Sentia meu corpo pesado, porém algo macio suportava meu corpo abaixo de mim. Um barulho de bipe soava constantemente perto do meu ouvido, me levando a abrir lentamente meus olhos.
- O que... Como?
Ao olhar ao redor, me dei conta de que me encontrava em uma emergência hospitalar! Enfermeiras e médicos andavam e corriam trabalhando intensamente!
- Como eu vim para aqui? - Falei olhando ao meu redor
- A senhorita já acordou. - Um homem usando um jaleco branco surgiu ao meu lado com uma prancheta em mãos - Como se sente?
- Acho que... Bem? - Averiguei meu corpo vendo se tinha algo quebrado ou machucado
- O seu diagnóstico apontou pedra nos rins, sorte que elas estão em um tamanho significativo para não precisar passar por uma cirurgia, porém receitarei alguns medicamentos e rotinas alimentares para
que essa pedra se dissolva em seu organismo. - O doutor verificou algo a mais em sua prancheta - A senhorita anda se alimentando corretamente?Ouvir aquilo me fez ficar angustiada por dentro, criando uma tensão em mim. O doutor percebeu que eu havia ficado um pouco aflita com aquela pergunta.
- Fique tranquila, uma enfermeira trará algo para você comer em alguns minutos. - Disse ele sorrindo
- Não sei como agradecer, doutor.
- Acho que deveria agradecer também ao rapaz que a trouxe para cá, ele parecia muito preocupado.
- O que? Como? Um rapaz?
- Sim, faz uma hora que ele saiu, pois tinha que chegar a um lugar. Fique feliz, ainda existem pessoas boas no mundo.
O doutor saiu de onde eu estava deitada me deixando sozinha naquela ala onde a agitação de funcionários ainda era intensa. Me levantei com um pouco de dificuldade, tentando averiguar se meus pertences ainda se encontravam ali comigo, porém, ouvi algo cair no chão do outro lado da cortina que separava uma cama da outra.
- Oras que coisinha para dar trabalho. - Uma voz velha, mas que se encontrava indignado falou através da cortina
Curiosa, me levantei da cama de onde estava e pus os pés no chão frio daquela emergência. Ao afastar a cortina, pude ver uma cena um pouco engraçada, mas que ao mesmo tempo era motivo de oferecer uma ajuda.
- Com licença...
Em meu campo de visão estava um senhorzinho de idade em uma luta com seus cadarços cor de limão. O mesmo não estava conseguindo amarrá-los pois parecia estar com algumas dores em suas costas.
- Oh mocinha, por favor poderia me ajudar a amarrar esses malditos cadarços? Desde que acordei estou tentando, mas minhas costas estão me matando!
- Ah, claro senhor.
Me abaixei com um certo cuidado e comecei a amarrar os cadarços chamativos daquele senhor.
- Você sofreu algum acidente? O que faz aqui? - Perguntou ele
- Acho que... Não me alimentei corretamente e acabei desmaiando. -Tinha nervosismo em minha voz
- Minha nossa! Por favor, passe a se alimentar bem! A saúde sempre tem que estar em primeiro lugar.
- Pode deixar...
Me levantei após amarrar os cadarços daquele senhor que me olhou com
gratidão. Ele parecia ser uma pessoa gentil e bem alegre pelo visto, me senti bem em ajudá-lo.- Muito obrigado, mocinha! Não sei o que seria de mim sem sua ajuda.
- Disponha senhor.
- Bom, eu preciso ir. Meu trabalho está me esperando.
Ouvir a palavra trabalho me fez ficar triste, pois acabei me lembrando de que não possuía mais nenhum recurso para viver.
Aquele senhor se foi apoiando-se em sua bengala que parecia custar uma fortuna! E eu voltei para a cama pois uma enfermeira havia deixado uma bandeja de comida lá e me disse para comer que logo em seguida seria liberada. O que me causou uma nova aflição.
- O que mais poderia dar errado em minha vida? - Comecei a comer
De repente ouço meu celular vibrar no meu bolso. Mas, para ser bem sincera, eu não queria atender, já me sentia no subsolo do fundo do poço e não queria ouvir mais nenhuma desgraça.
Entretanto, ao ver quem era, decidi atender.
- Amiga, onde você está? Vim ao seu apartamento, mas não te encontrei.
- Alexa - Minha voz estava falhando de nervosismo - Eu saí para dar uma volta, não estava me sentindo muito bem.
Se eu falasse que estava em uma emergência, ela iria terminar de me matar.
- Então, vou falar por aqui mesmo! - Ela fez um leve suspense - Consegui uma vaga para você em uma empresa de roupas renomadas!
Ouvir aquilo me fez levantar bruscamente daquela cama e ficar de pé em questão de segundos! Meus neurônios dentro do meu cérebro não estavam raciocinando direito naquele momento, era como se o que eu
tinha acabado de ouvir fosse o anúncio de alguma revolução que traria a paz para todo o universo!- O que foi que você disse Alexa?
- Foi o que ouviu! E nem comece a me questionar como foi que fiz para conseguir isso, apenas agradeça! Sua entrevista está marcada para amanhã de manhã, por favor chegue cedo e cause uma boa impressão pelo menos, pois sua vaga já está garantida.
A chamada foi encerrada sem que eu tivesse tempo para responder alguma coisa! Estava completamente em choque! Mas, uma certa onda de felicidade me invadiu naquele momento, me permitindo sorrir e chorar de emoção. Eu finalmente havia conseguido? Seria aquele o meu momento mais aguardado?
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Encurralada Pelo Amor
RomanceSophia está no limite. Descartada em inúmeras entrevistas e vivendo em condições precárias em um prédio que ameaça desabar, ela enfrenta diariamente as cobranças agressivas do proprietário por não conseguir pagar o aluguel. Desesperada, ela vê uma l...