Capítulo 3 - Rheyk

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Meu corpo se contraiu repentinamente no chão empoeirado, do mesmo jeito que acontece quando tenho um pesadelo. Dessa vez, me recusei a abrir os olhos. Não suportava mais aqueles sonhos infernais! Mas, se tinha sido só um sonho, por que minha perna parecia latejar? Por que o ar a minha volta estava tão pesado? Por que era tão difícil respirar?

- Agora esperar a bela-adormecida resolver acordar para descobrir de onde ela é. - Era uma das vozes que estavam no meu quarto. Ela carregava acidez que só uma patricinha sabe usar.

Apertei ainda mais meus olhos e paralisei. Droga! Não tinha sido um sonho? Não! Tinha que ser! Não faz menor sentido personagens de um desenho infantil atravessarem uma TV para me sequestrar. Mas, por via das dúvidas, ia ficar quietinha aqui até eles se distraírem para que eu pudesse fugir. Se eu estava presa em um sonho, tinha que me manter viva até acordar.

- Nate, você tem alguma suspeita? Conhece ela? Ou por que Petrik a quer? - Uma voz angelical, que me lembrou mamãe, soou.

- Nunca vi. Mas... Alguma coisa no olhar dela me pareceu familiar. - O rapaz, o mesmo que falou comigo quando eu estava sendo carregada, respondeu frustrado. - Eu deveria saber, não é? Mais uma falha para mim.

- Ah, Nathan! - Uma nova voz, mais aguda e infantil que as demais, disse. - Deixa os dramas para mim. Você não tem obrigação de conhecer cada habitante desse mundo.

- E olha as roupas dela. - Uma garota interrompeu. Sua voz doce parecia um riso que se estendia. - Qual é? Com certeza, essa menina devia estar escondida na Terra há algum tempo.

- A grande pergunta é: por quê? - Uma voz feminina mais rouca e sóbria falou de forma analítica. - Petrik foi atrás dela em outro universo. Ele nunca foi buscar cidadãos de Rheyk na Terra. Tem algo diferente nessa garota.

- E pior, Aline. - A voz irritada, a primeira, voltou. - O que vamos fazer com ela?

Ouvi uma risada gostosa ressoar pelo ambiente e uns passos serem dados em minha direção.

- Nossa! Estava pensando em levar ela para Aline fazer uns testes de laboratório e poderíamos a tornar nosso pet. Não é legal? - Apesar da atrocidade dita, sua risada deixava nítido que ela zombava da outra. - É uma garota que deve ter nossa idade, Jane. Vamos a deixar ir para casa, sua tonta!

- Não sei se é o mais seguro. - Aquela voz feminina mais rouca ponderou. - Se Petrik quer tanto a cabeça dela, Victor almeja isso. A deixarmos ir pode significar colocar uma arma para a cabeça da menina.

Engoli em seco e, com essa frase motivadora, decidi abrir meus olhos. Tentei me mover o mais lentamente possível para não representar um perigo para aqueles que me fitavam. Com esmero, coibia meu desejo de correr desesperada. Precisava analisar o recinto primeiro.

Estava deitada em um chão muito sujo de terra preta. O clima era úmido e quente, fazendo diversas gotas de suor marcarem meu pescoço e capturarem mechas do meu longo cabelo. Olhando ao redor, supus que estávamos em alguma casa decrépita totalmente abandonada. Havia uma lamparina metálica perto de nós, a única fonte de luz no recinto. Ao redor daquele lugar, seis adolescentes me cercavam. Meus olhos se arregalaram o máximo possível, reconhecendo a verdade.

Droga! Esse era o sonho mais louco que eu já tive. Eram realmente os membros do programa infantil Rheyk. E não... Não como desenhos. Eram de carne e osso como eu. Céus, a clínica psiquiátrica ia ser pequena para mim. Os seis pares de olhos acompanhavam qualquer singelo movimento meu.

Os Segredos de Rheyk - VERSÃO BETAOnde histórias criam vida. Descubra agora