Monster Another World

Episódio 20 - O Despertar das Serpentes.

Data: 27 de fevereiro de 2016
Hora: 21:30
Clima: Noite fria, 12°C, com céu nublado e brisa leve.

Wil, ainda sentindo os efeitos da maldição da Fúria dos Titãs, continuava seu treinamento solitário em um campo isolado, longe de qualquer civilização. Apesar da dor constante que a marca em seu pescoço provocava, ele estava determinado a dominar os selos da maldição, acreditando que só assim teria uma chance de resgatar seus amigos.

Wil (ofegante, tentando canalizar sua espiritualidade):
— "Recicla, quanto tempo mais vai levar para eu abrir o segundo selo?"

Recicla (voz calma, saindo do relógio):
— "Wil, você está forçando demais o seu corpo. A primeira marca quase te matou. Abrir o segundo selo sem entender completamente o que ele faz pode ser fatal."

A exaustão estava visível em Wil, mas ele sabia que precisava continuar. Seus amigos poderiam estar sofrendo nas mãos das irmãs de Thorn, e ele precisava estar preparado. Ignorando as advertências de Recicla, Wil ajoelhou-se no chão e começou a concentrar sua espiritualidade, forçando o poder da marca a se expandir.

Wil (gritando de dor e determinação):
— "Eu... preciso... abrir... o segundo selo!"

Recicla (alarmada):
— "Wil, pare agora! Você está ultrapassando seus limites!"

Subitamente, uma onda de dor ainda mais intensa do que antes atravessou o corpo de Wil. Era como se seu sangue estivesse fervendo. Ele caiu de joelhos, ofegante, com as mãos no chão. As marcas negras em seu braço começaram a se expandir, cobrindo metade de seu corpo. E então, ele ouviu algo inesperado — vozes, ecoando em sua mente, carregadas de uma presença maligna.

Vozes (em uníssono, frias e ameaçadoras):
— "Finalmente... você nos libertou."

Das costas de Wil, surgem duas serpentes negras com olhos brilhantes, presas afiadas refletindo a luz da lua. As serpentes, Belial e Ashtaroth, as entidades demoníacas ligadas ao segundo selo, se manifestam fisicamente.

Belial (voz sedutora e arrogante):
— "Então, você conseguiu abrir o segundo selo. Estou impressionada... para um humano tão patético."

Ashtaroth (voz melancólica e sombria):
— "Você não faz ideia da dor que está por vir... toda a agonia que sua alma vai experimentar."

Wil, ainda caído e ofegante, sente a presença dessas serpentes em sua mente, tentando manipular seus pensamentos. Cada uma delas parece representar uma faceta sombria e corruptora da maldição.

Wil (com a voz trêmula e assustada):
— "Quem... quem são vocês?"

Belial (rindo de forma arrogante):
— "Eu sou Belial, o demônio da vaidade. Represento a fraqueza que todos têm diante de sua própria arrogância."

Ashtaroth (em um tom pesaroso):
— "E eu sou Ashtaroth, o demônio da melancolia. Sua dor será eterna enquanto estivermos aqui... alimentando-nos da sua alma."

Wil tentava processar a presença das duas entidades dentro de si. Ele sentia que, a cada palavra delas, uma sombra mais densa o envolvia, tentando arrastá-lo para a escuridão. Recicla, percebendo o perigo iminente, tenta alertar Wil novamente.

Recicla (urgente):
— "Wil, tente não perder o controle! Essas serpentes estão tentando invadir sua mente. Não as deixe tomar o comando!"

Wil (lutando contra a dor e as vozes):
— "Eu... não posso... deixar isso acontecer!"

Com esforço extremo, Wil começa a se levantar. Suas costas estavam cobertas pelas serpentes que, mesmo fisicamente manifestadas, pareciam fazer parte de seu corpo agora. Ele sabia que, embora essas entidades fossem perigosas, havia algo mais profundo que ele precisava entender. Um poder que ele poderia dominar, se conseguisse controlar.

Wil (determinado, apesar da dor):
— "Eu... não vou ser controlado. Vocês são minhas agora... eu comando vocês."

Belial e Ashtaroth (rindo em uníssono):
— "Você realmente acha que pode nos controlar? Que ilusão..."

As serpentes recuaram, envolvidas em uma aura maliciosa, mas por ora obedientes. Elas sabiam que sua verdadeira influência viria com o tempo. Entretanto, por agora, Wil sentiu que havia estabelecido uma tênue linha de controle sobre elas.

Recicla (mais calma, porém ainda em alerta):
— "Wil, você conseguiu... abrir o segundo selo. Mas a presença dessas entidades significa que o poder delas pode acabar consumindo você. Precisamos descobrir exatamente o que elas representam."

Wil, exausto, respirava com dificuldade. O esforço de abrir o segundo selo havia quase o derrubado novamente, mas ele sentia a diferença. Seu corpo estava mais forte, sua resistência maior. As marcas da maldição, agora cobrindo seu braço e parte de seu tronco, pulsavam com uma energia negra e densa. Mesmo sabendo que esse poder vinha com um preço, ele sabia que precisaria utilizá-lo para resgatar seus amigos.

Wil (com um leve sorriso, sentindo o novo poder fluir):
— "Eu consegui... Agora, só preciso de uma coisa: encontrar o castelo delas e salvar meus amigos."

Recicla, ciente de que o próximo passo seria ainda mais arriscado, faz uma varredura do estado de Wil. Ele estava mais forte, sim, mas ainda frágil em muitos aspectos. As serpentes em sua mente continuavam a sussurrar, tentando seduzi-lo para ceder ao poder, mas Wil as mantinha sob controle... por enquanto.

Data: 28 de fevereiro de 2016
Hora: 00:30
Clima: A brisa fria continua, e o céu antes nublado começa a se abrir, revelando algumas estrelas. A temperatura cai para 10°C. A jornada de Wil apenas começava, mas agora, com o segundo selo aberto, ele sabia que o verdadeiro desafio seria manter seu controle sobre o poder sombrio das serpentes. O castelo de Thorn e suas irmãs o aguardava.

Fim do Episódio 20.