055 | O que eu faço?

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Richard

Joaquín entrou no meu apartamento com um sorriso malandro no rosto, aquele que eu já conhecia muito bem. Ele se jogou no sofá como se fosse dono do lugar e, logo atrás dele, Luara apareceu cruzando os braços, com uma expressão que deixava claro que ela não estava nem um pouco feliz comigo. Eu já sabia o sermão que estava por vir.

  – Então, a princesa Ana não quer nem saber de você, é isso? — Joaquín começou, com aquele jeito debochado. — Você realmente conseguiu se ferrar, hein?

Eu bufei, passando a mão pelo rosto.

  – Ela não responde minhas mensagens, não atende minhas ligações. Nem quer me ver, mano. Eu já tentei de tudo.

  – De tudo? — Luara interveio, levantando uma sobrancelha. — Porque, sinceramente, você nunca pareceu muito bom em tentar "de tudo", Richard.

Eu sabia que ela ia me detonar, mas a essa altura, eu só queria resolver as coisas com a Ana. Não importava o quão ridículo ou humilhado eu ficasse.

  – Olha, eu sei que fiz merda, tá? — eu disse, cansado. — Eu só quero uma chance de falar com ela, tentar consertar as coisas.

Joaquín riu, balançando a cabeça.

  – Fácil. Vai lá, arromba a porta do apartamento dela, e fala na cara dela. Quem sabe ela te escuta.

  – Tá maluco? — Luara retrucou, fuzilando Joaquín com o olhar. — A última coisa que a Ana precisa é ele invadindo o espaço dela. Isso só vai piorar tudo.

  – Olha só, não tô dizendo pra ele quebrar a porta de verdade. Mas às vezes é assim que as coisas se resolvem. Vai lá e se impõe.

Eu revirei os olhos. Claro que o Joaquín iria sugerir algo completamente impulsivo e dramático. O cara sempre foi assim. Mas arrombar a porta da Ana? Não era uma opção.

  – Não, não vou fazer isso — eu disse firmemente. — A Ana me odeia nesse momento. Se eu aparecer na frente dela desse jeito, vai ser pior.

Luara suspirou, cruzando os braços e me olhando com aquela expressão de "você é um idiota". Eu sabia que ela tinha razão, mas era difícil admitir.

  – Olha, Richard — ela começou, tentando manter a calma. — Se você quer reconquistar a Ana, vai ter que fazer algo que mostre pra ela que você realmente se importa. Algo que toque o coração dela, mas sem parecer que você tá forçando a barra.

  – Tipo o quê? — perguntei, genuinamente perdido.

Ela pensou por um momento antes de sorrir levemente.

  – Algo mais intimista, sabe? Algo amoroso, mas que mostre que você conhece ela, que entende o que ela gosta. Pode ser um jantar, ou uma surpresa mais pessoal. Mas sem grandes exageros. A Ana odeia isso.

  – Amoroso? — Joaquín zombou, revirando os olhos. — Cara, só vai lá e fala o que precisa. Simples.

  – Eu já disse que isso não vai funcionar, Joaquín! — Luara rebateu, impaciente. — A Ana precisa sentir que ele tá fazendo um esforço de verdade, não que tá forçando a barra.

Joaquín deu de ombros.

  – Só tô dizendo. No meu lugar, eu faria isso.

Eu suspirei, balançando a cabeça. Tinha que admitir que a ideia da Luara fazia mais sentido. A Ana sempre gostou de coisas simples, gestos sinceros, e se eu quisesse mostrar a ela que estava arrependido, seria por esse caminho. Nada de grandiosidade, só algo que tocasse o coração dela.

  – Tá, vamos na sua ideia, Luara — concordei, olhando para ela. — Mas o que eu faço? Não quero errar de novo.

  – Ok, vamos pensar... — Luara sorriu, se aproximando e se sentando à mesa. — Ela gosta de livros, certo? Talvez você possa planejar algo relacionado a isso. Ou até mesmo um lugar mais reservado, que ela gosta, sem ser forçado.

  – E não precisa ser só um jantar — Joaquín acrescentou, com um sorriso malandro. — Mas, já que ela gosta de privacidade, faz algo no seu apartamento. Cozinha pra ela, por exemplo.

Eu ri, incrédulo.

  – Cozinhar? Eu sou horrível na cozinha.

Luara me olhou com uma expressão séria, mas com aquele brilho de curiosidade no olhar.

  – Richard, você já deu alguma coisa pra ela? — perguntou, a voz carregada de segundas intenções.

Antes que eu pudesse responder, Joaquín soltou uma risadinha maliciosa, claramente interpretando a pergunta de outro jeito.

  – Hm, deu o quê, hein? — ele cutucou, rindo como se tivesse feito a piada do século.

Eu revirei os olhos, ignorando a provocação dele.

  – Não, não dei nada pra ela — respondi com um tom de quem não tinha tempo pra essas gracinhas. — Ainda não, pelo menos.

Luara balançou a cabeça e sorriu, ignorando também o Joaquín.

  – Bom, você deveria. E sabe o que seria perfeito? Um buquê de flores. Algo clássico, mas que tem um significado, sabe? Só que tem que ser algo que tenha a ver com ela, não um buquê qualquer.

Eu me inclinei pra frente, considerando a ideia.

  – Um buquê? Será que ela vai gostar disso?

  – Claro que vai — Luara disse, confiante. — Mas você precisa descobrir quais flores ela gosta. Nada de escolher qualquer uma.

Eu fiquei em silêncio por um segundo. Ana nunca foi de falar muito sobre coisas triviais, e eu nunca prestei tanta atenção nisso antes. Mas, agora, parecia importante. Eu precisava acertar.

  – Ok — eu disse, determinado. — Mas como eu vou descobrir isso?

Joaquín deu um risinho e cruzou os braços.

  – Ah, essa vai ser boa. Quero ver o Richard detetive em ação.

Luara revirou os olhos pra ele e depois voltou a olhar pra mim, mais séria.

  – Vai ter que dar seus pulos, mas vai valer a pena.

Eu respirei fundo, sentindo o peso da tarefa que tinha pela frente.

  – Certo, vou descobrir.

Era um desafio, mas se havia algo que eu queria, era fazer as pazes com a Ana. E se isso envolvia um buquê de flores perfeito, eu estava mais do que disposto a descobrir qual seria.


Falta 25 capítulos pra acabar e Richard cagando no pau, enfim homens.

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