tobio!

Aquilo martela o seu peito tão forte que Shouyou percebe e ri da cara dele.

— Kageyama, me passa o molho? — Hinata testa, piscando os olhos como um cachorrinho.

— Você não tem mão, não? Eu, hein — devolve com uma carranca, muito aliviado pelos pais de Hinata estarem em uma conversa muito empolgante entre os dois para não ouvir nada daquilo.

Hinata ri em deboche e cruza os braços.

— Ô, folgado! Come na minha casa e ainda me nega o meu próprio molho?

— Eu prefiro você do que ele. — Natsu olha para Tobio, seu semblante brilhando com uma nova ideia. — Ah! Você quer ser o meu irmão? O Shou é muito chato e seca as cuecas no boxer. Nojento demais! Você não deixa a sua cueca jogada no banheiro, né?

O macarrão para no meio da garganta de Kageyama, porque ele ri tão alto que chama a atenção dos pais deles.

— Filho, pega um copo d'água! — grita a mãe, alarmada.

Shouyou bufa e revira os olhos.

— Ele tá bem, mãe!

— Obedece a sua mãe, Shouyou! — O pai levanta da cadeira em um segundo. — O Tobio tá engasgando!

Logo, Kageyama recebe os dois guardiões da vida e da morte — pais de Hinata — dando tapinhas nas suas costas e dizendo frases do tipo "vai ficar tudo bem, filho!". Shouyou traz o copo d'água com uma carranca.

— Ah, pelo amor de Deus... — sussurra quando Tobio bebe a maldita água, perfeitamente bem e nas graças de seus pais. — Ele tá bem! Chega de drama!

— Graças a Deus! — A mãe junta as mãos para uma reza rápida.

O pai põe a mão no ombro de Kageyama, o acompanhando em alguns exercícios de respiração.

— Ele tá vivo! — Natsu está correndo em volta da mesa com os braços levantados.

— Sua pestinha, vai comer! — Shouyou aponta o dedo, sentando-se ao lado de Kageyama.

Natsu dá a língua, e em algum momento todos os Hinata estão comendo tranquilamente. De repente, Kageyama entende porque Shouyou é brilhante daquele jeito.

Ele se oferece para lavar a louça, no entanto, é Shouyou que não deixa, enxotando-o para o seu quarto com uma esponja de louças.

— Grande dia hoje, hein? — diz Hinata ao abrir a porta do quarto um tempo depois. Nitidamente cansado, dá passos arrastados até o guarda-roupa.

— A gente ganhou, seu idiota. — Kageyama está perfeitamente banhado, coberto até o pescoço no futon para hóspedes. — É claro que foi um grande dia.

— Hum. É, foi. Espero que amanhã seja a mesma coisa. — Bocejando, Hinata pega um pijama e segue para o banheiro. Seu banho é rápido, ao contrário da forma que ele sobe na própria cama e gruda a bochecha no travesseiro. — O que você sentiu hoje?

Borboletas Sempre Voltam (KageHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora