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MELISSA O'CONNELL

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MELISSA O'CONNELL

Patrick, o pai de Billie, passou horas comigo naquela manhã, tentando me acalmar e dando conselhos sobre o encontro que eu teria com o homem que, um dia, chamei de pai. Ele me olhava com um misto de seriedade e empatia, enquanto cada palavra parecia carregada de experiência.

— Você precisa manter a cabeça erguida, Mel — ele começou, respirando fundo antes de continuar. — Esse homem... ele não é seu pai de verdade. Ele te roubou, te tirou de onde você pertencia. Mas você é muito mais forte agora. Não deixe que ele veja fraqueza.

Eu mantinha o olhar fixo nas minhas mãos, processando cada palavra, mas o peso da verdade era difícil de carregar. Aquele homem não tinha direito de me chamar de filha, nunca teve.

— Lembre-se, ele pode tentar manipular a situação, fazer com que você sinta que lhe deve alguma coisa — continuou Patrick, seus olhos se estreitando em determinação. — Mas não deve. Ele é o único que deveria prestar contas a você. Não se esqueça disso.

As palavras dele tinham um certo peso, mas ainda assim, eu sentia uma angústia dentro de mim. A verdade de tudo o que aquele homem tinha feito — traficar um bebê, me arrancar da minha verdadeira família — era difícil de digerir, e eu sabia que o reencontro não seria tão simples quanto as palavras de Patrick sugeriam.

— E não ceda, Mel — Patrick acrescentou, se aproximando um pouco mais. — Mostre respeito, mas jamais submissão. Esse homem não tem mais poder sobre você.

Eu agradeci a Patrick por todos os conselhos, mas uma parte de mim ainda estava inquieta. Billie tinha saído de casa fazia um tempo, e o silêncio que ela deixou para trás era pesado. Júlia, minha amiga, estava comigo o tempo todo, e foi ela quem me ajudou a arrumar minha mochila, colocando algumas coisas que Billie havia comprado para mim — roupas novas, sapatos, aliás eu fui sequestrada antes de vim pra cá!

— Vai dar tudo certo, Mel — disse Júlia, tentando esconder a própria preocupação. — Você só precisa ser firme.

Eu respirei fundo, pronta para sair. Mas no momento em que alcancei a porta, ouvi o som de pneus freando bruscamente na entrada. Billie tinha chegado.

Ela saiu do carro cambaleando, e imediatamente algo pareceu errado. Seus olhos estavam vermelhos, como se ela não dormisse há dias ou tivesse chorado muito. Quando me aproximei, o cheiro de álcool quase me fez recuar.

— Billie... você tá bem? — perguntei com a voz baixa, minha preocupação crescendo a cada segundo.

Billie levantou o olhar, e vi um brilho de desespero em seus olhos.

— Você... não vai! — ela disse de repente, a voz rouca e descontrolada. Tentou dar um passo em minha direção, mas quase caiu, tropeçando nas próprias pernas. Eu e Júlia corremos para segurá-la antes que se machucasse.

CEO- o acerto de conta BILLIE EIlISHOnde histórias criam vida. Descubra agora