|𝟎𝟏𝟑 𝐎 𝐂𝐨𝐧𝐟𝐫𝐨𝐧𝐭𝐨 𝐒𝐨𝐛 𝐚𝐬 𝐄𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐬|

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Acordei com o som da porta da sala a fechar

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Acordei com o som da porta da sala a fechar. Ainda estava atordoada do sono, e demorei uns segundos a perceber que Nicollas já não estava por perto. Ao meu lado, o ecrã da televisão mostrava os créditos do filme a rolar lentamente.

Levantei-me, ajeitando o cobertor sobre os ombros, e olhei em volta. A casa estava mergulhada numa calma estranha. A luz da cozinha estava acesa, o que significava que alguém ainda estava acordado.

"Nic?" chamei, meio sonolenta, a voz rouca de quem acabou de acordar.

"Não é o Nic" a voz profunda de Diego respondeu da cozinha, fazendo-me estremecer de surpresa.

Fui até lá, ainda confusa por ele ainda estar aqui, e encontrei-o junto ao balcão a beber um copo de água. Os seus olhos levantaram-se para ver-me, e a sua expressão não denunciava nenhuma emoção em particular, o que era típico dele. O olhar dele era difícil de decifrar, sempre.

"Nicollas foi ao quarto" ele disse, pousando o copo sobre o balcão. "Disse que voltava já, mas parece que deixou-te aqui a dormir."

"Sim, deve ter ido buscar qualquer coisa" murmurei, esfregando os olhos. "E tu? O que está ainda a fazer aqui ?"

"Precisei de espairecer um bocado, mas o teu irmão pediu-me para ficar para o caso de precisares de ajuda a... sei lá, acordar." Ele esboçou um sorriso rápido, que mais parecia uma provocação, como se dissesse que eu era incapaz de cuidar de mim própria.

"Claro, porque sou uma criança, não é?" respondi, meio irritada, a familiaridade da nossa troca de farpas voltando automaticamente.

Ele riu, num som curto e rouco. "Bem, ficaste com ar de quem precisaria de ajuda para chegar ao quarto."

Revirei os olhos e passei por ele em direção à janela, puxei um pouco a cortina. Lá fora, as estrelas brilhavam no céu limpo, e o ar parecia fresco, mesmo dentro de casa. Sentia uma estranha inquietação, algo que me fazia querer ficar acordada mais tempo.

"Que fazes a olhar para a rua?" a voz de Diego interrompeu o meu devaneio. Ele aproximou-se, encostando-se à parede ao meu lado.

"Queria apanhar um pouco de ar. A noite está bonita" respondi sem olhá-lo.

Diego riu baixo, algo que me irritou um pouco, como se ele soubesse algo que eu não sabia.

"O quê? Estou errada?" virei-me para ele, desafiando-o com o olhar.

"Não. Só me surpreende que te importes com as estrelas" disse ele, cruzando os braços. "Sempre imaginei que eras mais do tipo de ficar presa a ecrãs e livros."

"Nem conheces-me assim tão bem para julgar" respondi de imediato, com as sobrancelhas franzidas.

Diego deu de ombros, sem perder o tom calmo. "Talvez. Mas já te conheço há tempo suficiente para perceber algumas coisas."

Entre Vidas e DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora