Capítulo 33

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Camila Cabello P.O.V

Não tenho ideia do que conversamos no carro até a casa de Lorenzo. Sei que
falamos. Sei que vi a paisagem voando pela janela. Sei que até respirei, levando
oxigênio aos pulmões como uma pessoa normal. Só não consegui registrar nada
disso.
No instante em que chegamos ao quarto dele, jogo as mãos ao redor de seu
pescoço e o beijo. Foda-se essa história de um passo de cada vez. Quero-o demais para ir devagar, e minhas mãos se atrapalham na fivela do seu cinto antes que sua língua entre em minha boca.

Sua risada rouca faz cócegas em meus lábios, e, em seguida, mãos fortes
seguram as minhas, para me impedir de abrir seu cinto. “Por mais que aprecie o
entusiasmo, vou ter que desacelerar você, Cabello.”
“Mas não quero ir devagar” , protesto.
“Só lamento, docinho.”
“Docinho? Quem é você, minha avó?”
“Ela chama as pessoas de ‘docinho’?”
“Na verdade, não”, confesso. “Vovó xinga feito um caminhoneiro. No Natal
passado, soltou um filho da puta na mesa de jantar, e meu pai quase engasgou com
a comida.”
Lorenzo solta uma risada. “Acho que gosto da sua avó.”
“Ela é uma graça.”
“Aham. Parece mesmo.” Ele deita a cabeça. “Agora podemos parar de falar da sua avó, sra. Assassina de Climas?”
“Você matou primeiro” , observo.
“Não, só mudei o ritmo.” Seus olhos cinzentos fervem de calor. “Agora sobe na cama para eu fazer você gozar.”
Ai. Meu. Deus.

Eu me jogo no colchão tão rápido que trago outra risada aos lábios de Lorenzo,
mas não me importo de parecer ansiosa. O nervosismo que senti ontem à noite
não está revirando meu estômago hoje, porque todo o meu corpo está tremendo de excitação. Lá no fundo, me vem a ideia de que talvez não vá conseguir de novo, ou pelo menos não com o toque de Lorenzo, mas, puta merda, estou morrendo de vontade de descobrir.
Ele se deita ao meu lado, enfia a mão pelos meus cabelos e me beija. Nunca
estive com um cara tão bruto comigo. Devon me tratava como se eu fosse
quebrar, mas Lorenzo não. Não sou um frágil artefato de porcelana para ele. Sou
só… eu. Adoro a forma como fica animado, a maneira como puxa meu cabelo se minha cabeça não está exatamente onde quer que esteja, ou como morde meu lábio quando tento provocá-lo, privando-o da minha língua.
Sento na cama apenas para que ele possa tirar minha blusa, e ele segue em
frente, abrindo meu sutiã com uma única mão, o tipo de destreza que aprendi a
esperar de Lorenzo. Assim que tira a própria camiseta, pressiono a boca contra seu peito. Não cheguei a encostar nele ontem e estou morrendo de vontade de saber qual é a sensação de tocá-lo, que gosto ele tem. Sua pele é quente sob meus lábios, e quando minha língua se move tímida sobre um mamilo, um gemido rouco escapa de sua garganta. Num piscar de olhos, estou de costas na cama, e estamos nos beijando de novo.

Lorenzo envolve meu peito com a mão, brincando com o mamilo entre os dedos.
Minhas pálpebras se fecham num espasmo, e, neste momento, não me importo se ele está olhando para mim. Só penso no bem que me faz sentir.
“Sua pele parece de seda” , murmura.
“Você roubou isso de um cartão Hallmark?” , provoco.
“Não, tô só constatando um fato.” Seus dedos roçam a parte inferior de meus
seios. “Você é macia, suave e perfeita.” Ele levanta a cabeça para me lançar um
olhar irônico. “Meus calos devem estar te arranhando toda, né?”
Estão, mas é um arranhão erótico que faz meu coração pular. “Se você parar de
me tocar, vou socar você.”
“Não vale a pena, isso só vai fazer você quebrar a mão. E acontece que gosto das
suas mãos.” Com um sorriso malicioso, Lorenzo pega minha mão direita e a leva
direto para a virilha.
O volume duro sob minha palma é tão tentador que não posso deixar de
acariciá-lo. As feições de Lorenzo se retesam. Um segundo depois, ele tira minha mão depressa. “Ah, merda. Péssima ideia. Assim eu não aguento.”
Solto um riso. “Tem alguém rápido no gatilho?”
“Para com isso, mulher. Sou capaz de durar a noite toda.”
“Aham. Claro que…”
Ele me interrompe com um beijo escaldante que me deixa sem ar. Em seguida,um brilho travesso ilumina seus olhos de novo, e ele abaixa a cabeça para beijar meu mamilo.
Uma onda de explosões de prazer me percorre por dentro. Quando a língua de
Lorenzo se projeta e rodeia o mamilo arrepiado, quase flutuo. Meus seios sempre foram sensíveis e, neste momento, suas terminações nervosas não poderiam estar mais estimuladas. Quando ele chupa o mamilo com força, vejo estrelas. Lorenzo passa para o outro seio, dando-lhe a mesma atenção minuciosa, os mesmos beijos
preguiçosos e as lambidas provocantes.
Em seguida, começa a deixar beijos em seu caminho para baixo.
Apesar da excitação disparando em meu sangue, experimento uma onda de
ansiedade. Não consigo evitar a lembrança de todas as vezes em que Devon fez exatamente a mesma coisa, deixando uma trilha de beijos por meu corpo. Ou quanto tempo passou entre as minhas pernas, já que penetração não parecia resolver meu problema.
Mas eu não deveria lembrar do meu ex agora, então afasto todos os pensamentos
de Devon da mente.

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