O filho do meu padrasto • Dylan O'brien •

•81•

•Melissa•

— Não, Melissa, essa é a pior coisa que eu poderia ouvir agora — disse minha mãe, desabando no sofá enquanto Patrick foi buscar água para ela.

— Eu também não queria contar desse jeito — admiti, tentando manter a calma. — Mas você me colocou em uma encruzilhada, mãe. Vocês estão decidindo o meu futuro por mim, e você sabe muito bem que eu odeio ser controlada — falei, tentando manter o tom firme.

— Quem é o pai, Melissa? — ela perguntou, me encarando com frieza.

Eu fiquei em silêncio por alguns momentos. Não sabia o que responder. Qualquer coisa que eu dissesse seria péssima, mas afirmar que o pai era Dylan... isso seria o pior de tudo.

•Dylan•

Eu não esperava por isso. Não esperava que ela fosse dizer assim, de repente. Fiquei em choque, mas logo a realidade me atingiu: ela é a mãe do meu filho — ou filha — e, mais do que isso, é o amor da minha vida. Eu jamais deixaria Melissa enfrentar isso sozinha.

— Olha... — comecei a falar, mas ela me interrompeu rapidamente.

•Melissa•

Eu sabia o que Dylan ia dizer e eu não podia deixar, eu quero protejer ele dessa vez.

— Não importa. Eu não falo mais com ele — disse, tentando encerrar o assunto. Minha mãe riu, incrédula, um riso cheio de ironia e desapontamento.

— O que aconteceu com você, Melissa? — ela perguntou, me olhando com uma mistura de tristeza e decepção.

— Eu cometi um erro, eu sei. Fui irresponsável, não vou negar — eu disse, encarando-a com os mesmos olhos decepcionados. — Mas e você, mãe? O que aconteceu com você?

Minha mãe me olhou por um momento, surpresa com a minha pergunta. Era como se ela não estivesse preparada para ser questionada, e o silêncio que se seguiu deixou tudo mais pesado.

— O que aconteceu comigo? — ela repetiu, como se estivesse processando. — Eu estou tentando te proteger, Melissa! Estou fazendo o que qualquer mãe faria para garantir que sua filha tenha um futuro. Um futuro que você está prestes a jogar fora!

— Proteger? — minha voz saiu mais alta do que eu esperava, carregada de emoção. — Proteger de quê? Do meu próprio futuro? Das minhas escolhas? Você nem ao menos me ouve, mãe! Tudo o que eu faço parece não ser suficiente, não importa o quanto eu tente. E agora, mesmo diante dessa situação, você ainda quer controlar tudo.

Ela abaixou a cabeça por um momento, como se as minhas palavras a tivessem atingido, mas logo levantou o olhar de novo, com a voz mais controlada.

— Eu não posso deixar você se afundar, Melissa. Você é jovem demais para entender a gravidade disso. Um filho muda tudo. Você não está preparada para ser mãe!

As lágrimas começaram a se formar nos meus olhos, mas eu as contive. Não queria chorar. Não agora.

— Talvez eu não esteja preparada, mãe — falei, minha voz trêmula. — Mas isso não significa que você tem o direito de decidir por mim. Eu vou assumir minhas responsabilidades, mesmo com medo. Esse bebê... é a minha escolha. Eu quero fazer isso da maneira certa, do meu jeito.

Ela ficou em silêncio, e por um momento, parecia que o ar havia sumido da sala. Patrick voltou com o copo d'água e o entregou à minha mãe, sem saber muito bem o que dizer, enquanto Dylan permanecia ao meu lado, quieto, mas presente.

— Você não entende... — minha mãe finalmente sussurrou, com os olhos marejados. — Não entende o quanto isso vai te mudar. O quanto vai te exigir...

— Talvez eu não entenda, ainda — admiti. — Mas eu estou disposta a aprender. E eu preciso que você confie em mim, mãe, mesmo que seja difícil.

Ela olhou para mim, a luta interna visível em seu rosto. Sabia que, no fundo, ela queria me proteger, mas sua maneira de fazer isso me sufocava.

— Isso não é o que eu sonhei para você — disse, com a voz fraca, quase como se estivesse se rendendo.

— Eu sei, mãe. E eu lamento por isso. Mas agora, preciso seguir o que eu acredito ser o certo para mim — respondi, tentando abrandar a situação.

Então, minha mãe finalmente desabou em lágrimas. Ela chorava tanto que meus próprios olhos se encheram de água, mas eu tentei me controlar, mesmo que fosse difícil.

— Não sei se serei uma boa mãe, mas aprendi muito com você — disse, segurando a mão dela. — Eu te amo, mãe — deixei que as lágrimas que eu tentava conter começassem a escorregar pelo meu rosto.

— Estou tão decepcionada, Melissa. Eu realmente pensei que você tinha mudado — ela respondeu, entre soluços.

— Eu mudei! — retruquei, com firmeza.

— Você mudou, mas ainda assim está cometendo erros. — As palavras dela foram como um soco no estômago. Lentamente, ela soltou minha mão e se levantou. Patrick a ajudou, e eles começaram a sair, até que...

— Eu sou o pai — disse Dylan, finalmente se afirmando.