A fúria de uma Zor'El

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Kara estava no escritório quando a porta foi derrubada no chão.

— Posso saber cadê a sua educação, hein?! Por que não veio receber sua mamãe, hein, garota insolente? — A figura de sua mãe apareceu pela porta. Kara se levantou e olhou para sua mãe.

— Mãe, me perdoe, eu estava pensativa e não vi o horário passando — disse Kara, parando na frente de sua mãe.

— Oh, minha filhote, entenda que o que aconteceu não foi sua culpa. Você agiu bem, protegeu sua filhote e sua companheira estava protegendo as filhas. Então nada do que aconteceu foi culpa sua ou da Lena — disse Eliza, abraçando Kara, que acabou soltando as lágrimas que estavam presas.

— Tudo bem, minha filha. Saiba que os culpados por tudo isso irão pagar — Eliza disse, levantando o queixo de Kara para encará-la. — Você é a futura líder dos Zor'El, a família mais poderosa que existe, reinando acima de todos os reinos e clãs. Todos os nossos exércitos estão esperando apenas uma ordem e essa guerra terá acabado antes mesmo de começar — continuou Eliza. Kara a encarou, mas logo abaixou o olhar.

— Não sei, mamãe. Quero esperar a Lena acordar e talvez essa guerra não seja necessária — disse Kara, indo até a janela e vendo o imenso exército.

— Quantos homens a senhora trouxe? — perguntou Kara enquanto Eliza ficava ao seu lado.

— Bom, aqui temos 50 mil homens; perto do clã dos anões tem 60 mil esperando a ordem para prender todos; e nos outros países há 30 mil em cada um deles, sem contar com as bestas celestiais — respondeu Eliza. Kara a encarou.

— Espero não ter que mandar matar ninguém — disse Kara; porém a conversa com sua mãe foi cortada por um guarda entrando no quarto sem bater e logo se ajoelhando no chão.

— PRINCESA! É URGENTE! — disse o guarda. Kara o encarou junto de sua mãe, esperando que ele continuasse.

— E... A princesa Ariel e a princesa Lauren... — O guarda disse quase sem voz, pois no mesmo momento duas auras assassinas o deixaram sem fôlego.

— Continue — pediu Kara com sua voz de alfa, fazendo até mesmo a sala tremer. O guarda engoliu em seco e continuou:

— Aconteceu um sequestro. Levaram a princesa Lauren; conseguimos resgatar a princesa Ariel, porém não conseguimos salvar a princesa Lauren — disse o guarda com dificuldade para falar.

— E a Ariel está bem? — perguntou Kara e o guarda sentiu um arrepio na mesma hora.

— Houve um confronto e a princesa acabou sendo envolvida nele e acabou sendo ferida — respondeu o guarda com voz firme e raiva por não terem conseguido salvar a segunda princesa.

— Entendo. Irei ver Ariel... Mãe, irei assumir os Zor'El — avisou Kara enquanto olhava para o guarda. — Me leve até minha filha! — disse Kara saindo com o guarda logo atrás dela.

— Parece que o mundo irá ver mais uma vez a fúria de uma Zor'El — comentou Eliza olhando para fora da janela.

Cenas fortes agora, então fica o aviso: se você não gosta, pule para o próximo.

Kara caminha em passos apressados e firmes. Quando chegou ao quarto onde sua filha estava, viu a pior cena que poderia imaginar. Ariel estava com metade do rosto coberto por bandagens sujas de sangue.

— Princesa! — diz o médico, surpreso, enquanto se curva.

— Tire as bandagens! — Kara diz com raiva e vontade de chorar.

— Perdão? — o médico pergunta, sem entender.

— Eu disse: tirem as bandagens! Na verdade, não deixem! — Kara diz, aproximando-se da cama. Ela segura uma das mãos de Ariel e com a outra alisa o cabelo da pequena que se mexe.

— Ie... — Ariel tenta falar, mas um soluço escapa de sua garganta junto com um resmungo de dor; lágrimas surgem no olho direito.

