capítulo 33

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— Explique isso direito, Kara! — Lena exigiu, claramente aflita com a situação. — Como minha filha pode estar exalando um cheiro tão poderoso de dragão?

Kara respirou fundo antes de começar:
— Não sei explicar muito bem, Lena, mas sinto o cheiro de dragão vindo dela. Como você sabe, os Zor-El têm uma longa história que abrange várias raças. Temos registros e vínculos com os dragões, que, em poder, rivalizam conosco, os Zor-El. Porém, o sangue do clã dos dragões foi dado como perdido há muito tempo.

— Meu Deus... — murmurou Lena, enquanto se aproximava de Ariel. — Mal tenho uma filha e já descubro que ela pode ter sangue de dragão — disse, sentando-se numa cadeira próxima.

— Ainda não temos certeza disso, meu amor — Kara respondeu, tentando acalmá-la.

— Como não temos certeza?! — Lena exclamou, apontando para Ariel. — Sinta o cheiro dela, Kara! Veja o calor que ela está emitindo!

Kara colocou as mãos nos ombros da esposa e falou com tranquilidade:
— Mesmo que ela seja uma herdeira com sangue de dragão, eu consigo ajudá-la.

Lena a encarou, surpresa.
— Não me diga que você... — Lena deixou a frase no ar, mas Kara abriu um sorriso enigmático.

— Sim, eu também tenho um pouco de sangue de dragão — confessou Kara. — Durante meu treinamento, visitei a antiga vila do clã dos dragões e acabei me tornando uma domadora de dragões. Naquele processo, adquiri uma pequena porcentagem do sangue deles.

Lena ficou boquiaberta.
— Então você também tem sangue de dragão...

— Na verdade, cerca de 15% — explicou Kara, ainda sorrindo. — Além disso, tenho um pacto com um dragão.

Lena olhou para ela, atônita.
— Isso explica por que seu cheiro é tão dominante... — murmurou Lena, ainda processando a informação.

Kara riu suavemente.
— Não tenho a transformação, mas meu dragão pode ajudar nossa filha a lidar com isso.

— Isso é muita loucura... — Lena balançou a cabeça, incrédula.

— Bem, você é ômega da alfa mais forte que existe e agora tem uma filha com sangue de dragão. É loucura, sim, mas é a nossa vida — disse Kara, ainda sorrindo.

— Por que você está tão animada com tudo isso? — Lena perguntou, estreitando os olhos.

Kara assumiu uma expressão mais séria.
— Existe um ritual na família Zor-El. Somos capazes de dividir nosso sangue com alguém e...

Lena a interrompeu, surpresa:
— Você está dizendo que pode transformar as meninas em suas filhas biológicas?

Kara assentiu.
— Na verdade, posso transformá-las em nossas filhas biológicas.

Lena piscou, sem acreditar no que ouvia.
— Kara, vamos continuar essa conversa depois. É muita informação para um único dia. — Ela passou a mão pelo rosto, exausta.

Kara soltou uma risada alta.
— Os Zor-El são mais assustadores do que você pensava, não é?

— Com certeza — respondeu Lena, cruzando os braços, mas um sorriso leve brincava em seus lábios.

Antes que continuassem a conversa, o curandeiro entrou na tenda, chamando a atenção das duas.
— Princesas? — Ele inclinou a cabeça em reverência. — A pequena acordou.

Lena e Kara se aproximaram de Ariel, que abriu os olhos com dificuldade.
— Ma... — tentou falar, mas a voz não saiu.

— Shhh, está tudo bem, pequena. Preciso que você descanse — disse Lena, acariciando o rosto da menina. Kara, ao lado, fazia carinho nos cabelos da filha, que logo fechou os olhos novamente, voltando a descansar.

Do lado de fora da tenda

Lauren e Emma haviam acordado e escutado parte da conversa entre Kara e Lena. As duas estavam sentadas debaixo de uma árvore próxima, observando o céu escuro da noite.

— Acha que elas vão perder o interesse na gente? — Lauren perguntou, abraçando os joelhos, a insegurança clara em sua voz.

— Você bateu a cabeça, foi? — Emma respondeu, com um leve tom de repreensão. — Lena e Kara não são assim.

Lauren suspirou.
— Amanhã é o dia que vamos embora desse lugar... — disse, olhando para o céu sem estrelas.

— É verdade. Amanhã será o início de um novo começo para nós — respondeu Emma, abraçando a irmã.

Do outro lado, Kara estava sentada no chão, observando suas filhas de longe.
"Lauren é tão insegura que me dá vontade de caçar os pais biológicos dela..." — pensou, irritada.

— Concordo com você, amigo — respondeu em voz baixa para seu lobo interior, encarando o céu enquanto refletia sobre o que estava por vir.

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