•Melissa•
Engoli em seco, com a mente uma bagunça. Não encontrava uma desculpa convincente para o Dylan, e não podia falar a verdade, sem saber o que fazer.
— Melissa? — Dylan chamou minha atenção.
— Bem... É que eu — Tentei achar uma justificativa, mas nada vinha até que...
— Melissa!? — Alguém começou a bater na porta trancada.
— Sua mãe? — Dylan perguntou em um sussurro.
— Sim, é minha mãe — confirmei, surpresa e aliviada por ela ter vindo.
— E agora? — Dylan perguntou, sussurrando e andando de um lado para o outro.
— Dylan! — chamei sua atenção ainda sussurrando. — Vá para o banheiro e espere lá. — Ele obedeceu e foi para o banheiro, trancando-se lá.
— Melissa! Com quem você está falando? — Minha mãe chamou do outro lado da porta.
— Mãe! — Exclamei, abrindo a porta com um sorriso surpreso. — O que foi?
— Por que a porta está trancada? — Perguntou, desconfiada.
— Bem... Eu estava me preparando para me trocar para o jantar — tentei disfarçar meu nervosismo.
— Vim exatamente para falar sobre isso — Minha mãe entrou e se sentou na cama.
— Falar sobre o quê? — Perguntei, me aproximando dela.
— Vim dizer para você se trocar e também saber onde está o Dylan — ela disse enquanto eu me sentava na cama, balançando as pernas.
— Ele saiu rapidinho, mas já está voltando. Não se preocupe, ele vai vir, eu tenho certeza — falei com firmeza.
— Que bom, querida. Sabe, não é só sobre a boa notícia, mas também para nos unirmos como família, todos nós. Vai ser ótimo — disse minha mãe, sorrindo. Eu a encarei com seriedade e preocupação antes de oferecer um leve sorriso falso.
•Dylan•
Fiquei atrás da porta, ouvindo atentamente. Quando a mãe da Melissa mencionou "família", pela primeira vez, senti um frio na barriga, preocupado com o que poderia ocorrer se revelarmos que estávamos juntos. Tenho certeza que Melissa também sentiu-se incomodada com isso.
Enquanto recuava, esbarrei no lixo e o derrubei.
— Droga — murmurei, tentando não fazer barulho. Felizmente, Melissa conseguiu distrair a mãe dela com outra coisa.
Enquanto ajuntava o lixo, notei uma sacola dentro de outra já cheia. Era estranho. Peguei a sacola e encontrei duas caixas e dois testes dentro. Demorei a processar o que estava vendo e quase deixei tudo cair, mas consegui me controlar. Sentei no vaso, com a mente a mil, me perguntando por que Melissa estava escondendo isso de mim. Eu havia prometido estar ao seu lado, independentemente das dificuldades.
Sentei no vaso, a mente repleta de perguntas e incertezas. Por que Melissa estava escondendo aqueles testes? O que significavam aquelas caixas? A angústia de não saber me consumia.
A possibilidade de uma gravidez me assombrou, e eu sabia que isso mudaria tudo. Melissa tinha me prometido que eu estaria ao seu lado em qualquer situação, mas agora eu me perguntava se ela estava hesitante ou com medo de me contar.
Tentei me acalmar, organizando as ideias e respirando fundo. Precisava falar com ela sobre isso, mas de um jeito que não agravasse a situação. Em vez de confrontá-la imediatamente, decidi esperar o momento certo e agir com cuidado.
Levantei-me lentamente, tentando não fazer barulho. Juntei o lixo que havia caído e coloquei tudo de volta no lugar. Depois, sentei no vaso novamente e comecei a me preparar para encontrar a melhor maneira de lidar com a situação quando Melissa voltasse.
Quando nossos olhares se encontraram, o silêncio entre nós foi pesado. Melissa parecia nervosa e expectante, sua expressão demonstrava que ela sabia que algo estava errado.
— Dylan, você está bem? — ela perguntou, tentando ler meu rosto.
— Precisamos conversar — respondi, tentando manter a calma.
Melissa me conduziu até fora do banheiro, e eu sentei na cama. Finalmente suspirei, eu comecei a falar, sem rodeios.
— Encontrei algo no lixo — disse, olhando diretamente para ela. — Dois testes e duas caixas. O que está acontecendo, Melissa?
Ela respirou fundo, os olhos cheios de apreensão.
— Eu... Eu não sabia como te contar — começou ela, hesitante. — Estou esperando um bebê. Eu não sabia como reagir, nem como te dizer isso.
As palavras dela caíram pesadas, e eu fiquei em silêncio por um momento, processando a informação. Finalmente, olhei para ela e disse:
— Eu quero estar ao seu lado, Melissa, mas precisamos ser honestos um com o outro agora mais do que nunca. Vamos enfrentar isso juntos, mas precisamos conversar sobre como vamos lidar com tudo isso.
•Melissa•
Antes quando ele não sabia, eu já estava desesperada e agora que ele sabe, estou mais ainda. É um bebê! A calma dele estava me deixando irritada porque é como se isso não fosse mudar muita coisa nas nossas vidas e vai, vai mudar muito e já temos tantos problemas.
— Como vamos ter esse bebê, Dylan? — eu disse, a voz carregada de raiva e lágrimas. — Somos jovens, mal estamos na faculdade, e nossos pais provavelmente nos deserdaram... E além disso, nossos pais são casados, somos meio-irmãos. Nossa amiga está em estado grave e eu não consigo lidar com isso, e muito menos você!
Dylan parecia confuso e surpreso com a intensidade das minhas palavras.
— O que, Melissa!? — ele começou a se exaltar. — Você não está pensando em não ter essa criança, está? — Perguntou, indignado e frustrado.
Sua reação me pegou de surpresa e, por um momento, eu não soube como responder. A tensão entre nós crescia, e as emoções estavam à flor da pele. Eu sabia que essa conversa era crucial e que precisávamos encontrar uma solução juntos, mas o medo e a frustração tornavam tudo ainda mais difícil.
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O filho do meu padrasto • Dylan O'brien •
RomanceMelissa é uma jovem de 17 anos e Dylan é um jovem de 18, ambos são frios em relação ao amor e ambos são um pouco rebeldes e gostam de se aventurar sem medo do perigo porém os dois tem suas personalidades diferentes, mas muito em em comum também. Mãe...