Eu sou como ele?

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MELISSA EVANS

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MELISSA EVANS

Quando a porta se fechou atrás dela, o silêncio da sala me envolveu, mas minha mente fervilhava. O peso do que havia acontecido finalmente me atingiu como um soco no estômago. Meu corpo desabou na cadeira, os músculos tensos finalmente cedendo. A respiração saía descompassada, ainda sentindo o calor de sua proximidade.

Eu queria odiá-la. Eu queria acabar com isso. Mas cada vez que ela estava perto, todo o meu autocontrole desmoronava. Cada provocação, cada toque, era uma batalha perdida. E talvez, no fundo, eu soubesse que ela estava certa. Billie sempre tinha razão.

Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos, e comecei a arrumar minhas coisas. Saí da empresa, o caminho de volta para casa foi tranquilo, mas minha mente estava a mil. O silêncio dentro do carro só fazia os pensamentos ecoarem mais alto.

Chegando em casa, as coisas pareciam fora de ordem. A porta do escritório do meu pai estava entreaberta, e eu ouvi gritos que faziam as paredes vibrarem. Ele estava furioso com alguém.

Na sala, Júlia estava deitada no sofá, mexendo no celular sem qualquer preocupação, enquanto Ágatha, minha irmã, sentava no chão, pintando as unhas dos pés como se tudo estivesse normal. Eu tinha esquecido o quanto ela podia ser irritante.

Passei pela sala, dando um beijo na cabeça de Júlia. Ela me olhou e sorriu de volta, distraída.

— Tudo bem? — perguntei, a voz baixa, sem querer chamar atenção para o tumulto no escritório.

— Sim, relaxa. O de sempre — Júlia respondeu com um sorriso preguiçoso, sem tirar os olhos do celular.

Suspirei, confusa com a normalidade delas. Mas o grito do meu pai logo me puxou de volta para a realidade. Dei alguns passos e olhei pelo canto da porta entreaberta, quase fui jogada para longe quando meu pai arremessou alguém com força para fora do escritório. A porta bateu na parede com um estrondo.

— Papai?! — Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, o susto claro no meu tom. Ele estava ofegante, segurando uma arma na mão, os olhos ardendo de raiva. Nunca o vi assim antes.

O homem no chão gemia, tentando se levantar, mas seus movimentos eram fracos. Corri até ele, ajoelhando para ajudá-lo a se levantar, quando a voz do meu pai ecoou, carregada de uma fúria que gelou meu sangue.

— Se você tocar nesse verme de novo, Melissa, quem vai morrer no lugar dele será você!

Engoli em seco, congelando no lugar. Meu coração disparou, e olhei para ele, a confusão e o medo crescendo dentro de mim.

— P-pai, o que está acontecendo? — Minha voz saiu trêmula, mas eu não conseguia disfarçar o pânico.

Ele deu dois passos em minha direção, a arma ainda firme na mão. Nunca tinha visto meu pai desse jeito.

CEO- o acerto de conta BILLIE EIlISHOnde histórias criam vida. Descubra agora