Na manhã seguinte, o quarto estava banhado pela luz suave do sol. O calor do corpo de Lewis ao meu, e eu podia sentir o peso confortável do seu braço ao redor da minha cintura me segurando. Ele dormia profundamente ao meu lado, a respiração tranquila, enquanto eu ficava deitada, encarando o teto, perdida em pensamentos.
A noite anterior foi uma mistura de paixão e conexão tão intensa que era difícil não pensar no que viria a seguir. Nossas vidas pareciam estar se entrelaçando cada vez mais, mas ao mesmo tempo, havia tanto ainda para enfrentar. As corridas, a fama, o mundo ao redor dele e o meu próprio.
Me mexi lentamente, tentando não acordá-lo, mas ele era sempre tão atento. Senti sua mão deslizar pela minha cintura, me puxando novamente para perto.
— Aonde você pensa que vai? — ele murmurou com a voz rouca, ainda sonolento, com os olhos fechados.
— Só estava pensando... — comecei, mas antes que pudesse continuar, ele me virou para que eu ficasse de frente para ele, nossos rostos quase se tocando.
— Você pensa demais — ele disse com um sorriso preguiçoso, abrindo os olhos. Seus dedos traçavam linhas suaves no meu rosto, como se estivesse estudando cada detalhe.
— Talvez eu deva — respondi com um sorriso tímido. — As próximas corridas estão chegando, e bem, você quer que eu vá.
Lewis suspirou, afastando uma mecha de cabelo do meu rosto. Ele se inclinou para me dar um beijo leve, quase como uma promessa silenciosa.
— Sim, quero você comigo. — Ele disse com uma seriedade repentina. — Não estou pedindo por obrigação, mas porque eu realmente quero que você esteja ao meu lado. Essas últimas semanas foram incríveis, e eu não quero que acabe.
Ele realmente queria que eu fizesse parte desse mundo, não apenas como uma espectadora, mas como alguém importante na vida dele.
— Eu quero estar com você, Lewis, de verdade — confessei, segurando sua mão. — Mas eu também tenho minha vida. Não é tão fácil assim deixar tudo para trás.
Ele assentiu, compreendendo. Seus olhos se suavizaram, e ele puxou meu corpo para mais perto, me abraçando com força.
— Eu entendo. Só quero que você saiba que, seja como for, eu estou aqui. Não precisamos resolver tudo agora, podemos ir devagar. Um passo de cada vez, lembra?
Sorrindo, assenti. Estar com ele era fácil, mas o que vinha depois era o que me deixava apreensiva.
Mais tarde, naquele mesmo dia, enquanto tomávamos café em um lugar discreto perto do hotel, o mundo ao redor de nós parecia distante. Cada vez que estávamos juntos, era como se entrássemos numa bolha, uma realidade só nossa. Mas a verdade era que essa bolha eventualmente iria estourar. A decisão de acompanhá-lo ou não nas corridas, estava sempre pairando no ar.
— Você já pensou mais sobre as próximas corridas? — ele perguntou casualmente, enquanto mexia o café, o olhar atento em mim.
— Sim, um pouco. — Respondi com um suspiro. — Eu quero estar com você, Lewis, mas não sei se estou preparada para o que isso envolve. A mídia, as viagens, estar ao seu lado enquanto o mundo inteiro está assistindo.
Lewis estendeu a mão sobre a mesa, segurando a minha.
— Eu sei que pode ser assustador. Mas eu também sei que nós podemos lidar com isso. Vou estar ao seu lado o tempo todo. — Ele me olhou profundamente, com uma sinceridade que aquecia o coração. — Não estou te pedindo para mudar sua vida por mim. Só quero que saiba que quero te incluir na minha.
Ele estava disposto a me ter como parte de seu mundo, sem forçar nada. Era reconfortante, mas ainda havia dúvidas.
— E se não der certo? — perguntei, minha voz um pouco hesitante. — Quero dizer, e se essa nossa bolha estourar?
Lewis sorriu, um daqueles sorrisos confiantes que ele usava tão bem.
— A única maneira de saber é tentar. — Ele apertou minha mão. — Eu não estou aqui por um capricho, estou aqui porque sinto algo real. Mas entendo suas preocupações, e vou te apoiar, seja qual for sua decisão.
Por mais que a incerteza ainda pairasse, algo sobre o jeito que ele falou me acalmou. Talvez não fosse sobre ter todas as respostas agora, mas sobre o que estávamos dispostos a fazer um pelo outro.
— Está bem. — finalmente disse, um sorriso pequeno surgindo em meus lábios. — Eu vou com você.
A expressão de Lewis se iluminou, e eu pude ver o alívio nos olhos dele.
— Vamos pegar leve, sem pressa — completei, enquanto ele concordava, me dando um beijo suave nos lábios.
No dia seguinte, estávamos de partida para a próxima corrida. O clima estava mais leve, como se minha decisão de estar ao lado dele tivesse dissipado uma nuvem de incertezas. Eu não sabia o que o futuro reservava, mas naquele momento, sabia que estava onde queria estar — ao lado de Lewis.
Cada dia ao lado dele era uma nova descoberta, e à medida que as corridas continuavam, sabia que novos desafios viriam.
***
No GP da Áustria foi uma verdadeira montanha-russa de emoções. Os dias antes da corrida foram intensos, com a pressão aumentando a cada sessão de treinos. Eu estava ao lado de Lewis durante todo o tempo, tentando oferecer o apoio que ele precisava, enquanto também me adaptava a esse ritmo frenético de viagens e corridas. Alguns problemas com o carro de Lewis, o deixavam estressado, frustrado e ansioso. Estar ali com ele parecia que o ajudava a absorver tudo isso. Nossas conversas e momentos a sós faziam com que Lewis saísse um pouco desse mundo corrido dele, o que era bom.
Na manhã da corrida, o paddock estava fervilhando de energia. As arquibancadas vibravam com fãs vestindo as cores de suas equipes favoritas, e eu me peguei sentindo uma mistura de nervosismo e empolgação. Ver Lewis se preparar, com sua concentração afiada, me deixava orgulhosa, mas também ciente da pressão que ele carregava.
A corrida foi dura. Lewis terminou em um sólido terceiro lugar, subindo ao pódio com Max Verstappen e Charles Leclerc.
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Não era o resultado que ele esperava, mas ele estava satisfeito por ter lutado até o final. Quando ele me encontrou no paddock depois da premiação, com seu sorriso cansado e suor ainda fresco, eu o abracei, sussurrando em seu ouvido:
— Você fez um trabalho incrível, não se preocupe com isso.
Ele sorriu, me puxando para mais perto.
— Isso é só um aquecimento para a próxima. — Ele disse, com um brilho nos olhos. — Silverstone é minha casa. Vou dar tudo lá.
Seu entusiasmo era contagiante, e eu sabia que a próxima corrida, em seu país natal, significava muito para ele.
