Data: 31 de agosto 2016
Hora: 14:30 da tarde
Clima: Espaço profundo, estrelas brilhando, um silêncio imenso que só o vácuo do espaço pode proporcionar. O frio do espaço cercava Wil, enquanto o lado escuro da lua revelava-se como um abismo congelado.A Batalha Interna
Na vastidão silenciosa do espaço, Wil flutuava à deriva, preso entre o frio esmagador e o vazio absoluto. A queda na lua e os meses de congelamento deixaram seu corpo coberto por uma camada de gelo que parecia crescer a cada instante. Ele estava imóvel, seus sentidos reduzidos ao mínimo, como se o próprio universo estivesse determinado a engolir a sua existência. A única companhia que ele tinha era o constante sussurro de vozes que atormentavam sua mente. A cada segundo, as marcas rúnicas em sua pele, brilhando em tons de laranja e azul, pulsavam como uma chama fraca, mas persistente.
A lua Umbrya estava em sua fase visível, o que significava que sua face espectral estava voltada para Elandor, intensificando as energias espirituais e das sombras. Mesmo no silêncio do espaço, Wil sentia a influência de Umbrya amplificar o eco das vozes em sua mente, tornando a batalha interna mais intensa e quase insuportável.
As vozes vinham de todos os lados de sua consciência, sem descanso, sem misericórdia.
Belial (sussurrando com desprezo): "Veja só, Wil… sozinho, perdido, sem poder, sem glória. Você falhou, como eu sempre disse que falharia. E quem resta para te salvar agora?"
Ashtaroth (sombrio e venenoso): "Essa solidão é sua única verdade. Você sempre soube disso, Wil. Não há redenção, apenas o vazio. Sequer sua morte será lembrada."
Fenrir (rugindo, seu tom feroz): "Seus poderes? São nada sem mim! Aceite o caos, libere meu poder, e eu prometo que eles verão sua força! Mostre-lhes o verdadeiro terror que existe em você!"
Cada voz representava um pedaço da escuridão que tentava consumi-lo. Belial era o desprezo, Ashtaroth a solidão, e Fenrir a fúria. Cada um queria tomar o controle de sua mente, empurrando-o para a beira do abismo. Wil sentia a presença deles invadindo seu ser, como se o gelo que o envolvia fosse a manifestação física do peso emocional que carregava.
Por um instante, ele quase cedeu. A dor e a frieza estavam sufocantes, e a solidão parecia não ter fim. Mas, nas profundezas de sua consciência, uma lembrança brilhava. A imagem de seus amigos, de seus companheiros que haviam lutado ao seu lado, trouxe um fio de esperança. Ele sabia que desistir significava perder tudo pelo qual já havia lutado.
Wil (num sussurro): "Vocês podem tentar me quebrar, podem tentar tomar minha mente, mas eu sou mais do que um receptáculo para suas trevas."
As runas em sua pele começaram a brilhar com uma intensidade renovada, como se sua determinação reacendesse a magia que estava adormecida. A influência de Umbrya, embora destinada a amplificar o poder das sombras, também amplificava sua conexão com o mundo espiritual. Wil sentiu uma presença, uma voz leve e distante, como se alguém tentasse alcançá-lo do outro lado do espaço.
Ele concentrou-se, fechando os olhos e ignorando as vozes de Belial, Ashtaroth, e Fenrir, que gritavam para distraí-lo. Aos poucos, uma sensação de calma tomou conta dele, e, naquele breve momento, ele encontrou forças para resistir.
Belial (com raiva): "Você acha que essas lembranças podem te salvar? Você é fraco!"
Ashtaroth: "Deixe-se afundar, Wil. Ninguém pode ouvi-lo aqui."
Fenrir: "Liberte-me, Wil! Liberte o caos!"
Mas Wil ignorou cada uma das provocações, resistindo. A conexão com Umbrya agora era mais forte. Ele sentia a presença de Elandor distante, mas real, como se pudesse tocá-la através do espírito. Usando o que restava de sua força, ele tentou enviar um último pensamento, uma última esperança para quem estivesse em sintonia com as energias de Umbrya.
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Monster Another World
EspiritualEm um mundo devastado por forças além da compreensão, antigos poderes começam a despertar, trazendo caos e destruição a tudo que cruzam seu caminho. O equilíbrio que uma vez manteve o universo estável está ruindo, e estranhas energias surgem, ameaça...