— Ei, filhote, shiuu! Não fale agora; você está machucada, mas a ieiu já vai curar você — Kara diz com a voz baixa, cheia de carinho e amor.

— Na...o ie..iu a....a lau... — Ariel não consegue terminar a frase por conta da dor.

— Shiuu, tudo bem! Irei trazer sua irmã de volta e Jajá vocês vão estar juntas e felizes — Kara diz e começa a tirar as bandagens com o máximo de delicadeza, quase não encostando no tecido. Quando finalmente tira as bandagens, vê um corte profundo acima da sobrancelha até o pescoço de Ariel; seu olho esquerdo havia sido cortado e estava saindo para fora junto com veias e pedaços da carne que fazem parte do olho.

Kara sente uma raiva tão grande que todo o seu corpo fica tenso; cada músculo se torna rígido. Sua mandíbula está tão tensa que um dente pode quebrar facilmente sob a pressão. Kara está sucumbindo à raiva e ódio.

— Ieiu, dói! Dói muito! Ieiu, faz parar, por favor! Eu não fiz nada para merecer isso; fui uma boa garota... Dói muito, ieiu... — Ariel diz chorando.

Kara volta-se para si mesma.

— Concentre-se! Precisamos cuidar da nossa filhote antes de qualquer coisa — Sirius diz irritado ao ver sua filha ferida e perceber que não conseguiu protegê-la.

— Sim, você está certo — Kara responde, colocando a mão sobre o ferimento de Ariel e fechando os olhos.

— Que aquilo que veio da carne seja restaurado e volte ao que era — Kara diz enquanto a palma da sua mão começa a brilhar. Logo, a carne que antes estava rasgada vai se fechando e depois não existe mais nem marca de ferida nem cicatriz. Ariel está dormindo porque sua força interior também é usada para curá-la.

— Deixem que ela descanse. Qualquer coisa chamem minha mãe — Kara diz e deixa um beijo demorado no topo da cabeça de Ariel antes de sair do quarto.

Kara praticamente marchava em direção ao exército dos Zor'El quando, ao passar pelo corredor que levava para fora do castelo, encontrou Lionel e seu pai.

— Filha! — Zor'El começou a falar, mas parou ao perceber que sua filha não estava muito afim de conversar. — Não tenho obrigação de avisar, mas irei derrubar todos os clãs envolvidos nesta guerra.

Kara disse, passando direto pelos dois.

— O que foi isso? — Lionel perguntou, sem entender.

— Isso, meu amigo, foi o resultado de mexer com quem não deve. Venha, você vai ficar bem ocupado já já — Zor'El disse enquanto caminhava com Lionel.

Ao chegar onde seu exército se encontrava, todos já a estavam esperando.

— Quero que vocês derrubem todos que estiverem envolvidos com essa guerra. Quero as famílias principais presas; os outros vocês podem jogar em um calabouço, não me importo. E passem a seguinte mensagem para todos da cidade: "Enquanto minha filhote não voltar para os meus braços, alguém irá morrer a cada dia que passar" — Kara disse com sua voz de alfa, fazendo todo o exército ali presente sentir um arrepio.

— Já com os cidadãos: avisem que ninguém tem permissão para sair da cidade — Kara ordenou e todos começaram a marchar em direção a cada clã. Naquele momento, sua mensagem já havia chegado aos outros exércitos que esperavam por ordens na frente dos portões dos clãs. Quando receberam suas ordens, já estavam perto de derrubar os portões quando Kara disse mais uma coisa:

— E antes que eu me esqueça, podem matar qualquer um que se opuser às minhas ordens e a qualquer um que tentar impedir vocês. Porém, não toquem nas crianças — Kara afirmou e todos os guardas sacaram suas espadas. Kara estava caminhando em direção a um canto aberto.

— Está na hora de darmos um passeio pelo ar, velho amigo — Kara disse enquanto olhava para a enorme sombra se aproximando dela.

Se tiver 15 comentários e mais de 15 curtidas, eu publico 5 capítulos de uma vez ou, quem sabe, até mais de 5 capítulos. Boa noite 😎😁🙃

eu sou sua rainha Onde histórias criam vida. Descubra agora