PARTE 12

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LAUREN POV

- Eu quero que fique quietinha entendeu? Se gritar eu te mato!

- Por favor, hoje não.. Por favor? - eu suplicava em vão.

- Cale essa maldita boca sua vadiazinha!!! Você me deu muito trabalho sabia? Achou que morrendo iria se livrar de mim? Se morrer eu te encontro no inferno!!! - Dito isto, começou à deslizar os malditos lábios em meu corpo.. Me sujando cada vez mais com sua podridão.

- Não faça mais isso .. Não faça mais isso .. - eu choramingava em vão.

- Não faça mais isso!!! - gritei, enquanto o ódio me possuía. Ao perceber que apertava os pulsos de Camila que mantinha um olhar assustado fixo em mim, rapidamente me afastei.

- Laur, o que houve? - disse Camila, tentando olhar em meus olhos.

- Por favor.. - explodi em lágrimas - Não me chame assim, por favor? - disse olhando para sua expressão completamente preocupada.

- Desculpe Lo.. Não a chamarei mais assim, okay? Agora fique calma, estou aqui com você e só para você. - Disse, me envolvendo em seus braços e fazendo-me desmoronar ainda mais.

Após algum tempo, de tanto chorar. Me afastei do pequeno corpo que me envolvia em um abraço repleto de calmaria.

- Camila, quero que se afaste de mim. - disse firme.

- O que? Mas Lolo, por que? Foi algo que eu fiz? - disparou à falar.

- O problema não é você Camila, sou eu .. Você não vê que eu sou uma bagunça ambulante? Camila, à cada dia que passa eu me afundo mais num inferno sem volta e eu não posso arrasta-la para esse inferno Camila, não posso, isso não é justo! - concluí, me desmoronando mais uma vez.

- É por causa dos seus pais? Se for eu não me importo, nós daremos um jeito! Só não peça para que eu me afaste,  por favor ? Parece loucura, até por que mau nos conhecemos.. Mas ao saber que você existe e que está tão próxima de mim, não deixa que eu me afaste de você nem por um decreto. Agora que sei de sua existência, é insuportável conviver com sua ausência.

Minha cabeça estava explodindo, era muita informação à ser processada.
Eu precisava mante-la longe, mas de um modo estranho eu também à queria perto. Mas seria muito egoísmo de minha parte envolve-la nessa bagunça chamada Lauren Jauregui.
Ela não merece..

- Quando seus pais começaram à beber? - indagou de repente.

- Não sei, dos meus 10 anos para trás minha memória não passa de um borrão, não consigo lembrar de nada. Não sei se já bebiam antes dos meus 10 anos ou só depois.

- Estranho, sofreu algum tipo de acidente antes dessa idade ou algum tipo de trauma? Ou seus pais nunca comentaram nada parecido?

- Não lembro Camila, tenho apenas alguns flashes de memória da minha infância e mesmo assim são flashes estranhos e conturbados, não fazem sentido.

- Como são esses flashes, exatamente?

- São estranhos, por exemplo minha mãe. Nesses flashes ela é totalmente diferente desta mulher de agora. Era uma mulher linda, de cabelos castanhos claros, quase como um tom de chocolate e seus olhos alternavam entre esverdeados e um tom extremamente claro de castanho. Diferente dessa mulher de cabelos negros e olhos castanho escuro, completamente acabada pelo álcool.

- Já tentou consultar um psicólogo para analisar melhor esses flashes?

- Camila, mau recebo para manter minha casa. Quem dirá consultar psicólogos? - disse, sorrindo ironicamente.

- Eu cheguei à estudar um pouco de psicologia.. - disse sugestiva.

- É melhor não.

- Por que? - indagou frustrada.

- Por que eu tenho medo de minha própria mente.

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