27 - Recomeço

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QUEBEC - CANADÁ

21 DE OUTUBRO DE 2061

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Jimin estava na sacada de uma casa de campo, cercado pela paz que há muito desconhecia. O vento acariciava suavemente seu rosto enquanto o dia ensolarado ganhava vida com o canto dos pássaros. Ele vestia roupas simples: botas de couro, uma calça jeans e uma camisa xadrez de mangas longas em tons de vermelho. Seu lado direito, onde antes havia um braço, balançava livremente com o movimento do vento. Desde a morte do Sr. Chan, Jimin recusara qualquer prótese. Para ele, aquele vazio físico era um símbolo de liberdade. Usar um braço mecânico novamente, mesmo que de outra corporação, seria como vestir um uniforme invisível, algo que naquele momento ele não desejava.

Ali, naquela fazenda, ele não era um soldado. Não era parte de nenhuma guerra, de nenhuma corporação. Era apenas Park Jimin, um homem comum respirando o ar puro da vida que havia escolhido.

Seus pensamentos foram interrompidos por um abraço caloroso por trás. Jungkook o envolveu, depositando um beijo leve em seu pescoço, que arrancou um sorriso tímido de Jimin.

— Animado para a festa de aniversário? Todo mundo já chegou. — A voz de Jungkook era um misto de ternura e entusiasmo.

Jimin suspirou, olhando para o horizonte.

— Sim... Faz tantos anos que não comemoro meu aniversário. A guerra tirava até isso de mim.

— Tirava de todos nós — murmurou Jungkook, virando Jimin de frente para si. Seus olhos, intensos e carregados de promessas, encontraram os de Jimin. — Mas isso acabou. Vamos comemorar todos os aniversários, réveillons, natais... Qualquer motivo que tivermos para celebrar. — Ele sorriu, puxando Jimin para um selinho carinhoso.

Jungkook trajava uma regata justa que deixava à mostra seus braços tatuados e tonificados. Nos dorsos de suas mãos, carregava agora os nomes do Sargento Namjoon e do Tenente Taehyung. Era sua homenagem àqueles que tinham sacrificado tudo pela causa. Mesmo que Taehyung nunca tivesse recebido formalmente a patente, ele fora enterrado como tenente em sinal de respeito por seu sacrifício. Jungkook escolherá as mãos como local das tatuagens para lembrar a si mesmo que, se algum dia segurasse uma arma novamente, seria pelos motivos certos — para salvar vidas, como os dois haviam feito.

Na nuca, onde o cabelo curto não cobria e nem a touca quando usava raramente no campo, havia asas de anjo com o nome de Bang Chan gravado no centro, a arte ficava abaixo da tatuagem que ficava com o nome de sua irmã. Era sua maneira de honrar o legado do soldado. Ele entendia profundamente a conexão de Jimin com Bang Chan e respeitava isso.

Jimin, por sua vez, também carregava tatuagens de asas angelicais nas costas, envolvendo os nomes de Bang Chan, Namjoon e Taehyung. Era como se o arcanjo o abraçasse, protegendo os três que haviam sido sua força e inspiração durante os anos de luta.

Um sorriso leve apareceu no rosto de Jimin.

— Vamos comemorar. — Sua voz carregava um tom suave, quase como uma promessa de que ele realmente queria deixar o passado para trás.

Enquanto isso, seu celular vibrou com uma notificação. Era uma mensagem de sua psicóloga. "Parabéns, Jimin! Celebre a vida hoje." Ele sorriu.

— A doutora lembrou do meu aniversário...

Jungkook soltou uma risada curta.

— Foi ela que insistiu para comemorarmos as datas especiais. No início, achei que era só papo furado, mas ela estava certa. Celebrar dá uma pausa. É como se fosse um respiro que a gente precisa para continuar e lembrar que a vida pode ter momentos bons.

O Chamado do Dever -  jjk & pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora