Artefatos

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No meio da batalha, a estátua, surpreendentemente ágil para uma estrutura de pedra, lançou um ataque devastador. Com um movimento brusco, uma de suas mãos perfurou o lado de Lílares, fazendo-a sentir uma dor aguda enquanto a força a derrubava. O impacto foi brutal, e ela se viu lutando contra a escuridão que ameaçava consumir sua visão.

Antes que ela pudesse reagir, a estátua fez algo inimaginável: inclinou-se e, em um movimento grotesco, comeu seu coração, que agora se tornava parte dela. O desespero tomou conta de Lílares, mas a vontade de viver e de completar sua missão superou o terror.

Com um último esforço, ela se levantou, seus sentidos aguçados pela adrenalina. A dor no lado a queimava, mas ela não podia permitir que isso a paralisasse. Sabendo que precisava acabar com a ameaça, ela focou toda a sua energia na lança que tinha em mãos.

Reunindo suas forças, Lílares correu na direção da estátua, seu coração pulsando ferozmente apesar da ferida. Com uma explosão de determinação, ela acertou um golpe certeiro na garganta da estátua, usando a força de seus sentimentos e lembranças como combustível. A lança atravessou a pedra, cravando-se profundamente.

A estátua soltou um rugido estrondoso, um eco de dor e raiva que reverberou pelas paredes do templo. A energia mágica ao redor dela parecia tremer, e a estátua, agora vulnerável, começou a desmoronar, pedaços de pedra caindo ao chão.

"Isso é para o que você fez!" Lílares gritou, enquanto puxava a lança com todas as suas forças, puxando-a de volta e observando a estátua se desintegrar. Com um último estalo, a estrutura de pedra colapsou, deixando apenas fragmentos ao redor.

Ela caiu de joelhos, ofegante e exausta, mas a sensação de vitória começou a preencher seu ser. Apesar da dor intensa, ela sentia a energia do cálice pulsar dentro dela, ajudando a restaurar sua força. Lílares sabia que o caminho ainda não estava terminado, mas havia derrotado a estátua, e agora poderia continuar sua jornada.

Com determinação renovada, ela olhou ao redor do templo, agora quieto após a batalha. Era hora de descobrir os segredos que aguardavam por ela.

Enquanto Lílares recuperava o fôlego, um alerta soou em sua mente, ecoando como um sino. O sistema avisava que ela estava morrendo, e a realidade começou a se desvanecer ao seu redor. A dor pulsante em seu lado se intensificou, e a escuridão começou a engoli-la.

Desesperada, ela olhou para o pequeno retrato de sua mãe que sempre carregava consigo, uma lembrança que representava amor e força. Com lágrimas nos olhos, ela o segurou contra o peito, um impulso de determinação tomando conta dela. "Eu não posso acabar assim," ela sussurrou, lembrando-se das palavras de sua mãe, do que significava lutar por aqueles que amava.

Mas a realidade se tornava cada vez mais turva. Em um instante, Lílares sentiu sua consciência se desvanecer, e um frio profundo tomou conta de seu corpo. Tudo ao seu redor desapareceu em uma explosão de luz e trevas.

Com um último suspiro, ela se abraçou ao retrato e, então, se sentiu sendo puxada para longe do templo. Um ruído estrondoso, como o som de um jogo encerrando, ecoou em seus ouvidos. "Game Over," a voz do sistema soou em seu pensamento, e ela percebeu que havia chegado ao limite.

Quando tudo ficou em silêncio, o corpo de Lílares voltou ao estado inicial, como se estivesse sendo reconfigurado. Lentamente, ela começou a emergir em um espaço não familiar, em um quarto. A luz suave do ambiente trouxe um alívio instantâneo, mas a lembrança da batalha e da perda ainda a assombrava.

Ela abriu os olhos, o coração batendo forte em seu peito. A primeira coisa que viu foi Obscuro, preocupado, inclinando-se sobre ela. "Lílares! Você está acordada!" A voz dele estava cheia de alívio, e isso trouxe um sorriso hesitante ao rosto dela.

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