VI

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Capítulo 6: Sob a Sombra do Conflito




Local: Bosque de Brackendale, Norte da Inglaterra
Data: Noite de 13 de outubro de 1788







Os últimos dois anos trouxeram uma sombra ainda mais densa sobre o mundo bruxo. Com o reaparecimento de Voldemort, em meados de 1786, o medo e o caos se espalharam como um incêndio incontrolável. Mesmo após a suposta morte de Severus Snape. A ordem da Fênix lutou para preencher o vácuo deixado pela ausência dos dois bruxos. O retorno dos Comensais da Morte, mais violentos e organizados, tornou a situação ainda mais difícil para os membros da Ordem.

A divisão interna nas fileiras dos aurores e a suspeita crescente entre aliados e inimigos marcaram o ano de 1787 como um período de incertezas. Narcisa Black assumiu um papel mais ativo ao lado da Ordem, ainda que sob uma postura de independência. O filho dela, Draco Black, estava crescendo sob a proteção constante de sua mãe e dos membros mais próximos da Ordem, entre eles Sirius Black, que havia se tornado uma figura paterna e um apoio incondicional para o jovem.

Todos sabiam que o pai biológico de Draco era Severus Snape, mas a informação se mantinha como um segredo compartilhado, pois a segurança do menino era prioritária.

Agora, em 1788, a guerra já se mostrava em seu ápice. Comensais e membros da Ordem encontravam-se cada vez mais em confrontos diretos. E, em cada um desses embates, havia sempre uma presença misteriosa: duas figuras encapuzadas, cujo poder rivalizava com o dos mais fortes bruxos de ambos os lados.

Quem eram eles? Essa pergunta pairava no ar, sem resposta.



▪︎ Bosque de Brackendale



O céu noturno estava coberto por nuvens densas, como um manto que escondia a lua e as estrelas. O silêncio do bosque era opressor, quebrado apenas pelo farfalhar das folhas e o som abafado das botas dos bruxos sobre a terra úmida. Sirius Black avançava cautelosamente pela linha de árvores, seus sentidos aguçados pelo instinto e pela experiência. Ao seu lado, Remus Lupin mantinha a postura alerta, o olhar focado no horizonte escuro.

— Você sente isso? — murmurou Remus, virando a cabeça levemente para Sirius. — A energia no ar... Parece distorcida.

Sirius estreitou os olhos, os traços austeros delineados pelas sombras. Ele assentiu levemente, sem desviar o olhar do caminho à frente.

— Sinto. Algo está... diferente.

Remus se aproximou um pouco mais, tocando de leve o ombro de Sirius. O gesto não passou despercebido pelos outros membros da Ordem, mas ninguém fez qualquer comentário. A proximidade dos dois era algo que, embora inusitado para muitos, já se tornara um fato aceito pela maioria dos aliados.

— Cuide-se, querido — murmurou Remus, a voz quase um sussurro ao vento, mas carregada de uma ternura palpável.

Sirius esboçou um sorriso pequeno, que contrastava com a tensão de seu corpo.

— Sempre, Lunático. Sempre.

James Potter, que vinha logo atrás, pigarreou, erguendo uma sobrancelha enquanto observava o casal. Ele não conseguiu evitar um sorriso cínico, balançando a cabeça.

— Vocês dois e suas declarações de amor em meio à guerra — comentou James, com um tom de incredulidade misturado a uma leve provocação. — Um dia, Bellatrix vai usar isso contra você, Sirius.

Sirius virou-se, lançando um olhar debochado ao amigo.

— Bem, Prongs, alguém tem que manter o romance vivo. E, se for para morrer, que seja ao lado de alguém que vale a pena. Não que você entenda algo sobre isso, com seus beijos de despedida rápidos e sec...

Harry Potter __ Ascensão do PrinceOnde histórias criam vida. Descubra agora