|𝟎𝟏𝟕 𝐄𝐜𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐍𝐨𝐯𝐨 𝐂𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨|

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Era o meu primeiro dia oficial na nova escola e, por mais que tentasse manter a calma, não conseguia ignorar o nó que  formava-se no meu estômago

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Era o meu primeiro dia oficial na nova escola e, por mais que tentasse manter a calma, não conseguia ignorar o nó que formava-se no meu estômago. Embora já tivesse passado pelo pátio uma vez para me familiarizar com o local, nunca tinha verdadeiramente entrado nas suas entranhas. O que me aguardava para lá daquelas portas ainda era um mistério.

Sai de perto da mota, após verificar se não cai, e estava tudo certo nela, quando estou nervosa as vezes a esqueço de desligar. Tentei parecer confiante enquanto caminhava em direção à entrada, o capacete ainda na mão, sentindo-me estranhamente deslocada. Eu, a rapariga nova, a irmã do Nicollas, um rosto desconhecido num mar de pessoas que já se conheciam.

Assim que passei pelas portas de vidro da entrada, a sensação de ser uma intrusa acentuou-se. Era tudo tão... grande. Os corredores amplos, luzes fortes, cheios de alunos a conversar e a dirigirem-se para as suas aulas, pareciam intermináveis. As vozes, os cheiros e os olhares distraídos faziam-me sentir pequena, como se não pertencesse ali. Respirei fundo e continuei a andar.

De repente, uma rapariga com um ar de perfeitamente arrumar e uma prancheta nas mãos dirigiu-se a mim com um sorriso tão luminoso que era impossível ignorar. Era alta, de cabelos ruivos-claros e bem arranjado, olhos com uma cor intensa de um azul ciano, ela era linda, e vinha com uma postura que exalava autoridade e organização.

"Olá! Tu deves ser a Valentina, certo?" A sua voz era um tom doce, e amigável, ela vinha animada e com ar de acolhedora, mas com um toque de formalidade que denunciava o seu papel ali. "Sou a Isabella, representante da associação de estudantes. Vim para te ajudar a integrares-te, já que és nova por aqui!"

Havia algo de reconfortante na sua abordagem. Era exatamente o que eu precisava: alguém que conhecia bem a escola e que, ao que parecia, gostava de ajudar.

"Sim, sou eu, Valentina Morretti" confirmei, tentando parecer menos tensa do que me sentia. "Sou nova aqui."

Ela sorriu ainda mais, estendendo a mão para um aperto firme, quase profissional. "Sabia que eras tu! Temos um sistema para receber alunos novos, e vou ser a tua guia, mostrar-te a escola e apresentar-te às pessoas que precisas de conhecer."

Assenti, aliviada. Ter alguém a guiar-me no primeiro dia era uma bênção, e a Isabella parecia saber exatamente o que estava a fazer.

"Ótimo. Confesso que estou um bocado perdida, a escola é enorme" admiti com um sorriso meio tímido, olho em volta para os corredores que se cruzavam e as escadas que subiam e desciam. "É bem maior do que estou habituada."

Isabella acenou com a cabeça, compreensiva. "Sim, é grande, mas vais ver que habituaste rapidamente. Depois de hoje, já vais conhecer todos os cantos."

Começou a andar, e segui-a, grata pela sua presença. À medida que caminhávamos pelos corredores, conhecíamos animadamente sobre a escola — como estava organizado, quais os sítios para estudar, os horários dos clubes e das atividades extracurriculares. Parecia saber tudo.

"Vamos começar com um pequeno tour. Prometo que não vai demorar muito", disse, virando à esquerda e conduzindo-me até uma zona mais tranquila, longe da confusão dos alunos que se juntavam nos corredores principais.

Enquanto andávamos, notei que Isabella me observava de vez em quando, como se estivesse a tentar montar as peças de um quebra-cabeça. Parecia curiosa, mas educadamente hesitante em fazer as perguntas que provavelmente lhe estão a passar pela mente.

"Sabes", começou ela, num tom casual, "Ouvi falar um pouco de ti antes de chegares. Nicollas, certo? Ele é teu irmão."

A maneira descontraída como as notícias de Nicollas tiveram um impacto imediato. Fiquei surpresa ao perceber que ela sabia quem eu era. O Nicollas nunca me tinha falado sobre ela, nem sequer considerou o nome dela nas poucas vezes em que falávamos sobre a escola. Na verdade, ele sempre manteve a sua vida escolar bastante separada da nossa vida familiar.

"Sim, sim, ele é meu irmão", respondi, a tentar manter a conversa leve. "Mas acho que ele nunca falou de mim."

Isabella riu suavemente. "Ele nunca te apresentou, o que é engraçado, porque toda a gente conhece o Nicollas. Mas já ouvimos falar da irmã dele... Sabes como é, pequenas informações que se espalharam." Fez uma pausa, franzindo progressivamente o sobrolho, mas logo retomou o seu tom habitual. "Mas não te preocupes com isso. Agora que estás aqui, vais poder conhecer toda a gente."

O tour continuou, e Isabella mostrou-me todos os pontos essenciais: o imponente auditório, o ginásio onde as equipes treinavam e o refeitório, que já começava a encher-se de alunos. Parecia conhecer cada recanto da escola e cada pessoa que passava por nós. Não havia dúvida de que Isabella não estava no centro de tudo.

Quando chegamos à zona dos campos de desporto, ela parou e olhou para mim, com um brilho curioso no olhar.

"Já agora, fazes algum desporto?" Disse, num tom casual. "O Nicollas está na equipe de basketball; não sei se ele já te disse."

Sorri progressivamente, mas a lembrança me trouxe um peso leve ao peito. "Jogava... antes. Mas já não tenho muito tempo para isso."

Isabella assentiu, mantendo, no entanto, o olhar firme em mim, como se tentasse ler mais do que eu estava disposto a revelar. "Compreendo. Bom, se algum dia quiseres voltar, tens sempre o apoio da associação, e o Nic adorava ter-te lá."

Era um convite genuíno, mas com uma pressão sutil. A ideia de me juntar à equipe de basketball, de estar sob os holofotes outra vez, não me agradou. Não agora. Tinha coisas demais na cabeça, e o desporto não era uma prioridade no momento.

Ela pareceu perceber a minha hesitação e, sem insistir, continuou a caminhada, continuou a indicar algumas salas e dando dicas sobre os melhores horários para evitar as filas no refeitório.

Quando finalmente chegámos à sala onde teria a minha primeira aula, Isabella virou-se para mim com um sorriso acolhedor.

"Bom, espero que o tour tenha ajudado. Sei que começar numa escola nova pode ser estressante, mas vais ver que, num instante, já te sentes em casa."

"Obrigada", respondi com sinceridade. "Foste uma grande ajuda."

Ela é inteligente, ajustando a prancheta mais uma vez. "Se precisares de qualquer coisa, estou sempre por aqui. E não te esqueças: a associação de estudantes tem sempre espaço para mais um membro, se quiseres participar em alguma coisa."

Agradeci novamente, e ela demorou-se, acenando enquanto desaparecia no corredor. Fiquei ali por um momento, a olhar ao redor. O meu primeiro dia na nova escola estava apenas a começar e, por mais estranho que fosse, havia algo reconfortante na rotina que se avizinhava. Mesmo que a minha mente ainda estivesse ocupada com Diego, com a colina e com todas as perguntas sem resposta, pelo menos ali havia uma estrutura. Algo que pudesse controlar, mesmo que fosse temporário.

Entrei na sala e respirei fundo. O meu novo mundo começou agora.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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