060 | Eu não posso

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Ana

Era um sábado tranquilo, e o sol da manhã iluminava a cozinha enquanto eu colocava algumas torradas no prato. Richard estava sentado à mesa, tomando café e observando cada movimento meu, como sempre fazia. Tinha algo no ar, uma tensão, uma conversa que eu sabia que viria.

  – Ana, a gente precisa conversar — ele disse, enquanto passava manteiga na torrada dele.

Me virei para encarar, já sabendo do que se tratava.

  – Sobre o quê?

  – Sobre o OnlyFans — ele começou, direto. — Agora que a gente tá junto, você ainda acha que tem necessidade de continuar com isso?

Eu respirei fundo, colocando a xícara de café na mesa e me sentando de frente para ele. Sabia que esse assunto surgiria em algum momento, mas não esperava que fosse tão cedo.

  – Richard, eu já sabia que isso ia incomodar você em algum momento, mas a resposta é sim. Eu vou continuar — falei, firme, olhando diretamente nos olhos dele.

Ele franziu o cenho, claramente incomodado.

  – Mas por quê? Agora você tá comigo, a gente não precisa desse tipo de exposição. Não faz mais sentido, Ana.

Cruzei os braços, sentindo a tensão aumentar.

  – Não é questão de fazer sentido ou não. É minha fonte de renda, eu ajudo a manter a casa e o meu pai com esse dinheiro.

Ele me olhou, surpreso.

  – Você ajuda o seu pai com isso?

  – Sim — respondi, sem vacilar. — Meu pai sempre fez de tudo por mim e pelos meus irmãos. Desde que minha mãe morreu, ele se desdobrou para manter a gente bem, e eu não vou parar de fazer minha parte só porque a gente tá junto agora. Não vou deixar de ajudar ele.

Richard se mexeu na cadeira, visivelmente desconfortável. Ele não esperava essa resposta.

  – Eu não sabia disso, Ana. Mas eu posso ajudar vocês, eu tenho como...

  – Não, Richard. Eu agradeço, mas isso é algo que eu faço por mim mesma, pela minha família. Não é sobre você poder ou não bancar tudo. Eu tenho o meu orgulho, o meu jeito de fazer as coisas. Não vou depender de você pra resolver os problemas da minha casa — respondi, agora um pouco mais dura, porque ele precisava entender.

Ele passou a mão pelo cabelo, claramente frustrado.

  – Não é isso, eu só... eu só quero o melhor pra você. Não gosto de ver você se expondo assim.

  – Eu entendo sua preocupação, mas isso é uma escolha minha. Eu sou responsável pelas consequências, e até agora, eu sei lidar com isso — falei, tentando manter a calma.

Richard ficou em silêncio por um momento, me olhando como se estivesse tentando processar tudo.

  – Eu só quero que você saiba que eu tô aqui, que você não precisa carregar esse peso sozinha.

  – Eu sei disso, Richard. E agradeço. Mas enquanto eu puder, vou continuar ajudando a minha família do meu jeito. Não vou abrir mão disso — finalizei, deixando claro onde eu me posicionava.


Richard

A água quente caía sobre meus ombros, relaxando meus músculos enquanto eu apoiava as mãos na parede do chuveiro. A cabeça estava cheia de pensamentos, e a maior parte deles girava em torno da Ana. Agora que estávamos juntos de verdade, havia algo que eu não conseguia tirar da cabeça: ela morar comigo. Era um passo grande, eu sabia, mas parecia o próximo lógico, principalmente depois da nossa última conversa.

Eu queria ajudar ela. Queria que ela não precisasse mais do OnlyFans para complementar a renda, para poder focar na carreira de modelo sem aquela pressão. Mas tinha que ser no jeito certo. Não dava pra forçar, ainda mais com a Ana sendo tão independente. Eu sabia que ela podia resistir à ideia de depender de mim.

Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e saí do banheiro, encontrando Ana já deitada na cama, mexendo no celular. Seu rosto iluminado pela luz suave do abajur, e aquela expressão concentrada me fez sorrir de leve. Ela parecia tão confortável ali, na minha casa, como se já fosse o lugar dela.

Eu me aproximei, sentando na beirada da cama e ela levantou o olhar, me dando um meio sorriso.

  – Oi, amor. Ta tudo bem? — Ela perguntou, desligando o celular.

  – Sim, só estava pensando... — comecei, ainda meio indeciso sobre como abordar o assunto. Ela franziu a testa, curiosa.

  – Pensando no quê? — Ela perguntou, agora totalmente focada em mim.

  – No que você acha de morar comigo. — Soltei a frase de uma vez, sem rodeios, mas com o coração acelerado. Ana ficou em silêncio por alguns segundos, claramente surpresa. Eu continuei, antes que ela pudesse responder. — Olha, eu sei que é uma grande mudança, mas seria mais fácil pra gente. E eu posso te ajudar com a sua família, só até sua carreira decolar de vez. Você não precisaria mais continuar com o OnlyFans, poderia se focar totalmente na modelagem.

Ela balançou a cabeça, negando de leve.

  – Richard, não sei se isso é uma boa ideia. É muita coisa de uma vez... Eu já disse que não quero depender de você.

Eu suspirei, já esperando essa resposta. Cheguei mais perto, deitando ao lado dela na cama, puxando-a levemente para perto de mim.

  – Eu entendo, Ana. Não tô pedindo pra você largar tudo e deixar suas responsabilidades. Você pode continuar ajudando seus pais, e eu posso te ajudar também, só até as coisas melhorarem de vez. Não quero que você se sinta pressionada a nada. Quero que a gente faça isso juntos, de um jeito que você se sinta confortável.

Ela me olhou por um momento, ainda parecendo um pouco resistente.

  – Eu não sei... é uma responsabilidade grande, morar junto.

  – Eu sei que é. Mas a gente já passa tanto tempo juntos, não faria muita diferença. Além disso, você vai ter seu espaço, vai continuar sendo a Ana independente de sempre. Eu só quero estar mais perto de você, e fazer as coisas um pouco mais fáceis pra gente — falei, baixando o tom, tentando convencê-la com calma.

Ela suspirou, olhando para o teto como se estivesse ponderando.

  – Você tem certeza que quer isso?

  – Tenho. Não só por mim, mas por nós dois. A gente pode fazer isso funcionar, eu prometo. — Dei um leve beijo no ombro dela, tentando suavizar o clima.

Ana riu de leve, balançando a cabeça, mas parecia um pouco mais convencida agora.

  – Você é insistente, hein?

  – Só porque eu sei que vai ser bom pra gente — retruquei, beijando a linha de seu maxilar, sentindo ela relaxar aos poucos.

  – Tudo bem...

  – Podemos explorar mais esse apartamento, hm?

  – Ah é? Me fala mais — Ana começa a passear as unhas pelas minhas costas

  – Você escolhe onde eu posso te comer — começo a beijar o meu pescoço

  – Incrível como você sexualiza tudo né? — ela da risada

  – Com você é impossível —  continuo beijandono seu pescoço

Entramos em reta final, com direito a eles irem morar juntos

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OnlyFans | Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora