eu sou sua rainha

A fúria de uma Zor'El 0.4

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Kara não compreendia o que estava acontecendo. Havia sido atacada por sua própria filha.

Ao olhar para cima de uma casa, notou três homens segurando arcos, todos apontados para ela. Soltando uma risada seca, Kara fixou os olhos em Alexandre. 

— Alexandre, guarde bem minhas palavras. Não sei exatamente o que você fez com a minha filha, mas quando eu colocar as mãos em você, vai desejar nunca ter nascido.

— A voz de Kara era fria e ameaçadora. Ela se colocou de pé e, voltando-se para Lauren, tentou chamá-la: — Filha, o que está acontecendo? Você não me reconhece? Sou eu, Kara, sua ieiu. —

Ela estendeu a mão para Lauren, que permaneceu imóvel, sem esboçar qualquer reação. 

— Obedeça à sua ieiu, Lauren, e vá até ela — ordenou Alexandre, sem hesitar. 

Kara encarou Alexandre com desconfiança, mas Lauren, obedecendo prontamente, caminhou até sua mãe. No entanto, antes que pudesse chegar, os arqueiros mudaram a mira. Agora, as flechas estavam apontadas para Lauren. Sem aviso, dispararam. 

Kara reagiu instintivamente, abraçando Lauren para protegê-la. As flechas a atingiram em cheio: uma perfurou profundamente sua costela, outra suas costas, e a terceira cravou-se em seu abdômen. 

— Ora, que cena comovente — disse Alexandre, observando a cena com um sorriso cínico. — Veja só o espírito materno. A poderosa Zor-El, ferida para proteger sua filhote. Isso é tão tocante que estou disposto a fazer um acordo: se você deixar que amarrem seus braços e pernas, deixarei Lauren ir. 

Kara estreitou os olhos e respondeu: 
— Como posso acreditar em você? 

Alexandre deu de ombros, mantendo a calma: 
— Você não tem muita escolha. Se me atacar, meus homens mirarão em Lauren. Se tentar resistir, sairá mais ferida. Decida logo, estou perdendo a paciência. 

— Lauren, mostre à sua mãe que minha palavra é verdadeira — ordenou Alexandre. 

Sem hesitar, Lauren, que ainda segurava a adaga em mãos, fincou-a novamente no abdômen de Kara. O sangue escorreu enquanto Kara olhava para a filha, notando as lágrimas se formando em seus olhos. 

— Parece que até o corpo dela sente que isso é triste! — Alexandre zombou, rindo. 

Kara respirou fundo, encarando Alexandre com raiva. 
— Você já foi um grande amigo do meu pai... É triste, mas meu pai terá que lamentar a perda de um amigo. 

Apertando Lauren com mais força em seus braços, Kara continuou: 
— Se você queria tanto morrer, Alexandre, era só ter se matado. 

De repente, o olho direito de Kara ficou preto como a noite. Sua voz soou sombria: 
— Queime até a última pedra... Assim que eu tirar Lauren daqui. 

Alexandre recuou um passo, visivelmente abalado. 
— Matem-na agora! — gritou, tentando disfarçar o medo. 

Antes que pudesse dizer mais algo, uma sombra gigantesca cobriu todo o local. Alexandre olhou para cima e viu algo que jamais esperava: um enorme dragão sobrevoava a cidade. 

— Mas que merda é essa?! — Alexandre engoliu em seco, os olhos arregalados. 

Kara, debilitada, tossiu, e mais sangue escorreu de sua boca. 
— Vejo que você não sabia disso... — murmurou, a voz carregada de ironia. 

— ME DIGA POR QUE TEM UM DRAGÃO AQUI! — Alexandre gritou, desesperado. 

Kara, por outro lado, ignorava tudo ao seu redor. Sua única preocupação era Lauren, que permanecia estranhamente quieta. Kara aproximou sua testa da de Lauren e sussurrou: 
— Liberação. 

Os olhos de Lauren, antes apagados, brilharam novamente com o verde vívido de sua essência. Kara sorriu fracamente. 
— Você voltou para mim... 

A visão de Kara começou a embaçar, e Lauren, agora consciente, arregalou os olhos ao perceber que segurava uma adaga cravada no abdômen de sua mãe. 

— Matem-na agora! — gritou Alexandre, tentando retomar o controle de seus homens. 

Os arqueiros, mesmo tremendo de medo diante do dragão, focaram novamente em Kara e Lauren. 

— Você quebrou o feitiço dela... — Alexandre disse, incrédulo, enquanto gesticulava para seus homens atacarem. 

Eles dispararam outra rajada de flechas, mas Kara reagiu rapidamente. Colocou Lauren atrás de si e estendeu a mão, invocando uma rajada de vento que desviou os projéteis. 

Alexandre, agora frustrado, vociferou: 
— Vocês, Zor-El, sempre foram os mais fortes! Lobos interiores, bestas sagradas, magia, invocações, e ainda essa conexão absurda com dragões. Vocês são monstros, a maior potência militar que existe. Mas não são imortais! Cortem-lhes a cabeça ou aprofundem uma lâmina o suficiente, e até mesmo vocês perecem. 

Ele caminhou até Kara, sacando sua espada. 

— Vocês são fortes, mas você é a escolhida. A única capaz de dominar todos os poderes dos Zor-El. Se eu matar você, a linhagem mais poderosa terminará aqui. 

Assassinos surgiram das sombras, cercando Kara. 

— Você não terá uma morte fácil... — disse Alexandre, apontando a lâmina na direção dela.