Episódio 69 - O Perdão do Caçador: A Fúria de Fenrir.

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Data: 21 de outubro de 2016
Hora: 17h45
Clima: O céu estava coberto por nuvens pesadas, como se o próprio ambiente sentisse o peso do que estava para acontecer. O vento gélido varria as planícies ao redor de Nyr'dan, enquanto a luz do sol, enfraquecida, mal conseguia atravessar as nuvens. A atmosfera estava carregada de tensão e expectativa.

Depois de libertar as entidades que havia aprisionado, Wil sentiu um alívio profundo, mas temporário. A paz durou apenas alguns segundos antes que uma nova presença, esmagadora, se manifestasse em sua mente. Fenrir, o Lobo Bestial, a entidade mais feroz que Wil havia absorvido, agora se materializava diante dele, com ódio incandescente nos olhos.

Fenrir (rugindo com fúria descontrolada): "VOCÊ OUSA ME LIBERTAR, CAÇADOR? APÓS ME USAR COMO UMA ARMA, AGORA QUER ME DESCARTAR COMO SE FOSSE NADA?!"

A figura imponente de Fenrir exalava destruição e ódio. Seu corpo massivo, feito de gelo e fogo, pulsava com poder bruto. Seus olhos, ardentes, refletiam a fúria de um ser aprisionado. O ar ao redor de Wil ficou mais pesado, como se o mundo estivesse prendendo a respiração.

Wil (com a voz firme, mas carregada de pesar): "Fenrir, eu não busco mais o poder que tomei de você. Estou tentando reparar os erros que cometi."

Fenrir avançou com uma força esmagadora. Dentro da mente de Wil, Belial e Ashtaroth observavam com diversão e desprezo.

Belial (sussurrando com escárnio): "Isso, Wil. Veja o que sua fraqueza trouxe. Fenrir nunca aceitará o que você está tentando fazer. Você abandonou o poder e agora pagará o preço."

Ashtaroth (em um tom gélido): "Ele não é o único que se sente traído. A dor é uma companheira fiel, Wil. Você deveria tê-la aceitado como parte de si."

Fenrir, em um frenesi de ódio, golpeou Wil com força descomunal. Cada ataque ressoava como trovões, jogando Wil de um lado para outro. O corpo de Wil sofria, mas ele se recusava a lutar. Sabia que o conflito com Fenrir era mais do que físico.

Fenrir (com um rugido ensurdecedor): "VOCÊ ME USOU, ME CONTROLAVA! AGORA EU VOU DEVORAR VOCÊ!"

Apesar dos golpes brutais, Wil manteve-se firme, aceitando o julgamento de Fenrir. O sangue escorria de suas feridas, mas ele continuava de pé, determinado a enfrentar as consequências de seus erros.

Seraphim de Aegis surgiu novamente, sua luz envolvendo Wil em uma barreira protetora, enfrentando a fúria de Fenrir com serenidade.

Seraphim de Aegis (em um tom calmo, mas firme): "Fenrir, você tem razão para sentir raiva. Mas Wil está tentando mudar. Ele se libertou das correntes do poder que o controlavam, e agora quer libertar você também."

Fenrir rosnou, avançando novamente. A luz de Seraphim evitava danos maiores a Wil, mas a fúria do lobo parecia implacável.

Wil (com a voz fraca, mas determinada): "Você tem razão para me odiar, Fenrir. Eu te usei para meus próprios fins. Mas estou pronto para aceitar o que você decidir. Se quiser me destruir, faça isso. Não vou mais lutar contra você. Mas, se puder me perdoar, terá sua liberdade."

Por um momento, o tempo parecia congelar. Fenrir hesitou, seu olhar cheio de ódio, mas havia algo mais em seus olhos, algo que o fez pausar. Ele ainda rosnava, mas agora parecia refletir.

Fenrir (com sua voz ainda cheia de ódio, mas mais contida): "Você realmente acha que merece o perdão, humano? Fui aprisionado e forçado a servir. Agora quer que eu simplesmente o liberte dessa culpa?"

Seraphim de Aegis (calma, mas firme): "Perdão não é fácil, Fenrir. Mas Wil está disposto a aceitar as consequências. Ele não busca mais poder, mas redenção. Devorar Wil traria algo além de mais dor a você?"

O silêncio era palpável. Fenrir continuou rosnando, suas garras afiadas preparadas para atacar mais uma vez. No entanto, ele parou, observando Wil com desprezo misturado a contemplação. Destruir Wil não apagaria o passado, e ele sabia disso.

Fenrir (resmungando): "Você ainda não me provou nada, Wil. Mas, por enquanto... eu observarei."

Com isso, Fenrir recuou, desaparecendo nas profundezas da mente de Wil. Sua presença ainda estava lá, latente, aguardando. Ele não havia perdoado Wil, mas também não o destruíra.

Wil caiu de joelhos, exausto. O peso de suas ações finalmente o alcançara por completo. Ele olhou para o céu, lágrimas escorrendo pelo rosto.

Wil (com a voz trêmula): "Seraphim... você também vai me deixar? Depois de tudo?"

A luz de Seraphim de Aegis brilhou intensamente ao redor de Wil, envolvendo-o em uma aura protetora. Sua presença acalmou o caos dentro da mente de Wil.

Seraphim de Aegis (com ternura e firmeza): "Eu nunca vou deixar você, Wil. Enquanto houver bondade em seu coração, enquanto você buscar a redenção, estarei ao seu lado. Não importa quão difícil seja o caminho."

Wil, exausto e sobrecarregado emocionalmente, desmaiou. O cansaço físico e mental finalmente o dominara.

Na escuridão de sua mente, as outras entidades continuavam em silêncio, mas a tensão ainda era forte. Belial e Ashtaroth observavam com desprezo silencioso, aguardando o momento de agir.

No entanto, pela primeira vez em muito tempo, Wil sentiu paz, mesmo que por um breve momento. Sabia que o caminho à frente seria árduo, mas agora tinha a companhia de Seraphim de Aegis para guiá-lo. Isso, por enquanto, era o suficiente.

Assim, Wil adormeceu, suas feridas começando a cicatrizar lentamente. Ele havia dado mais um passo em direção à redenção, mesmo que o futuro ainda fosse incerto.

Fim do Episódio 69.

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