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Rosa percebeu que um dos seis homens estava se aproximando sorrateiramente de Lauren e Emma, mas, ao tentar avançar, sentiu uma dor aguda em sua pata dianteira. Viu que havia uma adaga cravada e logo sentiu um cheiro azedo invadir suas narinas.

– Veneno, sério? – murmurou Rosa, avançando contra o homem à sua direita, que havia arremessado a adaga. Seu ataque foi tão rápido que o homem só teve tempo de levantar o braço para se proteger, mas Rosa agarrou o braço com seus dentes e o lançou para o alto. O corpo do homem voou, mas o braço permaneceu entre os dentes de Rosa.

– Você é um verdadeiro monstro, hein? – disse o homem, o único que não cobria o rosto.

– E você é corajoso por se meter com monstros, não é? – respondeu Rosa.

– Bem, como meu trabalho é matar monstros, não posso ter medo – disse o homem de cabelos pretos.

– É mesmo? Então me diga seu nome – provocou Rosa.

O homem riu.

– Sou Youzu, um aventureiro – disse ele, rindo, enquanto apontava sua espada para Rosa. – Vou te matar e levar essas garotas.

Rosa ouviu um grito e olhou para trás, vendo um homem segurando o braço de Emma, enquanto Lauren tentava soltá-lo.

– Não desvie o olhar do inimigo, ainda mais quando ele está bem na sua frente! – gritou Youzu, avançando em um salto contra Rosa. Com agilidade, Rosa desviou e acertou uma patada nas costas de Youzu, rasgando sua pele.

– Achou mesmo que isso iria funcionar? – disse Rosa, observando Youzu agonizar no chão.

Ela olhou novamente para o homem que tentava levar Emma e avançou, mas foi interceptada por um homem de cabelos verdes, que lançou um raio contra ela, deixando-a atordoada. Logo se recuperou e, em um movimento rápido, mordeu o pescoço do homem, arrancando sua cabeça, que caiu sem vida no chão.

Em seguida, avançou contra o homem que segurava Emma, agarrando-o pelo braço. Antes que pudesse fazer qualquer outro movimento, sentiu várias facas envenenadas atravessarem seu corpo.

– Não achou que sairia fácil dessa, seu monstro – disse um dos três homens que assistiam à cena.

Eles haviam arremessado várias facas envenenadas. Rosa percebeu que as lâminas iriam atingir as meninas, então rapidamente lançou o homem no lago e se posicionou à frente delas, protegendo-as com seu corpo.

– Não!! Mamãe, você vai acabar... – tentou dizer Emma, mas logo soltou um gemido de dor ao sentir um corte no braço.

Rosa olhou para o lago e viu dois tritões aparecerem e arrastarem o corpo do homem para o fundo.

– Droga, os reforços chegaram! Cadê o resto do pessoal?! – exclamou um dos homens, nervoso, enquanto a água começava a se agitar.

– Vai ficar tudo bem agora – disse Lena, tranquilizando as meninas.

– Mamãe! – gritou Emma ao ver o lobo, todo ensanguentado, se transformando novamente em sua forma humana. Viu sua mãe cheia de feridas, sangrando.

– Mãe... – disse Emma, abraçando Lena com força.

– Vai ficar tudo bem – Lena disse com dificuldade.

– SEUS DESGRAÇADOS! EU VOU MATAR VOCÊS! – gritou Lauren, correndo em direção ao homem do meio. Pegou-o de surpresa, pois ele estava distraído olhando para a água. Com suas unhas maiores que o normal, Lauren atingiu a garganta do homem, fazendo o sangue jorrar. Os outros dois homens reagiram rapidamente e seguraram Lauren, que se debatia.

– Soltem... Soltem minha filha! – implorou Lena, com a visão turva.

– Você é resistente a venenos e feridas, hein? – disse o homem que segurava Lauren, rindo.

– Vamos logo, antes que o batalhão deles chegue – disse outro homem, segurando uma espada. Ele atingiu Lauren na nuca, fazendo-a desmaiar.

– Vamos! – ordenou o homem, enquanto Lena desmaiava, vendo sua filha sendo jogada no ombro dos homens que a seguravam.

– Soltem minha irmã! – gritou Emma. Os homens pararam e olharam assustados para o lago.

– Ela é o verdadeiro monstro. Eliminou sozinha os 25 assassinos debaixo d'água – disse o homem com a espada. Emma não entendeu nada.

– Princesa! – Emma ouviu Priscila chamando e, ao se virar, viu Priscila trazendo Ariel consigo.

– Ariel! Você está bem? Onde está a Ieiú? – perguntou Emma, nervosa. – A mamãe Lena precisa de atendimento rápido!

– Kara já está vindo – respondeu Priscila, rapidamente colocando as mãos sobre o corpo de Lena e começando a entoar palavras antigas de feitiçaria.

– Soltem as armas e coloquem a garota no chão! – ordenaram os tritões, apontando suas lanças para os dois homens. Eles riram e assumiram posição de ataque, mas logo sentiram um arrepio. Quando olharam para o lago, viram uma presença aterrorizante: Kara, com os olhos vermelhos e um dos braços totalmente ensanguentado, imobilizando-os com seu olhar.

– Temos que ir, ela ainda pode nos matar – disse o homem com a espada.

O homem que carregava Lauren assentiu, mas logo sentiu uma forte presença atrás de si. Ao se virar, viu Kara próxima a seu rosto.

– Vou te matar – sussurrou Kara, agarrando o rosto do homem. Ele largou Lauren para tentar se soltar.

– Vá, eu vou segurá-la! – gritou o homem para seu companheiro, enquanto tentava tirar a mão de Kara de seu rosto.

– Peguem ele! Não deixem que levem a princesa! – ordenou um dos tritões, cercando o homem, que ficou sem saber o que fazer.

– Quem disse que algum de vocês iria a algum lugar? – rosnou Kara, segurando o segundo homem pela nuca, imobilizando-o.

– Segurem minha filha – ordenou Kara aos tritões, que rapidamente pegaram Lauren e a levaram até Priscila, que cuidava dos ferimentos de Lena.

– Vocês dois vão morrer por serem estúpidos – disse Kara, apertando o rosto do homem, que lutava em vão para se soltar. Com um movimento brutal, Kara destruiu o rosto do homem, deixando seu corpo cair sem vida no chão. Ela então voltou seu olhar para o último homem, que suava frio.

– Você vai viver – disse Kara, jogando-o para os tritões. – Amarrem-no. Quando a comandante chegar, expliquem a situação e o entreguem a ela.

Os tritões obedeceram, enquanto Kara caminhava até sua família e viu Priscila cuidando dos ferimentos de Lena.

– Eu falhei... – sussurrava Kara para si mesma.

 

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