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POV: JOÃO VITOR
São Paulo.

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Eu estava na sala, conversando com Malu. Ela estava me dando sermão sobre a briga.

— Jô, você não podia ter feito isso! Eu te amo mas você sabe muito bem, não é nenhuma criança pra eu ficar passando a mão na sua cabeça.

— Eu sei Malu mas...

— É só uma garota normal João!

— Você tá certa.

— Finalmente.

Dei um sorriso quando escuto batidas na porta da sala e viro pra trás. Era Lara.

— Professora posso falar com o João?

— Claro.

Lara me puxou pra fora.

— Jô, eu tô gostando de ti. Vamo ficar?

— Lara.. eu..

— Sabia que não me decepcionaria!

Ela me deu um beijo inesperado e eu confuso retribui, boca de qualquer pessoa pra me preencher, São Paulo é uma droga, eu queria Pedro.

— Tchau, meu bem.

Pedro me chamava assim. Que porra eu tava fazendo?

Não contei para Malu e mais tarde Lara resolveu dividir quarto comigo, era a maior burrada que eu fiz. Ela disse que íamos para uma festa mais tarde, me arrumei levemente, mas claramente nada bem. Eu beijava ela mas não sentia nada, isso me preocupava.

Pov: Pedro Tófani
São Paulo.

Malu dividiu quarto comigo e me chamou para uma festa mais tarde.

— Vamo pê! Vai ser legal eu juro , e você vai esquecer de tudo ruim.

— Me convenceu, eu vou.

Levantei e comecei a me arrumar , calça preta baixa, blusa branca social e boné.

18:40

Chegamos na festa e pegamos uma mesa qualquer. Pedi uma bebida que eu gostava, raramente eu gostava de bebidas.

Tomei um gole, era uma sensação relaxante. Não sei quem fazia essa bebida, eu apenas sei que nas festas que eu vou sempre tem, então apenas peço ela.

Ficamos conversando, quando meus olhos se direcionam para uma pessoa. João estava na festa, com a Lara. Um copo de cerveja com delicadeza, ofereceu pra garota que estava em sua mesa. Lara olhava pra mim com deboche, mas a única coisa que eu sei, ela iria sentir meu gosto, meu cheiro, tudo. Ele faz amor com ela como fazia comigo? Morde a boca dela quando beija,  como fazia comigo?  Vai se fuder România.

Fui até o banheiro e comecei a chorar. Porra como aquilo me machucava tanto, martelando a frase na minha cabeça "tudo isso por que gostei de um garoto". Que merda, que merda, que merda! Eu estava com as mãos em meu rosto quando sinto uma presença atrás de mim, tirei as mãos de meu rosto.

— Pedro? – Era João.

— Não bastava estragar minha vida? A minha comparação com você me mata, João. Estou tão cansado da minha vida, tenho inveja de você. Você tem vários amigos, tem uma pessoa que te ama, uma vida boa, tudo pra você é bom, vive a vida bem depois do término, sai todo dia. Bonito, feliz, tudo que eu queria ser. Inveja é tudo que sinto. Porra, eu ainda ligo sobre o quanto você é lindo cada dia. Tudo isso por que gostei de você. – Eu disse dando uma risada sarcástica com lágrima nos olhos. — Ah e agora pra Lara, sou o vagabundo, o merda, como sempre fui, sabe por que eu não moro com minha família? Por que ela estragou tudo caralho, ela sempre faz isso. Ela disse pro meu pai que sou Gay. Tudo isso por que eu gostei de VOCÊ, e tudo que eu conquistei foi pra isso? Acabar assim? Você não sabe o quanto agora eu quero ir embora, nunca mais voltar. Eu tenho fogo no olhar, România.

Eu..me desculpa Pedro, eu juro. Nunca gostei da Lara, porra depois do nosso término eu vivi a vida? Você diz que eu saio de casa todo dia mas eu mal saio de minha cama. Eu estou confuso com tudo isso. Você já procurou saber? Eu queria me desculpar com você faz tempo. Eu sinto falta de você, minhas roupas sentem falta do seu cheiro caralho! – João Vitor falava chorando.

O puxei com raiva e olhei diretamente no seus olhos.

— Eu talvez me arrependa, ou não. Mas porra, você é incrível. Eu te amo, canalha.

Nos beijamos, pra nossa sorte o banheiro era masculino, me apoiei na pia, nossas línguas no mesmo ritmo, sua mão na minha cintura, porra como eu sentia falta disso.

— Temos que voltar. – Eu dizia contra sua boca.

— Aqui tá tão melhor. – Ele pegou meu boné e colocou nele.

— Me encontra umas 01:00 hoje, no corredor do meu dormitório, a gente se encontra no escuro e termina esse papo. – Eu dizia arrumando sua blusa.

Fui embora e João saiu depois, eu saí daquele banheiro com um sorriso inexplicável, cheguei pulando na mesa.

— Beijei o João e nos resolvemos.

— Que? Mas..a Lara..ele, que? – Malu disse sem entender.

— Não me pergunte.

Passamos a festa trocando olhares até ir embora.

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Palavras:804



𝐐𝐔𝐀𝐋𝐐𝐔𝐄𝐑 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐀𝐓𝐎 - au pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora