capítulo 24

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Lena e Kara estavam na sala do trono enquanto Lionel, pai de Lena, estava sentado no trono, à frente delas. 

— Recebemos reclamações sobre uma área na ponta do lago — Lionel disse, suspirando. 

— Aquela região que insiste em querer ser independente? — Lena perguntou, encarando o pai. 

— Sim. Estão com pouca comida, e, na verdade, têm poucos recursos em tudo. Há ladrões e assassinos por lá — Lionel respondeu, com uma expressão triste. 

Lena suspirou e colocou a mão no nariz. 

— Esses idiotas... Tudo bem, eu vou até lá com alguns soldados. Vou ensinar umas coisas para eles e fazer o "chefe" daquela vila assinar um contrato, juntando-se de vez ao nosso reino — Lena declarou com raiva, contrariada por seus planos de passar o dia com Kara serem interrompidos. 

— Eu também vou com você, minha princesa — Kara disse, sorrindo. 

— Tem certeza, Kara? — Lena perguntou, olhando para sua alfa. 

— Sim! Vou com você — Kara respondeu, ainda sorrindo. 

Lena fez um gesto para o comandante da guarda real. 

— Chame os Escorpiões. Eles irão comigo. 

Depois, fez uma reverência leve para Lionel. 

— Estou partindo, pai. 

Lena saiu da sala do trono, com Kara logo atrás. 

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**Em Lucarion** 

— Olha o peixe! Peixe fresco! Ostras e muito mais! — Ariel gritava pelas ruas, empurrando um carrinho com peixes e frutos do mar. Ela parou numa esquina ao ver um grupo de homens e mulheres conversando. 

— Parece que alguém do castelo está vindo para nos forçar a nos unirmos ao reino — disse uma mulher de cabelos ruivos. 

— Isso é um absurdo! — reclamou um homem gordo. 

— Vocês reclamam disso, mas eu não aguento mais meu filho voltando machucado! Nossos filhos estão morrendo por causa desses rebeldes! — falou, com raiva e tristeza, uma mulher de cabelos pretos e olhos felinos. 

— Você tem razão. Mesmo que eu não goste da ideia de nos unirmos ao reino, precisamos que esses criminosos sejam presos — concordou a mulher ruiva. 

Ariel, ouvindo aquilo, ficou surpresa. Nunca ninguém da realeza havia vindo a Lucarion. **"Preciso contar isso para Lauren rapidamente,"** pensou, voltando apressada para onde estavam suas irmãs. 

Ao chegar ao barraco quase caindo, viu Emma deitada num pano no chão, enquanto Lauren estava sentada na janela. 

— Lauren! Está vindo alguém do reino! — Ariel avisou. 

Lauren, que olhava para o lago, voltou sua atenção para Ariel. 

— Alguém do castelo? Aqui? Você tem certeza? — Lauren perguntou, pulando da janela para o chão e caminhando até Ariel. 

— Sim! Eu ouvi em uma roda de conversa. Estavam aflitos porque essa pessoa está vindo com um exército — explicou Ariel. 

— Droga. Isso pode ser perigoso para nós. Você ouviu quando eles chegam? — Lauren perguntou. 

— Não, desculpe, não escutei... — respondeu Ariel, triste. 

— Está tudo bem. Você fez muito bem. Fique e descanse com Emma — disse Lauren, caminhando até a porta. 

— Para onde você vai? — Ariel quis saber. 

— Vou vender o resto dos peixes, tentar descobrir mais sobre isso e pegar ervas medicinais para Emma — Lauren respondeu, saindo com o carrinho de peixes. 

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**Com Lena e Kara** 

Dentro da carruagem, Lena estava sentada com Kara. Para seu espanto, um lobo enorme estava deitado dentro da carruagem. 

— Kara, querida, pode me explicar de novo sobre esse lobo? — Lena perguntou, encarando o animal, que retribuiu o olhar. 

— Este é o Ranga. Ele era meu animal de estimação lá em casa, mas, quando vim estudar, ele ficou aos cuidados dos meus irmãos. Agora que estou aqui, resolvi trazê-lo para viver comigo. Ranga é muito inteligente e não é um lobo comum. Ele vai te proteger quando eu não estiver por perto — Kara explicou, orgulhosa de apresentar seu "filhote" a Lena, que suspirou, resignada. 

Ao chegarem ao portão de Lucarion, ele estava fechado. Algumas pessoas observavam da guarita. 

— A comandante-chefe dos Escorpiões tomou a frente. 

— Abram esse portão! Estamos aqui por ordem do rei Lionel! Vocês estão na companhia da pri... — sua fala foi interrompida por uma pedra arremessada em sua direção. Irritada, ela já ia sacar sua espada quando a porta da carruagem se abriu. Kara ajudou Lena a descer, enquanto os Escorpiões se ajoelharam. 

— Princesa, não precisava pisar nessas terras imundas — disse a comandante Maggie, ajoelhada. 

— Está tudo bem, comandante. Não estou com paciência para essas brincadeiras. Abram o portão. Só vou pedir uma vez — disse Lena, cruzando os braços. 

Os moradores ficaram surpresos ao verem a própria princesa na entrada da vila. 

— E agora? É a princesa! — sussurrou um homem, assustado. 

— Não importa quem seja, não abriremos os portões — respondeu outro, jogando uma pedra em Lena. 

A pedra foi agarrada no ar por Kara, que a devolveu com força, acertando a testa do homem, que desmaiou. 

— Querem brincar? Eu também sei brincar — Kara disse, dando um passo à frente. 

— Ranga, derrube esse portão com o vento do leste — ordenou Kara, com uma mão na cintura e outra apontando para o portão. 

Ranga, que estava deitado na carruagem, rapidamente apareceu ao lado de Kara. Seu tamanho impressionante assustou os moradores. 

Antes de Ranga agir, Lena interveio: 

— Kara, espere — disse Lena. 

— Sim? — Kara perguntou, confusa. 

— Eu disse que só pediria uma vez — Lena declarou. — Afastem-se todos. 

Os Escorpiões recuaram. Lena ergueu a mão e recitou um encantamento: 

— Espírito adormecido no vulcão, escute meu comando e venha até mim. 

Uma chama surgiu na ponta de seu dedo e logo cresceu. 

— Queime o portão até virar cinzas — ordenou Lena. 

A chama disparou, atingindo o portão e o destruindo. 

— Já chega. Pode parar — disse Lena, e o fogo se extinguiu. 

Ela entrou na vila, com Kara, Ranga e os Escorpiões atrás. 

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**Observando** 

Lauren, escondida em uma árvore, viu tudo e ficou impressionada. 

— Incrível! — murmurou, sorrindo. Ela desceu da árvore e começou a correr, rindo. 

eu sou sua rainha Onde histórias criam vida. Descubra agora