O Chamado do Dever - jjk & pjm

8 - Respirar Não é o Suficiente

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Jimin despertou sobressaltado, a dor aguda de um tapa estampado em sua face, seguido por acessos de tosse enquanto expelia a água invasora de seus pulmões, seu corpo em convulsão, ansiando por ar, os sentidos em frenesi. Num lampejo de desorientação, seus olhos se ergueram para um céu impiedosamente indiferente — se aquele era o seu paraíso, então preferia estar no inferno.

Mas, ao ouvir a respiração ofegante do seu lado, percebeu que não havia morrido e vislumbrou Jungkook, fitando-o com uma intensidade e urgência, palavras impregnadas de fúria ecoando:

— Não... ouse desistir, seu maldito! O trabalho não acaba até eu dizer que acabou! — A voz ofegante de Jungkook ressoava, a camiseta branca justa delineando seu peito másculo, a água escorrendo por seus fios rebeldes, desprovidos da habitual touca.

Jimin ergueu-se, a ardência em seu rosto liquefeito de vergonha, marcada pelos cinco dedos incisivos de Jungkook.

— Eu... pensei que... — a voz trêmula de Jimin titubeava.

— Não pense! Se for chorar, que seja bem distante de mim! — Jungkook rugia, tensionado, seu olhar afogueado fulminando cada fibra de Jimin, que detectava, surpreso, um lampejo de vermelhidão nos olhos de seu companheiro. "Será que ele... chorou?" indagava Jimin em silêncio, enquanto Suga e J-Hope emergiam de um veículo, suas presenças precipitadas interrompendo o turbilhão emotivo que envolvia a dupla, fazendo Jungkook pigarrear em tentativas visíveis de recobrar a compostura.

— O que aconteceu? — a voz de Suga ecoou, a inquietação traçando sulcos em sua expressão, os olhos fixados no tecnólogo prostrado no chão. — Por favor, me diga que esse desgraçado está vivo!

— Mantenha a calma, ele está respirando — declarou Jungkook, alinhavando um leve empurrão com o pé contra o homem imóvel, uma resposta mínima em meio a gemidos fracos de consciência. — Pelo menos eu... acho.

— O que diabos querem com esse cara? — a inquietação pautava a voz inquisitiva de Jimin.

— Não sei, não me importo. É coisa dos chefões lá do QG — Jungkook direcionou seu olhar a J-Hope, um brilho fugaz de reconhecimento aflorando em seus olhos. — Recebemos nosso devido pagamento, J-Hope?

— A remuneração foi acertada integralmente conforme o prometido — testemunhou J-Hope.

— As bebidas ficam por minha conta esta noite — anunciou Jungkook, um verniz descontraído embalando suas palavras, ainda que Jimin decodificasse nuances latentes de algo mais, enquanto Jungkook persistentemente evitava encará-lo.

Jungkook recolheu a arma que outrora pertencera a Jimin, entregando-a de volta em suas mãos trêmulas.

— Você se saiu bem, Jimin. — As palavras soaram carregadas de significado, enquanto seus olhos fundiam-se nos de Jimin, um silêncio pesado ecoando na atmosfera.

Jimin acenou levemente, reassumindo seu domínio sobre a arma, sem notar a breve hesitação de Jungkook ao libertá-la.

— Mas se ousar desistir novamente, eu irei buscá-lo no outro lado e farei questão de quebrar suas pernas — a ameaça ousada deslizou dos lábios de Jungkook em sussurros velados, cuidadosamente dissimulada para que nenhum dos outros presentes, absorvidos pela situação envolvendo o tecnólogo, desconfiasse.

Jimin assentiu em concordância, seu silêncio reverberando interrogativas latentes. "Como... ele sabia?..." mergulhou Jimin num turbilhão de dúvidas, incomodado pela percepção aguçada e pela ferocidade velada de Jungkook, que se mostrava bem mais atento do que Jimin imaginara.

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