Capítulo 5

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Ok, Andrew poderia admitir que estava um pouco "obcecado" em Neil.

Mas só um pouco.

Mas não era culpa dele, por coincidência, os dois estudavam na mesma sala, ficavam no mesmo refeitório e na mesma escola, se o olhar do loiro sempre procurava a cabeleira ruiva, não era culpa dele.

Obviamente não.

Então ele não achou estranho ele levantar mais rápido naquela manhã, não achou estranho ter se arrumado e descido mais rápido, e não achou estranho sua ansiedade por um cigarro ter aumentado essa semana.

- Bom dia, Andrew. - Nicky o cumprimentou sorridente, com Andrew murmurando em resposta, se sentando ao lado do irmão que mexia no celular.  - Aaron acabou de chegar, então ele aproveitou e trouxe pão para a gente. - O primo riu, se virando para o fogão para fazer o que quer que esteja fazendo, mas isso despertou a curiosidade de Andrew, que olhou para o irmão gêmeo ao seu lado.

- Você saiu ontem? Já não tinha saído antes? - Andrew cruzou os braços, ganhando a atenção de Aaron, que desligou o celular e olhou para ele. Andrew verdadeiramente não se importava com o que Aaron esteja fazendo, mas também se preocupava com ele o suficiente para querer saber.

- Saí por aí. - Aaron deu de ombros. - Kevin me chamou para sair.

- Kevin, o alcoólatra batedor de carteira? - Andrew disse sarcástico, fazendo Nicky se virar para eles, um olhar de preocupação. - Sim, sei quem é.

- Isso não tem nada haver com você, não se intrometa. - Aaron lhe lançou um olhar raivoso, fazendo Andrew rir consigo mesmo.

- Óbvio que tem haver comigo, você sempre se envolve em burrada, e sou eu que te tiro de lá. - Andrew bufou irritado.

Andrew não queria agradecimento por nada, mas ele também se preocupava com o gêmeo, afinal, eles são irmãos.

Mas parecia que Aaron não pensava da mesma forma.

- Nunca te pedi por isso. - Aaron revirou os olhos, com Andrew cerrando os punhos.

- Ah claro, eu te tirei da merda do vício de drogas, mas não precisa pedir isso, te tirei porque é uma merda viver com um viciado. - Andrew se levantou, e Aaron fez o mesmo, os dois frente a frente, enquanto Nicky mudava seu olhar de um para o outro, se mantendo calado sobre a discussão.

Andrew já disse para ele não se intrometer.

- E o que? Acha que eu voltei a ser a merda de um viciado? - Aaron levantou sua voz, seus olhos arregalados de frustração.

- Eu não insinuei nada, mas você sempre foi igual a sua mãe, não consegue se segurar. - Os dedos de Andrew tremiam de raiva, mas ele se segurou, ele nunca bateu em Aaron, não seria agora que ele iria fazer isso.

- Ela era sua mãe também! - Aaron bateu o pé, assustando Nicky na cozinha, que abaixou a cabeça, e Andrew poderia escutar os sons de choro daqui. - Ela era sua mãe, até que você a matou!

- Primeiro, aquela mulher nunca será minha mãe. - Andrew disse afiado. - Segundo, a porra do carro que você sempre vai para a escola é do dinheiro que conseguimos quando aquela mulher morreu.

- Vai se foder. - Aaron também estava com o punho cerrado, os dois se contendo o máximo que podia, eles não poderiam continuar uma briga ali e agora, Nicky sempre foi uma pessoa sensível. - Se ela estivesse aqui, ela me entenderia mais do que você. - Aquele comentário fez Andrew sorrir.

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