·₊̣̇ . prólogo

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Aquele era o ponto alto das férias na casa Swan.

Se perguntassem a Charlie que profissão ele seguiria se já não ocupasse o cargo de Chefe da Polícia de Forks, obteriam a resposta pescador, com um grande sorriso genuíno acompanhando a palavra. Pescar era sua maior paixão, e sempre que o tempo parecia minimamente agradável para os conceitos de Forks, ele corria com sua vara de pescar em um braço e sua filha mais nova no outro atrás de um grande peixe.

Por sorte, Juliet adorava passar esses momentos com seu pai. Não que ela fosse uma boa pescadora, muito pelo contrário, sua tagarelice costumava afastar todos os peixes do lago, mas seu entusiasmo sempre que Charlie tirava um peixe da água compensava.

— Querida, bom dia. — seu pai a sacode gentilmente, tirando algumas madeixas castanhas de seu rosto.

— Que horas são? — ela murmura, não completamente acordada.

— Cedo, mas está sol. Sabe o que isso significa?

— Pescar? — ela se senta na cama animada.

— Exatamente. Vamos, vou ligar pro Harry e Billy. — ele para na porta, se virando para a filha novamente. — Teve algum pesadelo essa noite?

— Sem sonhos. — era mentira. Mas seu pai estava tão animado naquele momento que parecia errado o deixar preocupado. E de qualquer forma, não havia muito o que ele podia fazer, os sonhos estavam dentro de sua cabeça, e ele já havia tentado de tudo para amenizar aquilo.

— Ótimo. Se arruma rápido, tá?

E assim ela o fez rápida e sorridente.

— Sabe que pode dormir mais um pouco se quiser, não sabe? Tenho certeza que Sue não vai se incomodar com uma companhia a mais. — Charlie diz olhando para a garota pelo retrovisor, observando seus olhos pesados enquanto ela lutava para se concentrar na paisagem que passava rapidamente pela janela.

— Não! Eu quero ir. — Juliet balança a cabeça na tentativa falha de espantar o sono.

— Certo, certo. — ele volta sua atenção para a estrada que ele conhecia como a palma da mão, pensativo.

Charlie nunca foi o melhor em conversas, e por sorte não precisava, pois Juliet preenchia o silêncio contando aleatoriedades que aprendeu na escola ou Deus sabe onde. Seu único trabalho era concordar com a cabeça e dizer "Jura?", "E o que mais?" pontuais. E ele adorava aquilo.

Conforme o carro acelerava pelas várias curvas até La Push, a velocidade do falatório no banco de trás diminuía. Vagarosamente, Charlie abaixou o volume do rádio, vendo pelo retrovisor o sono ganhando a batalha contra sua filha. Ela não havia dormido nada na noite anterior, isso ficara óbvio para ele assim que bateu os olhos nela. O homem suspira, tentando conter a frustração. Ele já havia tentado de tudo. Deixar ela dormir em seu quarto, não assistir TV antes de dormir, assistir TV até cair no sono, terapia. Nada adiantava. Ele não queria dar remédios para a garota dormir, parecia errado. Ela só tinha sete anos! Mas deixar sua garotinha desse estado parecia pior ainda. Era sua última opção, mas agora era a única.

Ao estacionar em frente a casa dos Clearwater, Charlie vê seu amigo se levantando animado. O Swan pula do carro e leva a mão o indicador aos lábios enquanto caminha até ele.

— Sue tá em casa?

— Sim. Pesadelos de novo? — Harry pergunta olhando através da janela a garotinha dormindo.

— É. Eu pensei em voltar pra casa com ela mas talvez dormir em um lugar diferente ajude. Ou não, não sei mais.

— Charlie já chegou? — Sue sai da casa com um pote cheio de comida para os pescadores. — Está tudo pronto meninos.

the albatross.    EMBRY CALLOnde histórias criam vida. Descubra agora