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Os jornais traziam em suas manchetes a devastação em Seul, testemunhando os sacrifícios e a destruição que tomaram conta da cidade. Após um segundo dia marcado por uma dança macabra de destruição e coragem, os marines emergiram como heróis exaustos, cujo sacrifício e bravura finalmente ecoaram pelas ruas da cidade.
As palavras impressas narravam a saga implacável das forças norte-coreanas derrotadas, um vislumbre fugaz de alívio pairando sobre Seul ferida e convulsionada. Enquanto uma nova divisão se aproximava no horizonte, a promessa de reforços fortalecia os corações desfalecidos de esperança, acenando para um amanhã incerto imbuído de anseios por paz e restauração.
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A morte pairava sobre Jimin, e as perguntas vinham em ondas: por que o destino poupava uns e ceifava outros? O eco dessas dúvidas cravava fundo em sua alma ferida.
A guerra trazia consigo a inevitabilidade da morte, um espectro que rondava a todos sem distinção. Milhares caíam em questão de horas, vidas reduzidas a números na carnificina interminável. Mas, para Jimin, aquela perda era pessoal. A ausência de seu melhor amigo deixava uma ferida que não cicatrizava, uma saudade que queimava em seu peito.
O luto e a culpa o consumiam, e, por vezes, ele se perguntava por que ainda estava vivo. Talvez fosse melhor se ele tivesse sido o escolhido para aquela última dança com a morte.
Enquanto os mortos repousavam na frieza de suas tumbas, os vivos carregavam o peso de suas lembranças, presos às sombras do passado. Jimin sentia esse fardo, uma dívida que parecia impossível de pagar, feita de lágrimas e sangue, em uma guerra que deixava cicatrizes tanto nos vivos quanto nos mortos.
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ARLINGTON, VIRGÍNIA, EUA
24 DE JULHO DE 2054 - 09h30
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Jimin estava no imponente Cemitério de Arlington, envolto na atmosfera pesada do funeral de Bang Chan. As coroas de flores formavam um mar colorido à sua esquerda, enquanto pétalas rosadas de cerejeiras caíam suavemente, como se a própria natureza compartilhasse do luto que impregnava o lugar.
Diante do caixão, um grupo de pessoas trajadas de preto se reunia em silêncio. Jonathan Chan, o pai de Bang Chan, destacava-se entre eles, com uma postura rígida marcada pela dor da perda. O Sargento Namjoon, com a voz grave e cheia de emoção contida, começou a falar.
— É chegada a hora de nos despedirmos do Soldado Bang Chan, um homem que tive a honra de comandar. A verdadeira importância da vida está no impacto que deixamos nos outros, e, por esse critério, ele foi um dos melhores.
As palavras do sargento pairavam no ar, carregadas de respeito e pesar. O ambiente tornava-se cada vez mais solene enquanto o caixão lustroso e a foto de Bang Chan ao lado das flores roubavam toda a atenção.
Jimin observava tudo em silêncio, mas o turbilhão dentro de si o dominava. As medalhas brilhantes que os militares usavam pareciam perder todo o significado para ele. Elas não trariam os mortos de volta. Com um desdém crescente, ele olhou para as próprias condecorações presas à sua farda, desejando arrancá-las do peito.
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O Chamado do Dever - jjk & pjm
FanficEm meio ao caos da guerra, onde a sobrevivência é uma batalha constante, Park Jimin se alistou nos marines em busca de um propósito, sem saber que sua vida mudaria para sempre. Ao lado de seu melhor amigo, Bang Chang, ele enfrenta o horror da guerra...