O Passado

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Ela se virou para encará-lo, seus olhos repletos de raiva.
- Isso é... por ter tentado MIJAR EM MIM!! - então quebrou a garrafa na têmpora dele e seu chapéu voou para longe.

Sangrando, ele ainda olhava para ela perplexo por seu atrevimento e rapidez, ele de fato não previu isso. Respirou fundo fechando os olhos ao fazê-lo.
- Tudo bem, eu mereci isso - disse massageando o local do impacto voltando a olhar para ela.

- Não! Isso ainda foi pouco! Você merece muito mais Muzan! - as palavras dela carregadas de ressentimentos.

- Eu sei.

- Se sabe por que veio atrás de mim? Por que insiste em tirar a minha paz? Volte para sua família feliz de faz de contas!

- Eu não posso fazer isso, - repentinamente ele abraçou ela - senti tanto a sua falta garota... - disse enquanto se aconchegava nos ombros dela - você está tão, tão linda...

Estarrecida, ela ficou imóvel, seus olhos petrificados, seu coração tão acelerado que ele podia sentir as batidas, quando finalmente ela tentou sair ele a apertou mais.

- Não te deixarei partir dessa vez.

- Você sente prazer em me fazer sofrer? - os olhos dela umedecidos.

- Não! Eu só quero você e o nosso filho perto de mim, no lugar de onde nunca deveriam ter saído.

- Mas foi você mesmo que nos afastou Muzan - ela desmontou-se em lágrimas então ele cessou o abraço mas ainda a mantinha perto de si, as mãos dele nos ombros dela.

- Eu sei, é tudo culpa minha, eu parti seu coração, e provavelmente é tarde demais para pedir desculpas, mas por favor me deixe tentar limpar a bagunça que eu fiz.

- O que você fez não tem perdão.

- Não diga isso... - ele enxugou as lágrimas dela - eu te amo tanto.

- Mas eu te odeio! - ela se afastou para trás longe das mãos dele.

- Se você me odeia tanto por que ainda usa o anel que te dei?

Ela olhou para o anel em seu dedo lamentando por todas as vezes que tentou se desfazer dele mas sempre o colocava de volta. Agora mais uma vez ela tentou retirar mas antes que conseguisse ele voltou a se aproximar e segurou na mão esquerda dela juntando seus dedos, com a outra mão livre levantou o queixo dela para ela olhar para ele.

- Eu vejo em seus olhos, em seu corpo, você ainda me ama também, assim como eu te amo. Não é tarde demais.

- Mas eu não sou igual a você. Eu não menti.

Ele soltou um suspiro lamentoso antes de recomeçar a falar.
- Eu sei que eu menti pra você, mas ouça minhas palavras agora, meus sentimentos são reais, meu coração pertence todo a você. Apenas você.

- Eu não consigo mais acreditar Muzan... você me destruiu.

- Eu sei! Eu sou um filho da puta! Mas eu não tive outra escolha!

Ela empurrou ele indignada.
- Não teve escolha... você espera que eu acredite nisso?!

- Mas é a verdade!

- Alguma vez você já disse a verdade pra mim?

Ele refletiu um instante, suspirou e tomou uma um decisão.

- Se eu dependo da verdade pra você me livrar do tormento que é ficar sem você, então vou te contar absolutamente tudo.

- Não vou mais cair nos seus truques Muzan! Você não passa de um manipulador sujo e mentiroso! Me deixa em paz!

Muzan - UltraviolênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora