A Fé que nos Une

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vou começar falando de novo pq acho q esse cap vai ser bem longo mas espero q vcs gostem


O ar estava pesado ao redor de Aruanã, que segurava firmemente a mão de Ibiraci, deitado no chão. O corpo de seu amigo estava fraco, a respiração irregular. A cada segundo que passava, o pavor de perdê-lo aumentava. Eles haviam enfrentado tantos perigos juntos, mas nada o preparou para esse momento. Ver Ibiraci tão perto da morte parecia ser uma prova cruel demais.

O sangue que havia manchado as mãos de Aruanã não era apenas um alerta da gravidade da situação, mas também uma lembrança dolorosa de sua própria impotência. Ele queria proteger Ibiraci, queria acreditar que sua fé e a força espiritual que compartilhavam poderiam curá-lo, mas a realidade diante de seus olhos era sombria. A respiração de Ibiraci estava ficando cada vez mais fraca, o que fazia o desespero de Aruanã crescer.

"Você vai ficar bem," Aruanã sussurrou, com a voz embargada, a palma de sua mão pressionando com firmeza o ferimento de Ibiraci. "Eu prometo. Eu não vou te perder."

Ibiraci, lutando para manter os olhos abertos, tentou sorrir. "Você... sempre foi teimoso..." Sua voz era um sussurro, quase inaudível, mas havia uma chama de vida ali, embora fraca. "Eu confio em você."

As palavras de Ibiraci soaram como um alívio momentâneo, mas Aruanã sabia que o tempo estava se esgotando. Ele precisava agir rapidamente. Não havia tempo a perder.

"Espíritos da floresta, ouçam nossa prece," Aruanã murmurou, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. Ele pressionou a testa contra a de Ibiraci, sentindo o calor fraco de seu amigo. "Nós sempre acreditamos em vocês. Sempre seguimos o que nos ensinaram. Ajudem-nos agora. Salvem ele."

As folhas ao redor deles se agitaram suavemente, como se a própria floresta estivesse ouvindo suas palavras. Aruanã respirou fundo, tentando manter a calma. A fé que compartilhavam sempre fora uma força em suas vidas, e agora, mais do que nunca, ele precisava acreditar que essa fé os salvaria.

Com dificuldade, ele conseguiu colocar Ibiraci em seus braços e começou a caminhar. A cada passo, sentia o peso de seu amigo, mas também a urgência de levá-lo para um local seguro, onde pudesse ser tratado. Suas pernas tremiam, o corpo cansado, mas a determinação o movia. Nada poderia separá-los agora. Não importava o quanto fosse difícil, ele não deixaria Ibiraci sozinho.

Atravessaram a floresta em silêncio, com os sons dos animais noturnos ao redor e o vento suave que acariciava seus rostos. O tempo parecia se arrastar, e a cada segundo, Aruanã temia que Ibiraci pudesse não aguentar mais. Ele sentia a respiração fraca de seu amigo contra seu peito, o que o mantinha em movimento.

"Não vou deixar você morrer," Aruanã repetia para si mesmo, como um mantra. "Eu não vou."

Enquanto caminhava, algo dentro de Aruanã começou a mudar. Não era apenas a fé nos espíritos da floresta que o guiava, mas algo mais profundo — uma força que vinha do amor que sentia por Ibiraci. Era algo que ele havia sentido por muito tempo, mas nunca havia colocado em palavras. Agora, naquela situação desesperadora, ele percebeu o quão forte era esse sentimento.

Finalmente, após o que parecia uma eternidade, Aruanã avistou uma clareira familiar, onde havia um curandeiro que eles conheciam. Ele só precisava alcançar aquele lugar, e então talvez, só talvez, Ibiraci tivesse uma chance de sobreviver.

Com o coração acelerado e o corpo exausto, Aruanã entrou na clareira, gritando por ajuda. O curandeiro, um homem velho com olhos sábios, saiu apressado ao ouvir o chamado de Aruanã. Quando viu o estado de Ibiraci, o curandeiro imediatamente começou a preparar remédios e ervas medicinais.

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