Vislumbre de nós

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- Não... Por favor não... - ela juntou ainda mais o filho em seus braços e o beijou na cabeça caindo em lágrimas - Meu bebê... por favor Muzan eu não posso ir com você...

- Não me peça isso, eu não posso mais imaginar um mundo sem você - disse se aproximando. Nakime ficou no mesmo lugar mais distante observando tudo atentamente.

- Meu filhinho... - ela olhava sofrendo para o bebê, suas esperanças estavam se esvaindo a cada passo do rei demônio.

- Ele também é meu filho..., - Kibutsuji já estava junto dos dois, tocou no cabelo dela por de trás da cabeça e lhe deu um beijo acima da testa, ao mesmo tempo acariciou a cabeça do filho - Ele é como eu... - o rei demônio soube assim que sentiu o cheiro do filho.

- Muzan... - ela levantou o queixo para olhar para ele - me deixe criar nosso filho do jeito certo, longe dos perigos, longe dos hashiras, longe de toda maldade...

Ele tocou no rosto dela e enxugou as lágrimas com o polegar.
- Meu amor, não precisa ter medo, eu protegerei ele, vocês dois são o mais importe para mim, ao meu lado vocês estarão seguros, de proteção vocês viverão, eu prometo.

Quando já tinha limpado o rosto dela, seus olhos se encheram d'água outra vez e de repente mais lágrimas caíram.
- E quem nos protegerá de você?

Em choque, ele mesmo se afastou percebendo naquele momento que a garota que amava estava de fato escapando de suas mãos.

Depois de um breve silêncio enquanto encarava a menina de seus olhos, ele ouviu um pequeno som vindo de seu filho, olhou para ele viu os bracinhos estendidos em direção a mãe.

- Mas eu amo tanto vocês... - sussurrou arranhando a voz.

- Então entenda, o melhor para nós dois é ficar longe de você - ela já não chorava, estava determinada, suas esperanças tinham voltado pois sabia que ele estava sofrendo, porque realmente ela sentia o amor dele, acreditando assim que esse amor fosse maior que o egoísmo pela primeira vez.

- Não! Entenda você! Eu jamais machucaria vocês! - se aproximou novamente e segurou ela nos braços logo abaixo dos ombros, tinha recuperando sua essência possessiva.

- Com você eu não tenho certeza! Seu amor é egoísta! É mesquinho. Meu filho nunca estaria seguro com você por perto! E eu não vou permitir que você o use como uma cobaia assim como tentou usar a mim!

- Olha o que você está falando! Porra! Eu nem pensei nisso! Eu não faria isso com ele! Ele é meu filho e eu o amo! Não repita mais isso por favor!

- Se você o ama, então deixe ele comigo, nos deixe ir.

- Amor, amor, - segurou o rosto dela falando bem próximo dos seus lábios, o ar saindo como névoa batendo na boca dela a cada súplica - desista disso! Não vá embora, eu vou mudar! Eu vou ser melhor! Tudo vai ser melhor do que antes! Mas por favor não deseje se separar de mim. Você me disse que seríamos uma família feliz, lembra? Você concordou! Vamos fazer isso! Eu vou fazer vocês felizes como vocês merecem!

Enquanto ele suplicava, ela sentia cada palavra atingindo seu coração como facadas. Ela o amava profundamente, nunca deixou de amá-lo um minuto sequer, nunca deixou de pensar nele um dia que fosse, e nunca deixaria não importasse o que ele tivesse feito, não importava a decisão que ela tivesse tomado e isso só tornava tudo ainda mais difícil.

- Me perdoe, você passou por muita coisa... Não... Caralho... Eu fiz a garota que eu mais amo sofrer, eu sei que eu não te mereço, não mereço esse bebê que está em seus braços, eu sou tão imprestável! Eu não estive lá quando você mais precisou de mim, na sua gravidez... eu queria ter participado de tudo, eu queria ter cuidado de vocês, queria poder dizer com todas as palavras que minha mulher teve um gestação feliz... mas eu sei que você sofreu. Eu até tentei através dos olhos de Douma estar presente, mas chegou um ponto em que ver você me despedaçava, porque me fazia lembrar o quanto eu era um perdedor, então parei de te procurar, me dediquei a outras coisas insignificantes para poder manter um pouco da sanidade, mas ainda assim, quando deitava nas poucas vezes que conseguia dormir você lá estava presente em meus sonhos, o único lugar onde eu podia ter um vislumbre de nós num mundo onde só nós três existíamos... e quando eu acordava, vivia perdido em devaneios me imaginando ao seu lado em cada pequena coisa que fazia...

Muzan - UltraviolênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora