•Dylan•
Sei que Melissa não queria que eu me envolvesse nessa descoberta para me proteger. Talvez porque ela pense, que eles iriam pensar que eu fosse o mais culpado de tudo, mas e daí? Não ligo. Não vou deixar que ela enfrente isso sozinha. Nunca vou deixá-la sozinha.
— Não, Dylan... — diz Melissa, mas eu a encaro, soltando um sorriso genuíno enquanto acaricio sua cabeça.
— Tudo bem, Malévola — ele sussurra para mim.
— Dylan! — Patrick se impõe desta vez. — Não me diga! — Ele parecia furioso... isso me assustava.
— Eu sou pai, papai — diz Dylan, debochando da situação. Eu bato na perna dele, pedindo para ele parar.
— Ai!
— Meu Deus, eu vou infartar — diz minha mãe, com a mão no coração.
— Como você pode!? — pergunta Patrick, indignado.
— Ei! — digo, levantando-me. — Não coloque ele como o culpado da situação. Eu amo ele — afirmo, com firmeza.
— Eu também te amo, mesmo que você seja irritante às vezes — ele brinca e, mesmo em meio ao caos, consegue arrancar um sorriso de mim.
— Amor? Vocês são irmãos! — interrompe minha mãe.
— Irmãos!? Mãe! Não somos irmãos. Ele não tem meu sangue — respondo, frustrada. — Ele me tirou de algo chamado "solidão" e da "escuridão" que vivi a minha vida toda após o acidente. E sabe de uma coisa? Nunca estive tão confiante em toda a minha vida como me sinto agora em relação aos meus sentimentos por ele — digo, sem medo.
— É isso, Melissa! — Ele me vira para si e segura meu rosto. — Somos só nós dois. Ninguém deve separar duas pessoas que realmente se amam — diz, me encarando com os olhos brilhando de orgulho e amor.
— Sabe! Foda-se — digo de forma espontânea, e minha mãe cobre a boca, chocada. — Eu amo ele, ele é o amor da minha vida e o pai dessa criança. Não importa o que vocês digam, nada vai mudar isso.
— E pai... eu quero abrir uma cafeteria — Dylan diz isso do nada, e eu o encaro, rindo, orgulhosa.
— Eu... nem sei porque ainda espero algo de você, Dylan — diz Patrick.
— Você nunca esperou, pai — responde Dylan, sério desta vez. Os dois se entreolham, e eu posso sentir que as palavras dele foram como uma facada no peito de Patrick. Afinal, ainda eram pai e filho, e, independentemente de tudo, se amavam.
Dylan segurou minha mão e me levou para subir as escadas.
— Vamos pegar nossas coisas e nos mudar para a casa da praia. E antes que você comece a inventar desculpas, pai, sabemos que a casa é minha. Minha mãe sempre soube como eu me sentia, o que gostava e o que amava. Tenho certeza de que ela me amava — ele encara Patrick com seriedade. Patrick permanece em silêncio, então Dylan solta um sorriso pelo nariz e continuamos subindo as escadas.
Arrumamos nossas coisas; peguei roupas e os itens mais importantes, até fotos de mim, minha irmã, meu pai e... minha mãe.
— Você está pronta para uma nova vida? — ele pergunta, parando na minha frente.
— Dylan, e se formos pobres? — pergunto, e ele ri.
— Você consegue ser engraçada mesmo nos momentos difíceis. — Ele me dá um selinho na testa e se afasta. — Não, princesa. Eu tenho dinheiro na conta; vantagens de ser filho de rico. E também... acho que minha mãe previu meu futuro antes de morrer. — Ele solta uma risada genuína, e eu sinto um sorriso brotar do fundo da minha alma, completamente apaixonada por ele.
— Sabe, eu também tenho um pouco de dinheiro na minha conta, mas não tanto quanto você, é claro — digo, e ele me abraça.
— Eu vou abrir uma cafeteria, e vamos morar em frente à praia. Não precisamos de muito — ele se afasta e me dá um selinho. — Só precisamos do mais importante: sermos felizes.
— Eu te amo tanto — digo, sorrindo.
— Eu te amo, Malévola — ele responde, sorrindo de volta.
Quando descemos as escadas, Patrick e minha mãe estavam sentados no sofá, provavelmente esperando por nós. Assim que nos viram com as malas, caminhamos em direção à porta.
— Se vocês saírem... — Dylan interrompe.
— Ah, claro... "Se a gente sair, podemos ter certeza de que nunca mais voltaremos?" — Dylan para e encara Patrick, sério e frustrado.
— Patrick — minha mãe chama por ele. O olhar triste dela me machuca; eu sei que ela também não queria perder mais uma filha.
— Exatamente — confirma Patrick.
— Eu sei, pai, você já me disse isso uma vez — eles se entreolham novamente.
— Você sempre me viu como um vilão, não é? — Pela primeira vez, vejo os olhos de Patrick se encherem de lágrimas.
— Sério? — Dylan larga as malas. — Eu nunca te vi como vilão, mas já te vi como herói. Quando eu era criança... e quando mais precisei de você, você se afastou. Tudo bem, você perdeu o amor da sua vida, mas eu perdi minha mãe. Queria estar lá para te consolar, assim como precisava de um colo para chorar, mas tive que chorar sozinho porque meu pai decidiu lidar com a dor trabalhando e ignorando o filho que era tão apegado à mãe e aos momentos felizes da família. Você estragou nossa relação, pai. Você se tornou um péssimo pai, e eu vou lembrar do pai que eu via como um super-herói, não do pai que fingia que o filho era só mais um adolescente qualquer. — E então Dylan sai, deixando lágrimas para trás. Antes que eu saia também, vejo lágrimas escorrendo dos olhos de Patrick e da minha mãe.
Não havia raiva ali, nem ódio... o que existia era a falta de comunicação e entendimento. Eu sentia que tudo o que precisávamos era de um pedido de desculpas sincero uns aos outros, e então estaria tudo bem.
E agora eu pude entender... a relação do Patrick e do Dylan.
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O filho do meu padrasto • Dylan O'brien •
RomanceMelissa é uma jovem de 17 anos e Dylan é um jovem de 18, ambos são frios em relação ao amor e ambos são um pouco rebeldes e gostam de se aventurar sem medo do perigo porém os dois tem suas personalidades diferentes, mas muito em em comum também. Mãe...