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•Melissa

Ele me questionou sobre o bebê, e eu não vou negar: pensei na possibilidade de não ter a criança. E está tudo bem... É normal pensar em não estar pronta para trazer um bebê para o mundo nessa idade, especialmente com a vida tão bagunçada e a mente tão confusa. A ideia de não dar conta e não estar pronta é compreensível, então tudo bem. Mas a responsabilidade de trazer esse bebê à vida também foi nossa. Caramba, é meu bebê, é nosso bebê, e ele tem razão.

— Seja lá o que você esteja pensando em fazer, eu não me importo, mas sou totalmente contra a ideia de não ter essa criança a menos que você realmente queira e ame-a — Dylan diz, ainda falando. Eu estava tão absorta pensando no bebê que quase não prestei atenção no que ele dizia. Mas, agora que escuto, entendo o porquê de me apaixonar por ele.

-- Dylan, eu só tenho 17 anos, você tem noção? -- A vontade de chorar era gigantesca

— Eu sei, eu entendo e não estamos prontos, de jeito nenhum estamos prontos, mas vamos ser. Vamos aprender a estar prontos para a chegada dessa criança, porque eu com certeza vou amar, não, na verdade, eu já amo esse bebê — ele diz, e minhas lágrimas começam a rolar.

— Dylan — chamei, com a voz suave.

— Não, Melissa! Por favor — ele deixa as lágrimas escorrerem. — Fomos irresponsáveis, temos condições de vidas e muito amor para da -- no final da frase ele solta um sorriso genuíno.

Antes de tudo isso, minha mente era um turbilhão constante. Não importava o momento ou o que estava acontecendo ao meu redor; o barulho nunca cessava. Mas, desde que cheguei aqui, algo mudou. Minha mente ainda se agita às vezes, mas encontra paz quando estou com meus amigos e, especialmente, com Dylan. Mesmo que eu continue lutando contra a autocrítica e os erros, aprendi que posso superar isso. Minha mente é uma bagunça, e eu erro, aprendo e tento corrigir o que posso. Costumo buscar um lugar silencioso para acalmar minha mente, mas a verdade é que o verdadeiro silêncio não está em um lugar específico, mas em alguém. E esse alguém é o Dylan, o meu Dylan O'Brien.

— Eu te amo — digo, interrompendo-o.

— O quê? — ele pergunta, confuso.

— Eu te amo por ser incrível, mesmo em momentos como este — digo, sorrindo, e ele sorri de volta para mim.

— Eu te amo, Melissa, te amo pra caramba — e então ele me abraça.

O abraço de Dylan me aquece e me dá uma sensação de segurança que eu há muito não sentia. Sinto as suas mãos firmes nas minhas costas, e o calor do seu corpo parece dissipar um pouco da angústia que me consumia.

— Vamos enfrentar isso juntos, — ele murmura em meu ouvido. — Não importa o que aconteça, estaremos lado a lado.

As palavras dele ressoam em mim, trazendo um alívio inesperado. A ideia de enfrentar a maternidade com ele ao meu lado, em vez de sozinha, torna a perspectiva um pouco mais suportável. O medo e a incerteza ainda estão presentes, mas, de alguma forma, agora parece possível.

— Eu realmente não sabia o que fazer — confesso, minha voz abafada pelo abraço. — Estava tão perdida... Mas agora, ouvindo você, sinto que talvez a gente possa fazer isso juntos.

Dylan se afasta um pouco para olhar em meus olhos. A sinceridade e o amor em seu olhar me fazem sentir uma onda de gratidão.

— Vamos descobrir isso juntos, Melissa. Não temos todas as respostas agora, mas estamos aprendendo. E eu quero estar com você em cada passo do caminho.

Ele me segura com mais firmeza e me dá um sorriso encorajador. Eu vejo nele a força e a determinação que eu sentia falta em mim mesma.

— E, se em algum momento a situação ficar difícil, lembre-se de que não estamos sozinhos. Temos um ao outro, como sempre foi  — ele acrescenta, com um tom de firmeza.

A sua confiança é contagiante, e, mesmo que as preocupações ainda estejam lá, eu sinto que posso enfrentar isso.A ideia de construir uma família, embora assustadora, começa a parecer uma possibilidade real, e a sensação de estar junto de alguém que me entende e me apoia é reconfortante.

— Vamos passar por isso — digo, com uma nova determinação em minha voz. — Juntos.

— Isso mesmo, garota! É isso aí, minha garota — Dylan diz, com um sorriso radiante e os olhos brilhando.

— Eu confio em nós, Dylan, mas e nossos pais? Não dá para esconder isso para sempre — eu digo, séria.

— Você se importaria de esperar um pouco mais? Aceitando ou não, sempre seremos Malévola e Auroro, ou príncipe — ele ri, e eu também sorrio genuinamente.

— Tá bom, meu príncipe Auroro. O que acha? — pergunto, rindo.

— Acho que príncipe Auroro é perfeito — ele responde, e rimos juntos.

— Então está decidido.

— Aurora — Dylan diz, com um sorriso.

— O que? — pergunto, confusa.

— Se for uma menina, vai ser Aurora, nossa aurora — ele diz, e meus olhos se enchem de lágrimas. Eu confirmo com a cabeça, um sorriso genuíno no rosto.

Um significado único para o nome, além de ser lindo. Isso é tão assustador mas ao mesmo tempo tão único.

O filho do meu padrasto • Dylan O'brien •Onde histórias criam vida. Descubra agora