|𝟎𝟏𝟐 𝐎 𝐉𝐨𝐠𝐨 𝐝𝐞 𝐅𝐚𝐫𝐩𝐚𝐬|

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Estacionei a moto na entrada da casa do Nicollas e desliguei o motor, o som ecoava por breves segundos, numa rua completamente deserta

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Estacionei a moto na entrada da casa do Nicollas e desliguei o motor, o som ecoava por breves segundos, numa rua completamente deserta. Respirar o ar frio da noite, depois de tudo o que aconteceu em casa parecia aliviar o peso que carregava nos ombros. E também estava frustrado por não ter encontrado a rapariga da colina, mas isso era algo que não podia contar a ninguém, muito menos ao Nicollas, ele iria fazer uma escândalo e ainda andaria chato, não tenho nenhum interesse, só sinto curiosidade, não a conheço.

Quando entrei na sala, vi que eles já tinham jantado. A mesa estava cheia de restos de pizza e latas de sumo, e Valentina estava esticada no sofá, como se fosse o lugar dela por direito. O Nic estava a arrumar as coisas, para se preparar para o filme.

"Olha só quem chegou" Valentina disse sem olhar-me diretamente, o tom sempre carregado de farpas. "Demoraste tanto que quase achámos que ias dar uma volta de moto ao invés de vir."

"Não tens tanta sorte" respondi seco, largo o capacete num canto e ajeito-me no sofá ao lado dela. "E quem disse que já não dei a volta que queria?"

Ela revirou os olhos, mas não conseguiu esconder um sorriso de canto. "Tu e a tua obsessão por motas."

"Olha quem fala", devolvi, cruzando os braços. "Tanto te queixas, mas aposto que não recusavas uma volta."

Valentina sorriu, e pela primeira vez desde que cheguei, pareceu genuinamente interessada. "Tu sabes que eu amo motas, e sabes que isso não se recusa mesmo, mas se não fosse por estar tão ocupada a ganhar de ti nas provocações, já tinha dado a minha voltinha."

"O quê? Tens uma mota, deixa adivinhar uma scooter?" Ri, provocando-a.

"Eu ando de mota melhor do que tu alguma vez sonharias" ela devolveu com confiança, e os olhos dela brilharam de um jeito que era difícil ignorar.

"Vocês nunca mudam, pá" Nicollas interrompeu, a rir. "Sempre a competir. Mas acho que a Val tem razão desta vez, Diego. Ela dá-te uma coça numa corrida."

"Isso é o que vamos ver" sorri de lado, mas por dentro sentia o humor um pouco mais leve.

Nicollas ligou o filme. Era sobre motas, corridas e velocidade — algo que normalmente me animaria mais. A verdade é que, naquele momento, a minha cabeça ainda estava na colina, nos olhos daquela garota que não consegui encontrar de novo. Era ridículo como estava a deixar afetar-me.

Valentina, por outro lado, parecia bastante interessada no filme. Os olhos dela estavam fixos no ecrã, cada cena de alta velocidade chamando mais a atenção dela. E, claro, ela não resistia a fazer algum comentário sobre as manobras de vez em quando.

"Isso foi ridículo, nem um amador faria essa curva assim" murmurou, enquanto uma das personagens quase caía da mota numa corrida.

"Sabes que é um filme, certo?" perguntei, meio entretido com o facto de que ela estava a levar aquilo mais a sério do que eu.

"Sim, mas isso não quer dizer que não possa criticar" respondeu, sem desviar os olhos do ecrã.

Nicollas riu. "Eu disse que ela ia gostar do filme, Diego. Deves-lhe uma volta na tua mota agora."

Revirei os olhos, mas estava quase a tentar a concordar. Valentina sempre foi assim, cheia de opiniões e pronta para discutir qualquer coisa. Mas aquela confiança dela... tinha algo que era irritante e, ao mesmo tempo, intrigante.

Enquanto o filme avançava, as provocações foram acalmando. Valentina, como sempre, começou a adormecer no sofá, encolhida debaixo de um cobertor. Eu reparei quando os olhos dela começaram a fechar devagar, e logo adormeceu de vez.

"Adormeceu" comentei baixo, olhando para Nicollas.

Ele sorriu. "Sempre acontece. Sempre cheia de energia, mas não aguenta um filme inteiro." Ele ajeitou o cobertor sobre ela, com o cuidado típico do irmão mais velho. "Sabes, Diego, acho graça a ver vocês os dois a pegarem-se o tempo todo. Mas, só para deixar claro, a Val é a minha irmã. Gosto de ver vos a brincar, mas nunca esqueças que há uma linha, ok?"

Sabia o que ele queria dizer. A Valentina podia ser divertida e cheia de atitude, mas também era a irmã do Nic. E, por mais que a nossa relação fosse cheia de provocações, não ia cruzar essa linha.

"Relaxa, Nic. Eu sei bem onde está a linha." Disse com firmeza, sem tirar os olhos do ecrã. Mas, no fundo, parte de mim sabia que a Valentina estava a mexer mais comigo do que eu queria admitir. Só não ia deixar isso transparecer.

Nicollas assentiu, confiante, e voltou a concentrar-se no filme. Quanto a mim, tentei focar-me também, mas os meus pensamentos continuavam a rodar entre o caos de casa, a frustração de não encontrar a garota da colina, e agora, Valentina, que sempre me provocava de um jeito que ninguém mais conseguia.

E tudo isso deixava-me mais confuso do que qualquer corrida de mota alguma vez conseguiria.

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Muito obrigada por teres lido até aqui! Mais um capítulo concluído, e espero que ames todos os próximos.🖤
Eu espero que estejas amar a história tanto quanto eu estou a amar escrevê-la. O apoio é extremamente importante para mim!

Se gostaste deste capítulo, não te esqueça de votar e deixar teu comentário. A tua opinião ajuda-me a melhorar e a motivar me a continuar! Quero muito saber o que estão achando dos personagens, do enredo, e, claro, ouvir suas teorias para os próximos capítulos!

Até o próximo capitulo, amoo eles pegados por uma mota..✨

Entre Vidas e DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora