Com amor: Zuki ( Park Ji-min )

Oito

008| Garota ideal.

Agosto

Busan , 2024.

Me locomovi de volta para o local que Cherry estava com o Chanyeol conversando, sentei-me balançando os pés de maneira impaciente, prendendo meus lábios em um desconforto enorme, inspirei e expirei várias vezes, sem intervalo de tempo , a sensação que tinha era que a qualquer momento vomitaria meu coração, estrondava de modo exagerado, mas estava odiando sentir tudo aquilo ao mesmo tempo.

" O amor deveria vir acompanhado de uma bula , ou com um remédio específico para casos como esses onde sentimos nauseados do nosso próprio coração".

Yoo-na passou na minha frente como um verdadeiro carro de fórmula 1, meu corpo tiritou de agonia. De que forma alguém poderia começar a ter poder sobre outro ? Nunca me sentir assim , perdida de mim mesmo, sem nem conhecer ao menos as pequenas coisas que estavam acontecendo comigo.

Há dias atrás eu era um ser humano inteiramente frio,de coração gelado, que abnegaria facilmente coisas relacionadas ao amor , por não fazer questão nenhuma de conhecê-lo , muitos entraram na minha vida me machucaram , e no final das contas partiram como se  fosse um nada. Hoje infelizmente serei eu que precisarei partir para não me machucar.

" Odiei permitir sentir demais em tamanha intensidade em poucos dias , odiei voltar , odiei reencontra-lo , odiei me deixar levar , odiei beija-lo, odiei deixá-lo me tocar , odiei como sentir ciúmes , odiei como me incomodou ser de outra, e eu ser a outra, odiei como me confundiu , odiei ter que odiar você ".

Assistir Yoo-na beijar os lábios que havia encostado a poucos segundos , foi a coisa mais escrota que já havia vivido.

" Seria uma questão de ego "?

Cherry estava presa ao Chany então não notaria se eu saísse em silêncio daquele lugar , à vontade de chorar estava presa a garganta , então apenas levantei saindo de cabeça baixa sem olhar para trás. Quando por fim sair do fliperama corri em direção a minha casa , e uma chuva caiu forte , junto a minhas lágrimas se misturando em uma coisa só.

" Eu não sabia porque estava sentindo tanto , se nem aconteceu nada demais , era só um beijo , um momento"...

Adentrei em casa correndo direto para meu quarto, sentando-me na escrivaninha escrevendo mais um capítulo daquela história agonizante de um amor proibido, na qual talvez  estivesse o vivendo na vida real.

Ascendo mais um cigarro ativando meu vício em nicotina novamente , algumas noites seguidas sem dormir , cafeína na veia , cenário escuro , alimentação péssima... uma... duas... três...tragadas , lágrimas escorrendo e a expressão séria de uma mulher exausta do seu papel de trouxa ...

"Quanto mais eu conheço o mundo , mais me desagrada. E o tempo confirma a minha crença no inconsciente do caráter humano e no pouco que só pode confiar nas aparências de bondade e inteligência ". - Orgulho e preconceito.

Horas se passaram , e não conseguia parar de escrever. Meu celular começou a tocar , era vídeo ,atendi.

— Olá bebé — Antônia , saudades dos meus amigos , e do meu país.

— Olá Ant como estão as coisas ? — perguntei sem olhar para câmera.

— Estão indo, está chorando ? aconteceu alguma coisa ? — perguntou Ant.

— Si ... , me enamoré del un hombre, mucho penderro... eres un Cabrón ... — tentei brincar mas a Ant me conhecia.

— Ele te machucou? — olhou séria.