O drive-in havia sido mais tranquilo do que Amélia esperava. Depois de toda a tensão com Dallas e os olhares que ele lançava, o filme fora uma distração bem-vinda, embora ela ainda não conseguisse afastar o desconforto que sentira. De volta para casa, ela se sentia exausta, mas sua mente estava longe de relaxar.
Ao entrar na pequena casa dos Curtis, sentiu o calor familiar da morada dos irmãos. O cheiro de café e o som de passos pesados indicavam que Darrel, o irmão mais velho, já estava em casa. Ele tinha trabalhado o dia inteiro, e Amélia sabia que o peso de ser o responsável pela família estava sempre presente nos ombros dele.
Darrel, ou Darry como era chamado pelos irmãos, estava sentado à mesa da cozinha, com uma xícara de café à sua frente e uma expressão séria. Quando ouviu Amélia entrar, ele levantou os olhos e a observou por um segundo antes de falar.
— Como foi a noite? — ele perguntou, em um tom neutro, mas havia um certo cansaço em sua voz.
— Foi... boa. Fomos ao drive-in com Ponyboy e Soda. — Amélia deu de ombros, como se quisesse manter as coisas simples.
Darry assentiu, mas ela sabia que ele estava prestes a dizer algo mais profundo. E, como previsto, ele suspirou e se inclinou para frente, apoiando os cotovelos na mesa.
— Sabe, Amélia, não quero ficar no seu pé o tempo todo, mas desde que você voltou, as coisas mudaram. Não somos mais só nós três... E eu preciso saber se você está pronta pra lidar com isso. Não é fácil estar de volta.
Amélia ficou em silêncio por um momento, absorvendo as palavras de Darry. Ela sabia que ele estava preocupado — sempre fora o responsável desde a morte dos pais. Mas ouvir aquilo em voz alta a fazia perceber que sua presença ali também carregava um peso para ele.
— Eu sei, Darry — ela respondeu suavemente, puxando uma cadeira para sentar-se à mesa com ele. — Não estou aqui pra complicar as coisas. Só quero... fazer parte da família de novo.
Ele assentiu, mas havia uma tensão que ainda pairava no ar.
— Só quero que você entenda que as coisas são diferentes agora. Ponyboy está lidando com seus próprios problemas, e Sodapop... Bem, você sabe como ele é. Ele quer que tudo esteja sempre bem, mas nem sempre está. — Darry parou, tomando um gole do café e olhou diretamente nos olhos de Amélia. — E tem o Dallas. Eu sei que ele anda por aí.
Ao ouvir o nome de Dallas, Amélia se encolheu levemente. Sabia que Darry não gostava de Dallas Winston. Ele era o tipo de pessoa que Darrel evitava a qualquer custo — alguém imprevisível, perigoso, e que podia trazer problemas para qualquer um que estivesse ao redor.
— Eu sei como ele é, Darry. Não vou me meter com ele — ela disse, tentando soar convincente, embora ela própria não estivesse tão certa disso.
Darry não parecia satisfeito, mas não pressionou mais o assunto.
— Só fique longe de confusão, ok? — ele disse por fim, levantando-se e levando a xícara vazia para a pia. — Essa cidade tem muitos problemas, e não precisamos de mais um pra lidar.
Amélia assentiu silenciosamente enquanto Darry saía da cozinha. Ela sabia que ele só queria o melhor para ela e os irmãos, mas era difícil não sentir que sua liberdade estava sendo limitada. Desde que voltara, parecia que havia olhos sobre ela o tempo todo, especialmente de Ponyboy e Darry.
Algum tempo depois, Sodapop e Ponyboy entraram pela porta da frente, rindo e empurrando um ao outro de brincadeira. A leveza deles contrastava com a seriedade que Amélia sentia depois da conversa com Darry.
— Ei, o que tá rolando por aqui? — Sodapop perguntou, notando a expressão preocupada da irmã.
Amélia balançou a cabeça, forçando um sorriso. — Nada demais. Só conversando com Darry.
Ponyboy, sempre atento, olhou para ela com uma expressão que dizia que ele sabia que havia mais. Mas, ao invés de insistir, ele apenas deu de ombros e se jogou no sofá.
— Darry tem se preocupado muito ultimamente — Ponyboy comentou casualmente, pegando o livro que deixara ali mais cedo. — Mas é o jeito dele de ser.
Sodapop se juntou a ele, com sua energia habitual. — Claro, ele sempre vai querer que a gente fique na linha. Mas, na real, não tem muito o que fazer nessa cidade além de ficar fora de encrenca.
Amélia riu levemente, aliviada com a mudança de assunto. Ela se sentou ao lado dos irmãos, sentindo-se um pouco mais à vontade, mas a conversa com Darry ainda pairava em sua mente.
— E sobre aquele emprego que você falou? — Ponyboy perguntou de repente, mudando o foco para ela. — Você já decidiu se vai mesmo tentar?
Amélia assentiu. — Sim, estou pensando em procurar algo. Talvez numa lanchonete ou qualquer lugar que esteja contratando. Preciso fazer alguma coisa com meu tempo.
Sodapop sorriu, animado. — Isso é ótimo! Vai ser bom pra você. Além do mais, se conseguir um emprego, pode me pagar um lanche de vez em quando. — Ele piscou, sempre tentando manter o clima leve.
Ponyboy riu, e Amélia balançou a cabeça, sentindo-se grata pela leveza que os irmãos traziam.
— Claro, Soda. Você será o primeiro na lista.
Mesmo com as piadas e o ambiente familiar, Amélia sabia que precisaria encontrar um equilíbrio entre sua vida com os irmãos e o mundo lá fora. Não seria fácil evitar as influências que Tulsa e seus habitantes traziam. Ela só esperava que, de alguma forma, conseguisse manter-se fora de problemas... ou pelo menos, longe dos mais complicados.
📮
AAAAA finalmente mais um capítulo pronto🥹
Caso encontrem algum erro de escrita ou pontuação me avisem!! E me falem se estão gostando da escrita 😣
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𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐑𝐎𝐏𝐇𝐄𝐂𝐘 - Dallas winston
FanfictionApós ser expulsa da fazenda pelos tios, 𝐀𝐦é𝐥𝐢𝐚 𝐂𝐮𝐫𝐭𝐢𝐬 é forçada a voltar para Tulsa e viver com seus irmãos, Ponyboy e Sodapop. Lá, ela conhece Dallas Winston, o "bad boy" imprevisível que desperta sentimentos intensos nela. Entre brigas...