VIII

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𝗥𝗮𝗶𝗻𝗲𝗹𝗶𝘀 𝗥𝗼𝘀𝗮𝗿𝗶𝗼.

Angie deslizou as mãos pela minha cintura, fazendo um carinho suave, enquanto nossos lábios se encontravam de novo, num ritmo que parecia nos embalar. Sua boca explorava a minha com uma intensidade crescente, como se buscasse descobrir mais, sentir mais. A cada toque, a cada troca de olhares, uma nova onda de emoção percorria meu corpo.

Puxei-a para mais perto, deixando que as mãos se perdessem nos cabelos castanhos dela, enquanto nossos beijos se aprofundavam, revelando sentimentos que antes estavam escondidos. Estar ali, nos braços dela, fazia com que todas as preocupações se dissipassem, como se aquele momento tivesse nascido para ser assim.

Nossos corpos estavam tão próximos que podíamos sentir a respiração uma da outra, como se a distância entre nós fosse quase inexistente. A outra mão de Angie deslizava pelo meu pescoço e nuca. puxando-me gentilmente para mais perto. Entre beijos e risos baixos, nossos olhares se encontravam e eu via algo nos olhos dela que me fazia sentir segura, como se eu pudesse deixar para trás todas as incertezas dos últimos dias.

Ela parou um instante, os dedos ainda na minha cintura, e me olhou com um sorriso suave, como quem queria aproveitar cada segundo daquele momento.

— Não consigo acreditar que você está aqui — sussurrou, como se o silêncio da manhã fosse algo que ela não quisesse quebrar.

Suspirei, sentindo o coração bater mais forte.

— Nem eu, mas agora que estou... — falei, passando a mão pela sua bochecha e entrelaçando nossos dedos. — Talvez eu finalmente esteja exatamente onde deveria estar.

Ela me puxou de volta, e nossos lábios se encontraram mais uma vez, num beijo lento e profundo, como se o tempo pudesse parar para nós duas. De repente o toque da campainha soou como um choque, trazendo-me de volta à realidade com um sobressalto. Angie e eu nos separamos, trocando olhares surpresos e confusos. Por um instante, meu coração acelerou, tentando decifrar quem estaria ali tão tarde.

Levantei-me, ajeitando rapidamente os cabelos e dando um passo hesitante até a porta. Ao abrir, a figura diante de mim fez meu estômago dar um nó.

— Alondra? — Minha voz saiu num sussurro de incredulidade.

Ela estava ali, de pé, os olhos um pouco vermelhos, talvez de cansaço, talvez de outra coisa que eu não conseguia ler. Seus braços estavam cruzados, e por um segundo eu achei que era apenas um sonho, que a situação era surreal demais para ser verdade.

— Precisamos conversar — disse ela, a voz baixa e séria, mas com um peso diferente do tom frio que havia usado comigo antes.

Angie apareceu na sala, parada a poucos passos atrás de mim. Alondra percebeu a presença dela e arqueou as sobrancelhas, sua expressão se fechando ligeiramente, como se algo tivesse se quebrado dentro dela. Olhei para Angie, tentando encontrar as palavras certas para explicar o que estava acontecendo — o que, para ser honesta, eu também não sabia direito.

— Angie, você... pode me dar um momento? — pedi, virando-me de volta para Alondra.

Angie hesitou, seus olhos fixos em mim com uma expressão que misturava surpresa e talvez até um pouco de preocupação, mas finalmente assentiu e se afastou, lançando um último olhar antes de desaparecer pelo corredor.

Suspirei, voltando a encarar Alondra, sem saber o que esperar dela — ou de mim mesma.

Alondra cruzou os braços e entrou na sala, o olhar vagando ao redor, quase como se estivesse absorvendo tudo ao nosso redor para evitar me encarar. O silêncio que se seguiu parecia um fardo pesado demais para suportar, mas antes que eu pudesse dizer algo, ela finalmente ergueu o olhar.

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