Os laços entre os dois só ficavam mais fortes, eles eram tão próximos quanto amigos de longa data, dando apelidos um ao outro, lendo filosofia e ouvindo outros programas de rádio juntos.
— Bom dia, Al – Samael segurou a mão do radialista.
— Bom dia, Mael – Alastor apertou e carinhou a palma da mão do arcanjo — Eu tenho uma boa surpresa para você.
— Que tipo de surpresa?
— Vá até a mesa, tem umas coisinhas naquelas sacolas para você – O radialista apontou para o conjunto de sacolas de compras.
Samael, curioso como era, chegou perto, abrindo as sacolas vou várias roupas, todas de marca, com tecido extravagante e bom e design impecável.
— Muito obrigado mesmo, Al! São perfeitas – O anjo parecia encantado, o que fez o homem dá um sorrisinho de canto.
— Isso não é tudo, pegue as roupas da sacola do meio e vista-se, hoje vamos dar uma volta – O radialista pois as mãos na cintura – Acabei de perceber que não te mostrei nada por aqui.
O anjo guardou as asas, a auréola e a cartola, vestindo uma camisa branca, um colete marrom com botões e uma gravata borboleta, calça cinza e um sapato social, não podendo esquecer a boina acinzentada em sua cabeça.
Alastor seguiu a mesma linha, com excessão da gravata longa e um sobretudo preto por cima das roupas.
— Você está lindo – O radialista olhava impressionado, deixando que um pequeno rubor tomasse conta de suas bochechas.
— Agradeço o elogio, você também está, tenho certeza que atrairá moças bonitas dessa forma – Samael lhe deu o sorriso mais bonito que seus olhos já haviam visto. O locutor não deixou de sentir um certo desconforto com o comentário, não sabendo o porquê.
— E não iremos a pé! Te apresento minha humilde cavalaria mecânica – Alastor puxou o paladino até a rua, mostrando na frente do prédio, um carro.
— Uou! Aonde eu vivo, não tem nada parecido.
— Claro, vocês tem meios de transporte acoplados aos seus corpos – Tocou na costa do arcanjo, sentindo o mesmo tremer com o toque, tirou a mão logo, imaginou se tratar de uma área sensível.
Entrando no carro, Alastor se preparou para ligar, o ronco do motor pôde ser ouvido pela rua, então o automóvel começou a andar, se provando um transporte muito vantajoso, principalmente em cidades grandes.
As ruas passavam e demonstravam as belezas arquitetônicas da urbe. Samael desejou ter visto aquilo mais cedo, ainda estava curioso para saber aonde Alastor o levava mas se ficasse naquela cidade, seria majestoso.
— Vamos tomar um bom café antes de tudo – O rapaz estacionou na frente de uma cafeteria, quando notou o anjo quase abrindo a porta, ressaltou — Eu sou o cavalheiro aqui.
Alastor saiu do carro e abriu a porta para o arcanjo, nem o facínora fazia ideia do que fazia, fazia o que o instinto mandava ou talvez até o coração. Pegou a mão de Samael e o guiou até o estabelecimento – claro, depois de ter fechado a porta do carro – o anjo escondeu o rosto, mas ainda deu para notar a vermelhidão que nele havia, o locutor não deixou de fazer o mesmo.
Eles pediram um lugar, e ofereceram-lhes um perto da janela, o que foi recebido muito bem, afinal sempre era o melhor local dos restaurantes.
Alastor sabendo como o rapaz a sua frente era, pensou que preferiria um capuccino, o radialista pediu um doppio para si e uns cookies de acompanhamento.
— Então, gostou do lugar? – Perguntou, um pouco nervoso com a resposta.
— Mas é claro! – O entusiasmo de Samael para tudo a cada dia parecia para o radialista, a característica mais louvável do arcanjo.
— Fico feliz em ouvir isso – Deu um sorriso amável e espontâneo.
Quando o café chega, ele pôde ver os olhos de Samael brilharem ao tomar o primeiro golhe, ficou radiante ao ver que tinha acertado em cheio o gosto do anjo.
Após comerem, Alastor pagou a conta, o que foi recebido mal pelo anjo, que também tinha dinheiro humano em mãos, mas para o locutor pagar-lhe um café era um prazer.
Quase perto do carro, haviam moças bem trajadas, mas Alastor já sabia do que se tratava, então apenas ignorou. Eram suas fãs, mulheres que rejeitava quase todo dia, o que doía em um cavalheiro, já que nunca chegou a sentir nada por nenhuma mulher ou qualquer outro tipo de pessoa.
— Oi, docinho! – Uma delas vinha se aproximando, o radialista apenas sussurrou um vago "olá" e seguiu em frente com o arcanjo.
As mulheres resmungavam entre si, mostrando raiva e tristeza na voz pela rejeição tão indelicada que receberam.
Alastor (POV)
Essas mulheres não deixam de encher o saco da minha paciência, posso ser conhecido pela minha gentileza, mas com certeza por dentro, sou tudo menos gentil.
E se parar para ver, tenho um anjo tão belo ao meu lado que essas mulheres tão garbosas não chegam nem as pontas dos pés. Por que dar atenção a elas? Se tenho ao meu lado alguém muito mais formoso e amável.
Espera um pouquinho, sobre o que diabos eu estou pensando?
Alastor (OFF)
O anjo estranhou o comportamento de Alastor, seu rosto estava tão vermelho que parecia estar a ponto de explodir. Pensou ser raiva, já que pareceu tão incomodado com a presença das mulheres.
— Vamos embora, vou te levar para outro lugar.
Entraram no carro e por assim ficaram, conversando, rindo, ficando mais próximos, formaram um elo muito forte naquelas últimas semanas.
Um capuccino e um doppio, um doce e um amargo.
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Recebam migalhas de romance.
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Paladino do Facínora-Radioapple
FanficUm serial killer esquivo nos anos 20, Alastor, se encontrava em uma vida cheia de pecado e solecismos, condenado ao inferno e sabendo disso, nunca lutou para de fato mudar a sua realidade. Numa nova missão, Samael, um arcanjo, foi para a Terra com a...