Four

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Boa leitura.♡

A noite envolvia o hospital em um silêncio denso, interrompido apenas pelos sons baixos das máquinas que monitoravam o estado do ômega no quarto. O ambiente ainda estava com a tensão dos dias anteriores. Jimin e Taehyung permaneciam do lado de fora, ansiosos, aguardando qualquer notícia sobre o estado do mesmo.

Namjoon caminhava pelos corredores em direção ao quarto, com passos lentos e pensativos. Ele sabia que sua presença ali seria necessária. O ômega estava fragilizado, tanto física quanto emocionalmente, e, como psicólogo, Namjoon teria que ser o pilar de segurança para aquele que agora dependia de cuidado e apoio. No entanto, ninguém sabia muito sobre ele, nem mesmo seu nome. Apenas a brutalidade do que ele havia enfrentado.

Ao entrar no quarto, Namjoon sentiu uma leve brisa e com ela trouxe um perfume doce que lembrava amoras, apesar das janelas fechadas. Ele hesitou por um momento, sentindo uma estranha familiaridade naquela fragrância que parecia escapar das lembranças mais profundas de sua mente. A sensação o envolveu, como se algo muito antigo e significativo estivesse apenas ao alcance de sua memória, mas não deu tanta importância para isso naquele momento, resolvendo então entrar de uma vez.

Namjoon observou o ômega, que estava deitado, imóvel, mas sua respiração era irregular, como se estivesse presa em algum pesadelo do qual não conseguia escapar. O psicólogo se aproximou devagar, puxando uma cadeira para o lado da cama e se sentando, observando o rosto delicado e marcado pelo sofrimento. Ele sabia que o despertar poderia ser traumático e que seria fundamental ganhar a confiança do jovem desde o primeiro momento.

- Olá... - Namjoon começou, sua voz baixa e suave, não querendo assustá-lo. - Meu nome é Namjoon. Sou psicólogo e estou aqui para ajudar você. Sei que tudo parece assustador agora, mas quero que saiba que você está seguro.

O ômega não se moveu, mas suas pálpebras tremeram levemente, como se estivesse consciente de que havia alguém próximo. Namjoon não esperava uma resposta, mas sentia que precisava continuar falando, como se as palavras pudessem formar uma ponte até a mente do rapaz.

- Não sei seu nome ainda, mas não tem problema - ele continuou. - Quando estiver pronto, pode me dizer. O mais importante agora é que você saiba que não precisa enfrentar isso sozinho.

Namjoon observou os movimentos sutis do corpo do ômega, ainda encolhido em uma postura defensiva. Ele sabia que, mesmo inconsciente, o corpo ainda reagia ao trauma que havia vivido, e seria uma longa jornada até que o jovem pudesse se sentir seguro novamente.

De repente, a respiração do ômega começou a acelerar. Seu corpo, antes imóvel, começou a se agitar levemente, como se estivesse sendo tomado por uma onda de pânico que crescia de dentro para fora. Namjoon imediatamente percebeu que ele estava à beira de uma crise.

- Está tudo bem, você está seguro - disse Namjoon, tentando manter a voz estável e tranquilizadora. - Respire devagar... tente me ouvir.

Mas as palavras de Namjoon pareciam não alcançar o ômega, que agora tremia visivelmente. O peito subia e descia com rapidez, enquanto ele se encolhia ainda mais na cama, os músculos tensos, como se estivesse pronto para fugir. As memórias voltavam com força total, atropelando sua percepção da realidade. Ele não conseguia diferenciar o passado do presente, e, naquele momento, o medo dominava completamente sua mente.

Namjoon se inclinou um pouco mais para perto, mantendo sua postura calma, mas pronto para intervir se necessário.

- Eu estou aqui - disse ele, sua voz suave, mas firme. - Ninguém vai te machucar. Você está em um lugar seguro. Pode confiar em mim.

O ômega começou a murmurar palavras desconexas, seus olhos ainda fechados, mas as lágrimas escorriam pelas laterais de seu rosto. Estava preso em um ciclo de dor e medo, incapaz de escapar.

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