Era um dia claro e tranquilo, daqueles em que o sol toca a pele com um calor suave, e o cheiro da grama fresca se misturava com o som de risadas de crianças correndo por todos os lados. Suzane, com seus pequenos passos rápidos, ia de um lado para o outro do bosque, em busca de qualquer coisa que sua imaginação infantil pudesse transformar em um tesouro escondido. A vida parecia tão simples e encantadora. Ela nunca imaginaria que aquele dia se tornaria um dos momentos mais marcantes de sua vida.
Livan e Kai estavam por perto, aproveitando a liberdade que os bosques lhes ofereciam. Eles corriam entre as árvores, riam e apostavam quem conseguiria subir mais alto em uma enorme árvore que haviam descoberto. Ambos adoravam desafiar um ao outro, e quanto mais perigoso o desafio, mais animados ficavam. Suzane observava de longe, com um sorriso tímido, admirando a coragem deles. Ela gostava de Livan, mas não de um jeito que compreendesse completamente. Era uma admiração genuína, uma afeição inocente e pura.
No entanto, tudo mudou em um segundo, quando Suzane viu Livan escorregar ao tentar alcançar um galho mais alto. Ela não teve tempo de pensar; seu corpo se moveu sozinho. Com o coração disparado, ela correu até ele com uma rapidez que nem sabia possuir. Livan estava pendurado, seus dedos se escorregando do galho que agarrara no último segundo. Os olhos de Livan se encontraram com os dela, e naquele instante, antes que ela estendesse as mãos para ajudá-lo, uma centelha passou entre eles. Suzane agarrou seu braço com toda a força que tinha, puxando-o para um lugar seguro.
Livan se recuperou do susto, respirando fundo, e quando olhou para Suzane, seus olhos brilhavam com gratidão e uma emoção que ele próprio não compreendia. “Você me salvou!” ele disse, com uma surpresa alegre. “Você é minha heroína!” Ele falava com tanta seriedade que Suzane não pôde evitar um sorriso. E então ele fez uma promessa que ecoaria para sempre na memória dela: “Um dia, eu vou me casar com você.”
Aquelas palavras ecoaram na cabeça de Suzane, ressoando como uma música doce que ela não conseguia parar de ouvir. Era a primeira vez que seu coração batia com uma intensidade tão grande, a ponto de quase doer, mas uma dor boa, como se ele tivesse descoberto algo que faltava. Desde aquele momento, Livan passou a ocupar todos os cantos dos pensamentos de Suzane. A promessa que ele fizera, por mais infantil que fosse, parecia genuína e especial, e ela se apegou a isso.
A partir daquele dia, Livan e Suzane se tornaram inseparáveis. Em cada momento de descoberta, em cada nova aventura que viviam, ambos estavam sempre lado a lado. Livan se tornava cada vez mais confiante, e Suzane, fiel à sua promessa, o apoiava em tudo. Ela era o equilíbrio dele, a força silenciosa que o ajudava a encarar qualquer desafio. Livan, por sua vez, adorava surpreendê-la, inventando histórias e jogos para mantê-la sorrindo. Aos olhos de Suzane, ele era um herói de verdade, alguém destemido e que a fazia se sentir segura.
Eles passaram a compartilhar muitas das suas "primeiras vezes" juntos: o primeiro segredo importante, a primeira travessura em que trabalharam em equipe, o primeiro beijo trocado em um momento de curiosidade mútua. Eles eram jovens e ingênuos, mas a cada experiência, Suzane se apegava mais e mais àquela promessa de infância. Para ela, cada momento com Livan era um pedaço daquela promessa, como um laço invisível que os unia.
Enquanto os anos passaram, Suzane se apaixonou profundamente, de uma maneira que nem percebia. Quando ela estava com ele, o mundo parecia diferente, mais brilhante, e quando se tocavam, mesmo que por acidente, seu coração disparava de uma forma que a fazia sentir-se viva. Ela guardava a promessa de Livan como um tesouro secreto, esperando o dia em que ele, talvez, também percebesse.
Eles cresceram, e a amizade deles ficou mais complexa. Suzane foi a primeira pessoa com quem Livan compartilhou seus medos, e, de alguma forma, ela sabia acalmar cada um deles. Quando Livan se sentia vulnerável, era ela quem o trazia de volta, que o confortava e o lembrava do que ele podia conquistar. Ele ainda a chamava de heroína, e esse apelido era o que ela mais valorizava, pois representava para ela a pureza e o amor que tinham.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Acreditando em algo que nunca aconteceu
RastgeleEm um mundo onde dimensões se entrelaçam e a magia é uma realidade palpável, uma jovem menina carrega o peso de um legado sombrio. Após a morte trágica da princesa, ela entra em uma academia do império, onde se depara com pessoas de sua vida passad...