02. Visitantes inesperados

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A casa de Bilbo apareceu à distância, aconchegada entre as árvores e as colinas, com as luzes de velas tremeluzindo pelas janelas redondas

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A casa de Bilbo apareceu à distância, aconchegada entre as árvores e as colinas, com as luzes de velas tremeluzindo pelas janelas redondas. Ao se aproximar da cerca baixa que rodeava a propriedade, Elowen viu Bilbo no jardim, cuidando de suas plantas.

━ Winne! ━ exclamou Bilbo, erguendo-se com um sorriso ao vê-la. ━ Que prazer vê-la, prima! Não esperava visitas hoje, mas por favor, entre. Está com sorte, fiz bolinhos de maçã.

Elowen retribuiu o sorriso, tentando afastar as preocupações por um momento.

━ Não poderia recusar seus bolinhos de maçã, primo. ━ disse ela, entrando pelo portão e caminhando até a entrada da casa, sentindo o aroma doce dos bolinhos recém-assados no ar.

Nuvem, sua coruja, passou por ela e entrou na casa de Bilbo, empoleirando-se em uma cristaleira com certa agitação. O hobbit riu, já acostumado com a presença da companheira de Elowen.

A toca tinha uma porta perfeitamente redonda como uma escotilha, pintada de verde, com uma maçaneta brilhante de latão amarelo exatamente no centro. A porta se abria para um corredor em forma de tubo, como um túnel: um túnel muito confortável, sem fumaça, com paredes revestidas e com o chão ladrilhado e atapetado, com cadeiras de madeira polida e montes e montes de cabides para chapéus e casacos - Bilbo gostava de visitas. O túnel descrevia um caminho cheio de curvas, afundando bastante, mas não em linha reta, no flanco da colina, e muitas portinhas redondas se abriam ao longo dele, de um lado e do outro. Nada de escadas para o hobbit: quartos, banheiros, adegas, despensas (muitas delas), guarda-roupas (ele tinha salas inteiras destinadas a roupas), cozinhas, salas de jantar, tudo ficava no mesmo andar, e, na verdade, no mesmo corredor. Os melhores cômodos ficavam todos do lado esquerdo (de quem entra), pois eram os únicos que tinham janelas, janelas redondas e fundas, que davam para o jardim e para as campinas além, que desciam até o rio.

Dentro de Bolsão, o ambiente era acolhedor como sempre. O crepitar da lareira preenchia o silêncio, e o lugar parecia imune ao caos do mundo lá fora. Sentando-se à mesa, Elowen observou Bilbo começar a preparar o jantar. Ele fritava dois peixes em uma frigideira, com movimentos calmos e habilidosos.

━ O que tem feito, primo? ━ perguntou Elowen, tentando puxar conversa e afastar a melancolia que a rondava.

Bilbo suspirou, mexendo nos peixes.

━ Nada demais, prima. Mas meu dia teria sido pacato se eu não tivesse encontrado Gandalf.

Elowen franziu a testa, surpresa.

━ Gandalf? Não o mago errante que deu ao Velho Tûk um par de abotoaduras de diamante que se abotoavam e nunca se soltavam até que fosse ordenado? Não o camarada que costumava contar histórias maravilhosas nas festas, sobre dragões, orcs e gigantes e sobre resgates de princesas e sobre a sorte inesperada de filhos de viúvas? Não o
homem que costumava fazer fogos de artifício especialmente maravilhosos! O mago das histórias de meu pai?

MISTY MOUNTAINS┃Thorin Escudo de CarvalhoOnde histórias criam vida. Descubra agora