Capítulo 27

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Lorenzo Jauregui P.O.V

Camila está pra lá de bêbada.
Mais do que isso, se recusa a ir para a casa. É uma da manhã, e a festa se mudou do bar para a minha casa, e, por mais que tente, não consigo convencê-la a encerrar a noite.
É cada vez mais crucial que eu a leve de volta para o alojamento. Minha sala de
estar está cheia de jogadores de hóquei e marias-patins, todos no mínimo no
número oito da minha escala de bêbados: prestes a jogar a inibição pela janela e cometer erros terríveis.

Dean acaba de arrastar uma Camila  risonha para o centro da sala e os dois
começam a dançar “Baby, I Like it Raw”
, do Ol’ Dirty Bastard, estrondando no
volume máximo.
Camila não havia se movido de forma sugestiva quando cantou Lady Gaga
antes, mas começou a fazer isso agora. Passou de Miley Cyrus do Disney Channel para Miley em Modo Twerk no último grau, e sinto que preciso dar um fim nisso, antes que ela vá direto para a Miley Vamos Fazer um Vídeo Caseiro de Sexo.
Espera — será que Miley fez mesmo um vídeo caseiro de sexo? Merda, quem
estou enganando? Claro que fez.

Caminho resoluto até Camila e Dean e os separo à força, pousando a mão com
firmeza no ombro de Camila. “Preciso falar com você”, grito por cima da música.
Ela faz beicinho. “Estou dançando!”
“Estamos dançando” , reclama Dean, com a fala arrastada.
Jogo duro com meu colega de time. “Vai dançar com outra pessoa” , retruco.

Como se estivesse só esperando a deixa, uma parceira de dança disposta aparece
do nada e puxa Dean para seus braços. Dean esquece Camila, o que me permite
arrastá-la para fora da sala sem mais reclamações.
Passo a mão ao redor do seu braço, levo-a para o segundo andar e só solto
quando alcançamos a segurança tranquila do meu quarto. “A festa acabou”, anuncio.
“Mas estou me divertindo”
, reclama. “Sei que está.” Cruzo os braços. “Você está se divertindo demais.”
“Você é mau.” Com um suspiro exagerado, Camila se joga de costas na cama.
“Estou com sono.”
Sorrio. “Vamos, vou levar você de volta para o alojamento.”
“Não quero.” Ela estica braços e pernas como se estivesse fazendo anjos de neve
na minha cama. “Sua cama é tão grande e confortável.”

Então suas pálpebras se fecham, e ela fica imóvel, com um último suspiro
profundo escapando de seus lábios.
Sufoco um gemido quando percebo que está a segundos de pegar no sono, mas
então decido que seria melhor deixá-la dormir aqui e levá-la para casa de manhã.
Porque se eu a levar agora e ela tiver outro surto, não vou estar lá para mantê-la fora de problemas.
“Tudo bem” , digo, com um aceno de cabeça. “Fique aqui e durma, Bela
Adormecida.”
Ela bufa. “Isso faz de você o meu príncipe?”
“Pode apostar.” Vou até o banheiro e reviro o armário de remédios até encontrar um analgésico. Então sirvo um copo de água, sento na beira da cama e forço Camila a se sentar também. “Tome dois destes e engula a água toda”, ordeno,
colocando os dois comprimidos na palma da mão dela. “Confie em mim, amanhã
você vai me agradecer.”
Enfiar comprimidos e água goela abaixo de alguém não é novidade para mim.
Faço isso com meus colegas de time o tempo todo. Sobretudo Dean, que gosta de encher o caneco, e não apenas em seu aniversário.
Camila segue minhas instruções obedientemente, antes de cair de novo no colchão.

“Muito bem.”
“Estou com calor”
, murmura. “Por que tá tão quente aqui?”
Meu coração literalmente para de bater, quando ela começa a tirar a calça
legging.
O tecido se embola em seus joelhos, fazendo-a resmungar. “Lorenzo!”
Tenho que rir. Com pena, me inclino para ajudá-la, puxando a calça de suas
pernas e fazendo o possível para ignorar a pele lisa e sedosa sob meus dedos.
“Pronto”
, digo, com voz firme. “Melhor?”
“Ahaaaammm.” Ela segura a bainha da camisa.
Puta merda.
Afasto os olhos e tropeço em direção ao meu armário para encontrar algo com
que ela possa dormir. Pego uma camiseta velha, respiro fundo e me viro. Camila está sem camisa.
Felizmente, está de sutiã.
Infelizmente, o sutiã é preto, rendado e transparente, e tenho uma visão perfeita
de seus mamilos por trás do tecido transparente.
Não olhe. Ela está bêbada.
Dou ouvidos à voz em minha cabeça e me proíbo de ficar encarando. E como
por nada nesse mundo vou conseguir tirar esse sutiã sem gozar nas calças, enfio a camiseta por sua cabeça e torço para que não seja do tipo que odeia dormir de sutiã.

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