Todos nós temos um anjo da guarda, aquele que cuida de nós a todo momento. Os enviados do senhor que vem guardar nossas vidas, principalmente a vida dos desastrados.
Sabendo que todos os anos recebemos um novo anjinho azarado para cuidar de nós, Ji...
─ Puta merda, Changbin! ─ Hyunjin gritou. ─ Seu nanico escroto, achei que tinha caído em um bueiro no meio do caminho! ─ Changbin, cínico, olhou o mais alto dos pés a cabeça, fingindo estar indignado com a fala.
─ Não, meu amor! Se eu tivesse caído em um bueiro, estaria encima da sua cama nesse momento! ─ o respondeu, fazendo Hyunjin dar um grito indignado, mas dessa vez, de verdade.
─ Você já comeu, né, Jisung? ─ Bangchan o questiona, aparentemente preocupado com a sua alimentação super, hiper, mega balanceada e saudável.
Mas Jisung, por outro lado, estava nervoso, quase trêmulo. Sua boca pálida e os olhos assustados deduravam sua insegurança e medo. Tão pequeno. Tão frágil. Mas não é atoa.
─ Ainda não, hyung. Eu perdi um pouco a fome. ─ ele diz simples, baixo. Seu olhar caído entregava o quão péssimo o bochechudo se sentia naquele momento.
Segurei em seus ombros por impulso, quase um abraço. Ele olhou para trás assustado, me vendo. Impressionantemente, Jisung se aconchegou no meu abraço, encostando seu corpo no meu. Foi algo estranho, até uns 30 minutos atrás, eu tentei jogar ele na frente de uma moto, depois eu defendo ele de uma agressão, agora estamos quase abraçados. Para quem, praticamente, me odiava, está muito apegado comigo.
Bangchan claramente percebeu a mudança repentina de humor do mais novo, sua expressão facial deixou isso claro o suficiente para os outros dois também notarem a inquietude de Jisung, que se encolheu de vergonha, minimamente.
─ Amor, está tudo bem? O quê aconteceu? ─ Hyunjin o questionou simples, mas ainda sim muito preocupado com o mais novo. Os grandes olhos de Jisung se propuseram a encherem de lágrimas, mas tentei impedi-lo de cometer tal ato.
─ Não chore aqui, Jisung. Você está seguro, ninguém vai mexer contigo novamente, garoto. ─ sussurro em seu ouvido, segurando em sua cintura, como uma forma de fazer com que ele se sinta seguro ao meu lado. Por mais que eu não goste disso, não goste de ser o "demônio da guarda" de Jisung, eu gosto de cuidar dele. Talvez, isso tenha sido apenas a primeira impressão.
─ A gente conversa quando chegarmos em casa, certo? Se diverte com os teus amigos, Jisung, sabe que eles não vão gostar de te ver triste. ─ disse baixo, o abraçando, por final. ─ Minha missão aqui, é cuidar de você, então não se preocupe. Eu estou aqui.
Percebi que o garoto formou um pequeno sorriso em seu rosto, o que me deixou um tanto mais feliz. Ele estava quase chorando há segundos atrás, e agora, eu estou fazendo ele sorrir. Isso é tão bom.
─ Está tudo bem, Hyun, só foi uma... Uma brisa besta na minha cabeça, como se eu estivesse chapado sabe? Na mesma vibe! ─ ele disse alto, rindo no final e se afastando de mim, pegando na mão de Hyunjin e entrelaçando seus dedos. ─ Vamos? Quero pegar um lugar bom, para ficar na bagunça e gritar até perder a voz! ─ ele disse, fazendo com que todos, finalmente, fossem em direção ao estádio.
E, enquanto andavam, Jisung olhou para trás, me vendo, e estendendo sua mão livre, de forma discreta. Admito que corri até ele, segurando em sua mão. Foi mais forte do que eu.
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