Entre Corridas & Desejos || Lewis Hamilton

Pós

Depois de adormecermos lado a lado, o sol da manhã começou a entrar timidamente pelas cortinas. O clima em meu quarto era tranquilo, e a única coisa que me despertou foi a sensação do corpo de Lewis se movimentando ao meu lado. Ele estava deitado de costas, com os olhos fechados, respirando lentamente, como se estivesse saboreando o momento de calma.

Sentei na beira da cama, olhando pela janela, peguei sua camisa no chão e a vesti. A realidade do que havia acontecido na noite anterior ainda estava em minha mente. Uma mistura de excitação e calma me envolveu, como se aquele momento com ele tivesse selado algo entre nós.

Senti o toque suave da mão de Lewis em minhas costas. Virei-me para ele, e seus olhos agora abertos me observavam, um sorriso discreto curvando seus lábios.

— Bom dia. — ele disse com a voz rouca, de quem acabou de acordar.

— Bom dia, campeão. — respondi, lembrando-lhe da vitória no dia anterior, enquanto um sorriso largo se formava no meu rosto.

Ele riu suavemente, sentando-se ao meu lado e puxando-me novamente para perto. Estar ali com ele, sem a pressão da corrida ou das expectativas externas, parecia o espaço perfeito para continuarmos descobrindo um ao outro.

— Sabe, eu estava pensando — Lewis começou, enquanto acariciava meu braço. — O que vivemos ontem, e o que estamos construindo parece diferente, você não acha?

Eu sabia exatamente o que ele queria dizer. Nossa conexão não era apenas sobre uma noitada e acabou. Tinha algo mais profundo se desenrolando entre nós, algo que eu sentia desde que nos conhecemos. Concordei com um aceno, e ele sorriu, parecendo aliviado.

— Acho que a próxima corrida não vai ser tão interessante sem você por perto. — ele comentou brincando, mas havia sinceridade em suas palavras. — Que tal você vir comigo pra Espanha?

A proposta me pegou de surpresa, mas ao mesmo tempo, fazia sentido. Sentia que essa era a direção natural das coisas. Ainda assim, a ideia de mergulhar ainda mais no seu mundo era algo que eu precisava considerar. Ser parte da vida dele, além do que já havíamos compartilhado, implicava em navegar por novos desafios.

— Eu adoraria isso, Lewis, mas como já te disse antes, eu sou uma mera mortal. Tenho meu trabalho, meus compromissos. Não posso largar tudo assim do nada. — respondi. — Mas quero ser sincera com você. Eu quero muito isso, mas também quero saber se estamos na mesma sintonia. - finalizo.

Ele assentiu, puxando-me para mais perto e me dando um beijo suave na testa. Havia algo reconfortante em sua presença, e eu sabia que, não importava o que viesse, estávamos ambos dispostos a seguir juntos nesse caminho.

— Vamos com calma então. — ele sugeriu. — Um passo de cada vez. O mais importante agora é que estamos aqui, juntos, e o resto a gente descobre no caminho.

O resto da manhã foi leve, sem pressa. Saímos para tomar café e caminhar pelos arredores do hotel, Lewis disfarçado pra que tenhamos um momento nosso e de anonimato. Não havia pressa para voltar à realidade, e essa sensação de estarmos em uma bolha só nossa tornou tudo ainda mais especial.

O dia passou tranquilo, mas enquanto estávamos na cafeteria, a realidade da vida pública de Lewis começou a pesar em mim. Eu olhava para ele disfarçado com boné e óculos escuros, sempre atento ao redor, tentando evitar olhares curiosos.

Era como se estivéssemos em dois mundos paralelos: o nosso, onde tudo parecia tão íntimo e simples, e o dele, onde a fama era uma constante companhia. Era meio estranho pra minha realidade.

Eu tentava ignorar o incômodo, mas sabia que não poderia evitar para sempre. A vida de Lewis não era feita de momentos como aquele. Ele estava sempre rodeado de câmeras, de olhares, de expectativas. E se nossa relação continuasse a crescer, eu também teria que lidar com tudo isso. E só de pensar nisso tudo, fico assustada, mas vou tentar.